Porto
Inglês – A Fundação Maio Biodiversidade considerou “extraordinária” a campanha
de protecção das tartarugas marinhas deste ano, visto que é a primeira vez que
conseguiram registar mais de 45 mil ninhos de tartarugas.
Esta
informação foi avançada à Inforpress, pelo coordenador da patrulha Jairson da
Veiga, para quem a ilha do Maio tem vindo a demonstrar ao longo destes últimos
anos, que é um dos mais importantes sítios em Cabo Verde para o refúgio das
tartarugas, principalmente a espécie caretta-caretta.
Conforme
afiançou aquele coordenador, a FMB publicou recentemente um estudo numa das
revistas internacionais ligadas à conservação marinha, comprovando que “só a
ilha do Maio seria o quinto sítio mais importante para colónia de
caretta-caretta, tendo em conta a densidade de ninhos que apresenta”,
sublinhou, frisando que no mesmo estudo puderam concluir que “Cabo Verde seria
a primeira maior colónia no mundo de tartaruga caretta-caretta”.
Justificou
que foi uma temporada “extraordinária” porque, este ano, registaram ninhos em
praias que antes não faziam patrulha, o que, segundo defendeu, contribuiu para
que houvesse mais apanha.
A
mesma fonte realçou, entretanto, que nem tudo decorreu da forma como
pretendiam, sustentando que, comparativamente a anos anteriores, este ano,
registaram o maior número de apanha de tartarugas marinhas, um total de 179
apanhas, um número que, admitiu, pode ser maior.
Segundo
assegurou aquele responsável, “setenta a oitenta por cento de captura aconteceu
perto das praias da vila do Barreiro”, sublinhando que aquela vila que há dois
anos foi tida como um exemplo na ilha em termos de conservação, em pouco menos
de dois anos está na “lista negra” a nível nacional, tendo em conta a sua dimensão
populacional, comparado com outras comunidades que vivem ao redor das praias de
mar.
Admitiu
que a nível nacional em termos de apanha a ilha do Maio está atrás da ilha do
Sal, mas relativamente à dimensão populacional da vila do Barreiro, coloca-a em
primeiro lugar a nível nacional e até da sub-região africana, o que na sua
opinião não pode continuar assim, uma vez que a ilha faz parte da reserva da
Biosfera da Unesco.
Jairson
da Veiga considerou, por outro lado, que houve um “atraso” a nível da
consciência ambiental naquela vila, informando que devido à falta de
entendimento entre a FMB e as associações locais e equipas de futebol, nos
últimos dois anos não houve a colaboração das pessoas na protecção das
tartarugas marinhas, porém aquela ONG afirmou que não responsabiliza aquelas
organizações por este grande número de apanha.
A
mesma fonte salientou, por outro lado, que durante a campanha de protecção das
tartarugas marinhas, conseguiram dinamizar o turismo rural, com a vinda de
voluntários internacionais para participarem na campanha e que durante as suas
estadias acabaram por ficar em casas de algumas famílias, o que lhes permitiram
ter algum rendimento durante todo esse período. In “Inforpress”
– Cabo Verde
Sem comentários:
Enviar um comentário