Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Macau - O 7.º Encontro das Marionetas de Elisa Vilaça: A celebração de uma década de pedagogia a brincar

No domingo celebra-se a aprendizagem através dos bonecos na exposição e nos espectáculos do 7.º Encontro das Marionetas da Casa de Portugal. A magia e pedagogia do mundo das marionetas, desenvolvidas em Macau pela professora Elisa Vilaça, vão estar expostas através de uma cenografia de seis diferentes histórias


A Casa de Portugal realiza, no domingo, a inauguração o 7.º Encontro de Marionetas e vai apresentar, de domingo até ao dia 28 deste mês, diversas actividades e espectáculos, tais como uma exposição onde 50 marionetas artesanais estarão expostas em diferentes cenários. No último dia, realizam-se dois espectáculos diferentes de encerramento.

Elisa Vilaça, formada em Ciências da Educação e professora primária, está no epicentro do mundo das marionetas em Macau e, ao Ponto Final, explicou que este ano o evento vai ser constituído por três momentos. Na inauguração da exposição estarão patentes 50 marionetas de variados géneros, todas elas construídas por Elisa Vilaça durante os dez anos em que trabalhou na Casa de Portugal.

“Há 10 anos que estou aqui a trabalhar e durante este período foram realizadas algumas paradas e teatros de marionetas, e todos os bonecos que foram feitos por mim estão agora aqui expostos”, refere, acrescentando: “Como o evento pretende ter também uma vertente bastante pedagógica, é na Residência Consular que a exposição vai estar patente, e é constituída por diferentes tipos de bonecos, com várias técnicas de manipulação, de fios, de varas, de manipulação directa, etc.”.

A vertente pedagógica, explica a professora, reflecte-se nas histórias contadas através das marionetas, que servem, em grande parte, de veículo para a transmissão de mensagens e de formação. “Na exposição, podemos encontrar, por exemplo, uma história que é contada só com sapatos, ou outra que é feita apenas com materiais reciclados, aliás, toda a cenografia é feita com caixas de madeira aproveitadas”, assinala.

O conteúdo da exposição, que gira em torno da cenografia de seis diferentes histórias, são um recordar das marionetas e histórias que já foram apresentadas nos encontros dos outros anos e também, no Instituto Cultural, dentro do Festival de Artes. A primeira história é a do “Capuchinho Vermelho”, há também o cenário de “Encantos”, a do “Circo”, a do “Sonho”, a do “Gato Que Ensinou a Gaivota a Voar”, a o “Arraial” e depois “há também umas outras figuras já mais num contexto literário”, refere.

As histórias representadas umas são criadas pela própria professora e outras são histórias infantis populares. “O ‘Encanto’, o ‘Sonho’ e o ‘Arraial’ são as histórias criadas por mim, mas o ‘Arraial’ é muito baseado nos nossos reflexos portugueses, feito dentro de uma barraca, à imagem das nossas”, reflecte.

Todas as marionetas representadas na exposição foram feitas por Elisa Vilaça. “Este ano representa os dez anos que eu estou a trabalhar na Casa de Portugal, o que eu produzi a nível de espectáculos esta aqui tudo concentrado”, explica.

Elisa Vilaça confessa que mais que fazer o espectáculo, o importante é criar bonecos que a própria possa explorar nas várias vertentes com as crianças nas escolas. “É fundamental”, assinala, completando: “Eu digo sempre que a marioneta é um objecto utilizado numa leitura transversal. Seja a criança que for, do país em que vive, da religião que tem, do seu contexto sociocultural, socioeconómico, a reacção das crianças perante os bonecos e os espectáculos é toda a mesma”, nota.

Os dois espectáculos de marionetas, serão ambos no dia 28, nomeadamente, “Era Uma Vez”, de Elisa Vilaça, com a manipulação da própria e também de José Nyogeri e Sérgio Feiteira, que conta uma história sem linguagem além da musical. “É uma história baseada principalmente na forma como as pessoas comunicam nas diferentes culturas, seja o país que for, todo ele tem o contexto cultural muito próprio, com as suas tradições, e essas tradições vão passando graves de uma história que é contada dentro de uma barraca”, explica. Este espectáculo de duração de meia hora, será seguido de “O Jardineiro”, de Sérgio Rolo, manipulado pelo próprio, que conta a história de um jardineiro e do seu jardim ambulante. Joana Chantre – Macau in “Ponto Final”


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