O
desenvolvimento operacional de uma vacina contra a covid-19 avançada pela
biotecnológica portuguesa Immunethep continua parado desde julho, à espera de
fundos por parte do Estado.
“Em
termos de desenvolvimento operacional, está parado desde julho, quando
terminámos os ensaios não clínicos. Tivemos algumas conversas com o Governo
sobre a hipótese de compra adiantada de doses da vacina que nos permitiriam não
parar, mas fomos encaminhados para os programas de apoio – Portugal 2020 e PRR
[Plano de Recuperação e Resiliência] – aos quais nos candidatámos e aguardamos
os resultados”, disse à agência Lusa o diretor executivo da Immunethep, empresa
sediada em Cantanhede.
Segundo
Bruno Santos, “na melhor das hipóteses”, haverá resultado das candidaturas
entre o final deste ano e o início do próximo, algo que deixa a empresa
frustrada, por não poder avançar ao ritmo de outras que arrancaram com o
desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19 ao mesmo tempo.
A
empresa precisa de um financiamento de 20 milhões de euros para a fase de
ensaios clínicos.
O
responsável da Immunethep apontou para o caso da farmacêutica francesa Valneva,
que recentemente assinou um acordo de aquisição de 60 milhões de doses com a
União Europeia, quando se prepara para avançar para a fase 3 dos ensaios
clínicos (a utilização dessa vacina está dependente da aprovação final).
“A
Valneva só começou um ou dois meses antes de nós e, como não teve qualquer
problema de falta de financiamento, está no início da fase 3 e esta compra
antecipada permite-lhes ir para essa fase de forma tranquila e chegar mais
depressa ao mercado”, notou Bruno Santos.
Para
além dos cinco meses em que já estão parados relativamente ao desenvolvimento
da vacina, o diretor executivo da Immunethep salienta que esse atraso pode
estender-se.
“Nós
já tínhamos ‘slots’ reservados para a produção da vacina que teremos que
renegociar quando surgir o investimento. Hoje, também há mais gente vacinada e portanto
menos pessoas para ensaios clínicos. O atraso poderá não ser apenas dos cinco
meses, mas ter um impacto maior”, frisou.
“Sentimos
que se corre o risco de ser uma oportunidade perdida e de o produto não poder
avançar, quando outros produtos que começaram depois ou ao mesmo tempo já estão
em ensaios clínicos”, lamentou o diretor da empresa fundada em 2014. In “Multinews”
– Portugal com “Lusa”
Para
ficar esclarecido acompanhe o arquivo de notícias do blogue “Baía da Lusofonia”
sobre a vacina portuguesa contra a covid-19:
Portugal
- Vacina portuguesa à espera de apoio estatal para avançar com ensaios clínicos
– 01.09.2021
Portugal
- Vacina covid portuguesa à espera de €20 milhões – 23.08.2021
Portugal
- Vacina portuguesa contra a Covid-19 termina ensaios não clínicos com
"elevada segurança e eficácia" – 02.08.2021
Portugal
- Vacina portuguesa contra a covid-19 pronta para ensaios clínicos, mas aguarda
apoio público – 14.05.2021
Portugal
- Ensaios da vacina portuguesa contra o novo coronavírus em animais são
promissores – 15.04.2021
Portugal
- Vacina portuguesa pode ser aprovada no próximo ano – 13.02.2021
Sem comentários:
Enviar um comentário