Vinte e um cientistas propostos para uma das maiores honrarias do Brasil, a Ordem Nacional do Mérito Científico, renunciaram às medalhas após o presidente Jair Bolsonaro ter retirado da lista dois dos seus colegas, cujos trabalhos incomodavam o governo.
Um
dos excluídos foi Marcus Lacerda, autor de um dos primeiros estudos sobre a
ineficácia da cloroquina contra a covid-19. O outro foi Adele Benzaken (na
foto) demitida da chefia do departamento de HIV/SIDA do Ministério da Saúde
quando Bolsonaro assumiu a presidência, em 2019, depois que o departamento
publicou uma cartilha voltada para os homens trans.
Em
protesto, os cientistas rejeitaram as medalhas, em carta aberta. “É mais uma
clara demonstração da perseguição a cientistas, configurando um novo passo do
sistemático ataque à Ciência e Tecnologia por parte do governo vigente”,
escreveram.
“Este
acto de renúncia, que nos entristece, expressa a nossa indignação frente ao
processo de destruição do sistema universitário brasileiro e de Ciência e
Tecnologia”. Adele Benzaken, directora da Fiocruz Amazónia, disse que se sentiu
“extremamente honrada” com a decisão dos seus colegas de recusar as medalhas,
ante o que chamou de “tratamento pouco elegante” dispensado a ela e a Lacerda
por parte do governo. In Jornal Tribuna de Macau” - Macau
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