O
Presidente da República, Filipe Nyusi, reafirmou ontem na Coreia do Sul que a
paz, segurança e a estabilidade são condições essenciais para o desenvolvimento
da economia, incluindo os projectos de gás natural, pelo que o seu Governo está
determinado a tudo fazer para remover o último obstáculo até se restaurar a
segurança em Cabo Delgado.
Nyusi,
que falava na cerimónia oficial que marcou o início (simbólico) do reboque da
plataforma flutuante que vai produzir gás natural no campo Coral Sul, em Cabo
Delgado, disse aos investidores que, nos últimos tempos, as forças armadas,
apoiadas pelo Ruanda e a SADC, têm estado a registar avanços consideráveis no
combate aos terroristas.
Neste
quadro, encorajou os investidores dos projectos, sobretudo da Área 1 da Bacia
do Rovuma, liderados pela Total, a equacionarem a retoma dos seus investimentos
interrompidos devido à deterioração das condições de segurança.
Explicou
que o Governo continua a manter a comunicação com as concessionárias para
juntos avaliarem as condições e determinar o momento certo para a retoma das
actividades na Área 1, tendo como atenção primária a protecção de vidas humanas
nas comunidades e nos investimentos.
Referindo-se
ao projecto Coral Sul-FLNG, liderado pela Eni, o Presidente da República disse
que a sua entrada em actividade em 2022 é uma boa notícia, porquanto Moçambique
de pequeno produtor de gás natural passará a ser um actor relevante no mercado
mundial deste hidrocarboneto.
Acrescentou
que a descoberta, em 2010, de uma das maiores reservas de gás do mundo mudou as
perspectivas sobre a economia de Moçambique e abriu novos horizontes de
desenvolvimento que começam a fazer-se sentir com a conclusão da plataforma e
da perfuração dos seis poços submarinos em princípios de Novembro, o que
permitirá o início da produção do gigantesco reservatório Coral Sul, na Bacia
do Rovuma.
“Hoje
temos a oportunidade de observar que, não obstante as contrariedades da
pandemia da Covid-19 e outros desafios, foi possível implementar o projecto
dentro do tempo previsto, garantindo que o início da produção do GNL continue
agendado para 2022, o que evidencia a nossa determinação e resiliência”.
A
cerimónia de início simbólico do reboque do Coral-FLNG contou, igualmente, com
a participação do Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In, para quem este
evento vai, certamente, reforçar a cooperação entre Moçambique e a Coreia do
Sul.
Já
o director de Desenvolvimento, Operações e Eficiência Energética da Eni,
Stefano Maione, fez saber que até ao momento o projecto Coral-Sul FLNG tem um
progresso de 96 por cento, sendo que os trabalhos realizados obedecem ao
cronograma traçado.
Garantiu
que o Coral Sul-FLNG obedece a todos os padrões de eficiência e está na
vanguarda em termos de tecnologia. Assegurou também que o projecto terá queima
zero, colocando Moçambique na liderança em termos da tecnologia usada na
indústria de gás natural liquefeito.
Refira-se
que Coral Sul-FLNG é a quarta plataforma construída pela Samsung e a primeira
especializada para produzir gás natural em águas profundas.
Para
a Samsung, com a conclusão da construção da plataforma, não restam dúvidas de
que Moçambique se tornará, nos próximos tempos, o centro do GNL no mercado
global.
Importa
realçar que a plataforma Coral Sul-FLNG foi baptizada pela primeira-dama,
Isaura Nyusi, que, na ocasião, desejou uma viagem segura para a tripulação
composta por 96 pessoas, incluindo três moçambicanos.
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