A obra de Bernardino de Senna Fernandes, artista macaense que deixou várias peças de pintura e desenho, vai estar em exposição na galeria do projecto Hold On To Hope, da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM). A exposição é inaugurada no dia 4 de Dezembro
Dia
4 de Dezembro, pelas 15h30, é inaugurada a exposição de pinturas de Bernardino
de Senna Fernandes, na galeria do projecto Hold On To Hope, da Associação de
Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM), na Antiga Leprosaria de
Ká-Hó.
Bernardino
de Senna Fernandes foi um artista macaense, que, além de ser ‘designer’ de
profissão, dedicou-se à pintura e ao desenho e deixou várias obras de teor
paisagístico, nomeadamente de Macau e Lisboa, onde fez várias exposições.
Falecido
aos 91 anos de idade, Bernardino de Senna Fernandes deixou várias das suas
obras em colecções particulares, inclusivamente uma pequena colecção de 27
pinturas a aguarelas e a óleo que vão estar expostas nesta exposição na ARTM. A
Galeria do projecto Hold On To Hope, em conjunto com Jorge de Senna Fernandes,
filho do artista, são os organizadores deste evento que espera difundir os
trabalhos do artista.
“Decidimos
fazer isto agora porque já há tempos que os meus amigos e conhecidos me tinham
falado nisso, nomeadamente o pessoal da galeria da ARTM”, começou por explicar
Jorge de Senna Fernandes, acrescentando: “Eles disponibilizaram o espaço para
fazermos a exposição. E como o meu irmão tinha cá uma série de quadros, de
obras do meu pai, eu resolvi fazer agora a exposição”.
Esta
não é a primeira exposição de Bernardino de Senna Fernandes, sendo que a
primeira aconteceu em 1982, organizada pela associação dos antigos alunos do
liceu. “Já desde essa altura que havia uma série de pessoas que tinham comprado
quadros, inclusive de Macau e que fizeram uma certa pressão para fazermos agora
outra exposição sobre as obras do meu pai, e como consegui reunir as condições,
decidi ir em frente”, sublinhou.
Relativamente
aos trabalhos expostos, são 27 obras, algumas das quais já foram expostas no
passado, porém outras vêem a luz do dia pela primeira vez, depois de terem
estado anos guardadas. “São todas obras de pintura. Umas são aguarelas, umas a
óleo e outras a Ecoline, que é um tipo de tinta concentrada”, assinalou.
A
temática das pinturas, aponta, é Macau e Lisboa. “O meu pai, depois de fazer um
registo daquilo que queria pintar, chegava depois a casa e concluía o trabalho.
Ele ia à rua com o seu bloco, fazia os seus apontamentos ou tirava fotografias.
Engraçado porque hoje em dia usa-se mais as fotografias e já não se vê pessoas
por aí a desenhar”, comentou.
As
obras, que vão estar todas à venda, já têm vários interessados, estando algumas
já reservadas: “Temos potenciais compradores, porque isto aqui é uma coisa
quase particular, porque todas aquelas pessoas com quem eu me dou algumas
querem ficar com os quadros, já andaram a planear o que querem. Conheço muitas
pessoas que já há anos que compram muitos quadros ao meu pai”.
Quanto
à sua obra preferida, Jorge de Senna Fernandes, responde que não consegue
escolher. “Aquilo é tudo muito pessoal. Eu acho que ele tem quadros muito
giros. Ele tem uma forma de pintar muito diferente daquelas muito exactas. Da
maneira como trabalha, as pessoas reconhecem o sítio onde é, mas não é tipo
fotografia, ele dá sempre o seu toque pessoal, mas consegue identificar-se a
situação, onde é que aquilo se está a passar, é muito pessoal”, descreveu.
Jorge de Senna Fernandes recorda o quão minucioso o seu pai era nos seus
trabalhos e na sua vida em geral. “Todas as pessoas diziam isso”, concluiu. A
exposição vai estar patente na galeria da ARTM até dia 11 de Janeiro e é de
entrada livre. Joana Chantre – Macau in “Ponto
Final”
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