O
Presidente de Portugal ratificou no passado dia 18 o acordo sobre a mobilidade
na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), aprovado na cimeira de
julho da organização, o que permite a sua entrada em vigor no espaço lusófono.
Numa
nota da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que
ratificou “o Acordo sobre a Mobilidade entre os Estados-membros da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa, assinado por ocasião da Cimeira da CPLP em
Luanda, em 17 de julho de 2021”.
“O
acordo de mobilidade agora ratificado constitui o importante passo entre os
países irmãos da CPLP, que irá contribuir para a aproximação da Comunidade aos
seus cidadãos e para o incremento e consolidação das relações de cooperação
existentes entre estes países em todos os domínios”, acrescenta a nota.
O
acordo de mobilidade foi aprovado em 05 de novembro no parlamento português,
com os votos a favor de todos os partidos com assento parlamentar, com exceção
do Chega, que votou contra.
O
acordo de mobilidade foi assinado em Luanda, em 17 de julho, na XIII
Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, na qual Angola assumiu a
presidência da organização até 2023.
Em
30 de julho, o parlamento de Cabo Verde foi o primeiro a aprovar por
unanimidade a ratificação do acordo de mobilidade na CPLP, seguindo-se a
ratificação por São Tomé e Príncipe, em 17 de agosto.
O
acordo para entrar em vigor precisava de ser ratificado por três dos nove
países da organização, e além desta decisão de Portugal também Timor-Leste já
anunciou para breve a ratificação do documento.
A
proposta de acordo sobre mobilidade estabelece um “quadro de cooperação” entre
todos os Estados-membros de uma forma “flexível e variável” e, na prática,
abrange qualquer cidadão.
Aos
Estados é facultado um leque de soluções que lhes permitem assumir
“compromissos decorrentes da mobilidade de forma progressiva e com níveis
diferenciados de integração”, tendo em conta as suas próprias especificidades
internas, na sua dimensão política, social e administrativa.
Neste
contexto, têm a “liberdade (…) na escolha das modalidades de mobilidade, das
categorias de pessoas abrangidas”, bem como dos países da comunidade com os
quais pretendam estabelecer as parcerias.
O
acordo define que a mobilidade CPLP abrange os titulares de passaportes
diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço e os passaportes ordinários.
A
questão da facilitação da circulação tem vindo a ser debatida na CPLP há cerca
de duas décadas, mas teve um maior impulso com uma proposta mais concreta
apresentada por Portugal na cimeira de Brasília, em 2016, e tornou-se a
prioridade da presidência rotativa da organização de Cabo Verde, de 2018 a
2021.
Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP, organização
que este ano comemora 25 anos. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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