António Pedro diz acreditar num potencial do bloco para fazer avançar o continente em fase de transição, o especialista aponta a diversidade como um activo das nações de língua portuguesa
O
novo vice-secretário executivo da Comissão Económica para África, ECA, defende
que seja melhor aproveitada a localização estratégica dos países lusófonos.
Para António Pedro, o processo precisa ser apoiado pela comunidade
internacional.
O
vice-chefe da ECA contou à ONU News, de Addis Abeba, que o grupo de nações
possui um grande potencial que pode facilitar o ritmo de transição do
continente. A comissão promove iniciativas nos campos energético, tecnológico e
de mercados.
Plataformas
“Os
países lusófonos têm responsabilidades nas suas respectivas regiões e, através
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, plataformas para
cooperarem, o que é muito importante. A nível internacional, com Portugal e o
Brasil, nós temos jogado um papel importante na divulgação da língua portuguesa
como língua de comunicação. Isso é importante como factor para a unidade das
comunidades a nível internacional. Este ano, a Cimeira Extraordinária da União
Africana é dedicada à cultura. Mas a diversidade que representam os países de
expressão portuguesa em África é um activo para o continente.”
Mas
riscos pairam sobre os países localizados no Oceano Atlântico que banha Cabo
Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Angola. Eles estão próximos do golfo
da Guiné onde existem actos como pirataria, assaltos e outros crimes marítimos.
Na
costa oriental, o Oceano Índico sofre com agressores no Corno de África.
Ataques armados a navios e outros actos ilegais como a pirataria juntam
esforços de cooperação. António Pedro defende mais colaboração para enfrentar o
conjunto de desafios com vista ao crescimento.
“Contribui
para que a África que seja mais rica. Por isso é que fiz referência à
importância que cada um dos nossos países joga no continente. O Canal de
Moçambique é um canal estratégico para a segurança das rotas comerciais a nível
global. E é importante que Moçambique seja visto também nesse prisma, e que a
comunidade internacional contribua para que os desafios que o país enfrenta
agora sejam resolvidos atempadamente. Do outro lado, também temos o golfo da
Guiné, que é também uma zona muito estratégica para todo mundo, que enfrenta
desafios onde a cooperação internacional é chamada a jogar o seu papel para que
seja uma zona de paz, de desenvolvimento e de coesão social.”
Cultura e economia
António
Pedro acredita que os países de expressão portuguesa actuando conjuntamente são
“como um ativo que contribui para a riqueza global em termos culturais e económicos”.
A
comissão regional tem no topo das prioridades o desenvolvimento e a promoção de
tecnologias digitais. Outra meta é acompanhar o novo acordo para ampliar a
troca de mercadorias entre nações africanas e o investimento no sector de
energia para criar uma cadeia de valor em energias renováveis. ONU News –
Nações Unidas
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