No domingo celebra-se a aprendizagem através dos bonecos na exposição e nos espectáculos do 7.º Encontro das Marionetas da Casa de Portugal. A magia e pedagogia do mundo das marionetas, desenvolvidas em Macau pela professora Elisa Vilaça, vão estar expostas através de uma cenografia de seis diferentes histórias
A
Casa de Portugal realiza, no domingo, a inauguração o 7.º Encontro de
Marionetas e vai apresentar, de domingo até ao dia 28 deste mês, diversas
actividades e espectáculos, tais como uma exposição onde 50 marionetas
artesanais estarão expostas em diferentes cenários. No último dia, realizam-se
dois espectáculos diferentes de encerramento.
Elisa
Vilaça, formada em Ciências da Educação e professora primária, está no
epicentro do mundo das marionetas em Macau e, ao Ponto Final, explicou que este
ano o evento vai ser constituído por três momentos. Na inauguração da exposição
estarão patentes 50 marionetas de variados géneros, todas elas construídas por
Elisa Vilaça durante os dez anos em que trabalhou na Casa de Portugal.
“Há
10 anos que estou aqui a trabalhar e durante este período foram realizadas
algumas paradas e teatros de marionetas, e todos os bonecos que foram feitos
por mim estão agora aqui expostos”, refere, acrescentando: “Como o evento
pretende ter também uma vertente bastante pedagógica, é na Residência Consular
que a exposição vai estar patente, e é constituída por diferentes tipos de
bonecos, com várias técnicas de manipulação, de fios, de varas, de manipulação
directa, etc.”.
A
vertente pedagógica, explica a professora, reflecte-se nas histórias contadas
através das marionetas, que servem, em grande parte, de veículo para a
transmissão de mensagens e de formação. “Na exposição, podemos encontrar, por
exemplo, uma história que é contada só com sapatos, ou outra que é feita apenas
com materiais reciclados, aliás, toda a cenografia é feita com caixas de madeira
aproveitadas”, assinala.
O
conteúdo da exposição, que gira em torno da cenografia de seis diferentes
histórias, são um recordar das marionetas e histórias que já foram apresentadas
nos encontros dos outros anos e também, no Instituto Cultural, dentro do
Festival de Artes. A primeira história é a do “Capuchinho Vermelho”, há também
o cenário de “Encantos”, a do “Circo”, a do “Sonho”, a do “Gato Que Ensinou a
Gaivota a Voar”, a o “Arraial” e depois “há também umas outras figuras já mais
num contexto literário”, refere.
As
histórias representadas umas são criadas pela própria professora e outras são
histórias infantis populares. “O ‘Encanto’, o ‘Sonho’ e o ‘Arraial’ são as
histórias criadas por mim, mas o ‘Arraial’ é muito baseado nos nossos reflexos
portugueses, feito dentro de uma barraca, à imagem das nossas”, reflecte.
Todas
as marionetas representadas na exposição foram feitas por Elisa Vilaça. “Este
ano representa os dez anos que eu estou a trabalhar na Casa de Portugal, o que
eu produzi a nível de espectáculos esta aqui tudo concentrado”, explica.
Elisa
Vilaça confessa que mais que fazer o espectáculo, o importante é criar bonecos
que a própria possa explorar nas várias vertentes com as crianças nas escolas.
“É fundamental”, assinala, completando: “Eu digo sempre que a marioneta é um
objecto utilizado numa leitura transversal. Seja a criança que for, do país em
que vive, da religião que tem, do seu contexto sociocultural, socioeconómico, a
reacção das crianças perante os bonecos e os espectáculos é toda a mesma”,
nota.
Os
dois espectáculos de marionetas, serão ambos no dia 28, nomeadamente, “Era Uma
Vez”, de Elisa Vilaça, com a manipulação da própria e também de José Nyogeri e
Sérgio Feiteira, que conta uma história sem linguagem além da musical. “É uma
história baseada principalmente na forma como as pessoas comunicam nas
diferentes culturas, seja o país que for, todo ele tem o contexto cultural
muito próprio, com as suas tradições, e essas tradições vão passando graves de
uma história que é contada dentro de uma barraca”, explica. Este espectáculo de
duração de meia hora, será seguido de “O Jardineiro”, de Sérgio Rolo,
manipulado pelo próprio, que conta a história de um jardineiro e do seu jardim
ambulante. Joana Chantre – Macau in “Ponto
Final”
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