Cidade
da Praia – O escritor Tchalê Figueira apresentou na Biblioteca Nacional, na
Cidade da Praia, o livro “Txon Vendido” uma crítica sobre como os
cabo-verdianos pensam e qual é a ideia que têm do futuro de Cabo Verde.
À
Inforpress, o autor explicou que a obra foi iniciada com o livro “Solitário”,
que narra uma história de ficção sobre as ilhas de Cabo Verde que são invadidas
pelas areias onde existe um Governo e Presidente “super corrupto” e há um plano
diabólico dos Estados Unidos e a Europa de quererem fazer de Cabo Verde um
cemitério de lixo nuclear.
“É
uma crítica sobre o nosso Cabo Verde, o futuro do país sobre o que os
cabo-verdianos pensam (…). É isso a história do “Txon Vendido” e de quererem
vender, mas que na minha óptica não se vende porque durante 500 anos vivemos
sempre em flagelo e quando as coisas apertavam sempre sobrevivemos porque
aparece qualquer coisa que nos salva como por exemplo a chuva”, referiu.
Para
o autor, o desejo é que Cabo Verde mude de rumo e a forma como os
cabo-verdianos estão a viver, sendo que, no seu entender, há muitas ilusões,
onde o dinheiro é tudo, o povo é esquecido e o arquipélago não é tratado como
devia ser.
Por
outro lado, disse que a obra é uma critica também a forma do neocolonialismo da
Europa e dos grandes poderes que vem assombrar o país porque tem certos
interesses, e Cabo Verde fica sempre como vítima dessas políticas e das forças
desses mais poderosos.
“Eu
tenho a minha visão daquilo que é a politica cabo-verdiana hoje em dia, eu vejo
coisas que talvez outras pessoas não veem, não sou político, mas sou um cidadão
que está atento aquilo que se passa no nosso país e tenho essa forma de
exprimir aquilo que eu sinto e faço isso nos meus livros e na minha poesia”,
acrescentou.
Tchalê
Figueira disser esperar que as pessoas comprem o livro e façam uma reflexão,
crítica e, talvez, escrevam para os jornais sobre aquilo que leram, apesar de
em Cabo Verde “muitas pessoas” não terem acesso aos livros”.
Avançou
que neste momento já tem uma proposta para a obra, que vai ser lançada sob a
chancela da Livraria Pedro Cardoso, ser adaptada a uma peça de teatro.
Tchalê
Figueira nasceu na cidade de Mindelo, São Vicente, em 1953. Aos 17 anos emigrou
para os Países Baixos, onde foi viver na cidade de Roterdão. Porém, permaneceu
pouco tempo nessa cidade, viajando por vários países da Europa, Ásia e
Américas.
Em
1974, instalou-se em Basileia (Suíça), onde frequentou a escola de belas artes,
definindo o território suíço como a base da sua evolução artística.
Regressou
a Cabo Verde em 1985 e residiu entre a Cidade da Praia, onde possui um ateliê,
e a cidade de Mindelo, onde abriu em Dezembro de 2014 a galeria “Ponta
D’Praia”.
Tchalê
Figueira possui uma vasta colecção pictórica, reconhecida em diversos países,
fruto das diversas exposições concretizadas ao longo do seu percurso artístico.
Como
poeta e romancista publicou “Todos os Naufrágios do Mundo” (1992), “Onde os
Sentimentos se encontram” (1998), “O Azul e Luz” (2002), “Solitário” (2005),
“Ptolomeu e a sua Viagem de Circum-navegação”, (2005), “Contos de Basileia”
(2011), “A Viagem” (2013).
Lançou
ainda “A India que todos procuramos” (2014), “Solitude Blues”, “Uma Pequena
Odisseia Mindelense”, “Moro Nesta Ilha Há Mais de Cinquenta Anos & Outros
Contos” (todos em 2016), “Curtos – 7 contos” (2017), “Idade Poética” (2018) e
“A Viagem” (Reimpressão revista e alterada, 2019). In “Inforpress”
– Cabo Verde
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