Cidade
da Praia – Cabo Verde já conta com mais 17 médicos, formados, fruto de uma
parceria entre a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) e a Universidade de
Coimbra (Portugal), através do primeiro mestrado integrado em Medicina.
O
projecto, implementado em 2015, foi concluído hoje no Campus de Palmarejo
Grande, na Cidade da Praia, com a cerimónia de outorga. Na ocasião, o director
da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Robalo Cordeiro,
comprometeu-se em inscrever os novos médicos cabo-verdianos na Associação dos
Antigos Estudantes de Medicina da Universidade de Coimbra, “para continuarem a
vivenciar a Academia”.
“Essa
formatura representa um privilégio, orgulho e uma honra por serem alunos
exemplares e com um nível de dedicação muito da acima da média”, salientou o
responsável, considerando os novos médicos “exemplos” de todos aqueles que
passam pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Robalo
Cordeiro comprometeu-se também em alargar o âmbito deste projecto a nível da
formação avançada, nomeadamente ao programa de doutoramento em Ciências da
Saúde.
Acrescentou ainda a criação de vagas para que docentes da Universidade
de Cabo Verde, antigos estudantes e outros licenciados, ao abrigo deste
protocolo, para que possam ter entrada nesse programa de doutoramento.
Por
sua vez, a reitora da Uni-CV, Judite Nascimento, salientou a consecução desse
desiderato, considerado mo princípio “ousado e ambicioso”, por criar condições
para a formação dos médicos, em parceria com a Universidade de Coimbra.
“Em
Março de 2024 após a tomada de posse de reitora da Uni-CV solicitei um encontro
com o então primeiro-ministro para apresentar as metas e os desafios do novo
programa para o mandato de quatro anos (…) e foi considerado um programa muito
ousado por ser o maior desafio da instituição”, explicou Judite Nascimento.
A
partir daí, segundo a responsável, criou-se “um grande compromisso e uma
conexão” entre a vontade política e uma instituição académica, “capaz de
conduzir o sonho e a ambição num projecto exequível”, permitindo ao País
melhorar os seus indicadores de qualidade de sistema da saúde e “formar médicos
competentes”.
Hagi
Lopes, em representação dos formados, disse à Inforpress que foi “um percurso
árduo”, mas com “um fim triunfante”, depois de três primeiros anos em Cabo
Verde e mais dois em Portugal.
“Tivemos
uma boa capacidade de respostas e de adaptação e nós os finalistas e o País
estamos de parabéns por abraçarmos este projecto”, notou Hagi Lopes, que
classificou este modelo integrado de formação de “exigente e competente”.
Este
projecto, instituído em 2015, foi desenhado com a finalidade de formar médicos
cabo-verdianos, na tentativa de colmatar a necessidade do sistema de saúde e
consequentemente melhorar a qualidade dos cuidados prestados à população.
O
primeiro mestrado integrado em Medicina, com duração de seis anos, é uma
iniciativa conjunta das universidades de Cabo Verde (Uni-CV) e de Coimbra (UC).
O
curso arrancou com 25 alunos, sendo 20 cabo-verdianos e cinco dos restantes
países africanos de língua portuguesa, seleccionados num universo de mais de
100 candidaturas, com exigência de média de 17 valores.
O
primeiro ano do curso teve um corpo docente de 14 professores, dos quais sete
cabo-verdianos e outros tantos portugueses, com salários pagos pela UC,
enquanto a Uni-CV, com sede na Cidade da Praia, arcou com um suplemento e
despesas de deslocação e estadia dos docentes lusos. In “Inforpress”
– Cabo Verde
Sem comentários:
Enviar um comentário