A Fundação Gulbenkian vai apoiar quatro projetos de investigação em saúde nas áreas do cancro, malária e HIV, em Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau, num investimento de 600 mil euros, até 2024
Pamela
Borges é a investigadora responsável pelo projeto “Cape Verde Molecular Biology
Laboratory Implementation”, desenvolvido no IPO Porto que será realizado no
Hospital Central da Praia Dr. Agostinho Neto, em Cabo Verde. Este projeto consiste numa caracterização
clínica, fenótipa e genética do cancro da mama das mulheres cabo-verdianas, com
o objetivo é perceber o padrão e a subtipagem molecular, no sentido de ajudar
os médicos a encontrarem uma terapêutica mais eficiente.
Em
Angola, no Instituto Nacional de Investigação em Saúde /Centro de Investigação
em Saúde de Angola, serão desenvolvidos dois projetos: “Probing the future of
Triple Artemisinin-based Combination Therapy in Angola”, liderado pela
investigadora Cláudia Fançony, em estágio no ICVS Univ. Minho, e que consiste
na exploração das forças opostas que dois fármacos exercem num único alvo do
parasita da malária, suscetíveis de potenciar mecanismos de resistência
incompatíveis.
O
outro projeto intitula-se “Next-generation sequencing to understand the HIV-1
transmission patterns in Angola”, do investigador Cruz Sebastião, que esteve no
IHMT-Univ Nova de Lisboa, e que tem como objetivo explorar os padrões de
transmissão e disseminação do VIH, assim como perceber a emergência de mutações
de resistência, o impacto nos esquemas de tratamento antirretroviral e o custo
relacionado com o tratamento de pacientes com resistência aos antirretrovirais
no país.
Outro
dos projetos vencedores será implementado no projeto Saúde de Bandim na
Guiné-Bissau, e é liderado por Viriato M’bana que fez estágio no IMM. No projeto “Epidemiological Association of
Burkitt’s Lymphoma and Malaria in Guinea-Bissau”, o investigador quer perceber
como é que a malária leva ao aparecimento do cancro, nomeadamente do linfoma de
Burkitt, um cancro pediátrico comum nas zonas endémicas da malária já que o
mecanismo molecular da ligação entre a malária e este tipo de cancro é ainda
desconhecida.
A
relevância, a originalidade, a qualidade da proposta apresentada e o impacto previsível
no desenvolvimento de capacidades pessoais do candidato e da instituição, foram
os critérios tidos em conta na avaliação.
Os
quatro projetos, selecionados por um júri internacional, foram os vencedores do
programa ENVOLVE Ciência PALOP,
iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian que teve como objetivo apoiar o
desenvolvimento de carreiras científicas em ciências da saúde de jovens
investigadores dos PALOP na consolidação das suas carreiras científicas nos
países de origem, reforçando os sistemas científicos. Os investigadores
referidos estiveram em Portugal, durante oito meses, em instituições
científicas que acolheram o desenvolvimento dos seus projetos. Fundação
Gulbenkian - Portugal
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