O escritor senegalês Mohamed Mbougar Sarr, de 31 anos, foi galardoado
quarta-feira com o prémio Goncourt 2021, a distinção literária mais importante
de França.
Sarr
tornou-se o primeiro escritor de África Subsaariana a vencer este concurso com
a obra "La plus secrète mémoire des hommes", que em português
significa "A mais secreta memória dos homens".
O
livro conta a história de um jovem escritor senegalês que pretende resgatar a memória
de um autor que ficou conhecido como o "Rimbaud Negro" depois da
publicação de um livro em Paris, em 1938, que gerou controvérsia.
Na
história, o personagem principal vai confrontar-se com o colonialismo africano
e o Holocausto e viaja por três países chave: Senegal, França e Argentina. O
presidente da Academia Goncourt, Didier Decoin, defendeu que o livro é um
verdadeiro “hino à literatura".
Mohamed
Sarr nasceu no Senegal, em 1990, e sempre teve resultados escolares de
excelência. Em Paris, dedicou-se ao estudo da literatura africana e deixou o
doutoramento em suspenso para dedicar-se inteiramente ao mundo da escrita.
Apesar disso, o jovem não é um novato nesta área, uma vez que este é o seu
quarto livro.
Mohamed
Sarr publicou a sua primeira obra literária "Terra ciente" aos 24
anos, em 2014, livro que lhe valeu 3 prémios literários. A obra abordava a vida
quotidiana numa vila dominada por jihadistas.
Seguiu-se
a obra "Silence du chœur", em 2017, que foi condecorada por duas
vezes e que se foca em temáticas relacionadas com a vida dos imigrantes na
Sicília.
Por
seu turno, em 2018, lançou "De purs hommes", um livro que aborda a
homossexualidade no continente africano.
Agora,
em 2021, com a conquista deste prestigiado galardão francês, o autor vai
tornar-se ainda mais lido no mundo, uma vez que o prémio é conhecido por fazer
disparar as vendas dos autores vencedores.
Em
entrevista aos jornalistas, Mohamed Sarr mostrou-se muito feliz com este
reconhecimento: "Eu sinto muita alegria".
O
escritor defendeu ainda que "não há idade na literatura. Pode chegar-se
muito jovem, aos 30, aos 67, aos 70 ou ser-se muito velho".
Em
2020, o mesmo prémio foi atribuído a Hervé Le Tellier, com o romance "A
anomalia", que foi editado em Portugal pela Presença e que obteve no
horizonte temporal de 1 ano, mais de 1 milhão de vendas.
Em
2019, Jean-Paul Dubois sagrou-se vencedor com a obra "Tous les hommes
n'habitent pas le monde de la même façon", o que traduzido quer dizer “Nem
todos os homens vivem da mesma maneira no mundo”. In “Agência
de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau com “RFI”
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