Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 30 de novembro de 2025

Luxemburgo – Continua a crescer o transporte coletivo de carros elétricos em carril, denominado Tram

O Governo aprovou a extensão do elétrico até ao Centro Hospitalar do Luxemburgo. O trajeto de 2,2 km inclui quatro estações e um túnel. O objetivo é descongestionar o tráfego na Route d'Arlon


A novidade foi divulgada na sexta-feira à noite através de um comunicado de imprensa que descreve as decisões tomadas nesse dia pelo Conselho de Governo. O Conselho "aprovou o projeto de lei relativo à construção do prolongamento da linha de elétrico entre a Place de l'Étoile e o nó do CHL, que visa autorizar e financiar o prolongamento da linha de elétrico ao longo da Route d'Arlon", lê-se, juntamente com a reforma da "carta verde" desmaterializada.

Como se sabe, os eléctricos luxemburgueses pretendem expandir-se em várias frentes. A sul, evidentemente, a extensão graças ao elétrico rápido que irá até Esch-sur-Alzette e Belval. A norte, a segunda linha, que atravessará o bairro de Kirchberg. Em seguida, para oeste, temos os dois projectos de extensão: o que atravessa o futuro bairro de Nei Hollerich e esta linha que ligará ao Centro Hospitalar do Luxemburgo (CHL) a partir da Place de l'Étoile.


Parte da linha será subterrânea

Tal como anunciado anteriormente pela Ministra da Mobilidade Yuriko Backes (DP) e pela Luxtram, o trajeto seguirá a Route d'Arlon, uma ligação estratégica entre a capital e Strassen, e terá 2,2 km de comprimento.

Foi igualmente explicado que incluiria quatro novas estações e que seria escavado um túnel de 550 metros na segunda metade do seu trajeto, entre o futuro "Wunnquartier Stade" (no local do estádio Josy Barthel e o Centre Hospitalier de Luxembourg, onde um novo edifício principal deverá estar operacional em 2028). O objetivo é reduzir o impacto no tráfego e no planeamento urbano.

A Place de l'Étoile será igualmente remodelada, com espaços verdes, zonas pedonais e uma ciclovia separada do tráfego automóvel.

O objetivo é descongestionar o tráfego na Route d'Arlon, facilitar o acesso ao hospital e oferecer uma alternativa sustentável ao automóvel.  O custo estimado é de 171 milhões de euros, segundo um comunicado divulgado pela ministra Yuriko Backes nas redes sociais neste sábado, 29 de novembro. “114 milhões de euros serão cobertos pelo Estado e 57 milhões de euros pela cidade de Luxemburgo”, explicou.

Deveremos saber mais em breve com o projeto de lei. A data de início das obras ainda não foi anunciada, evidentemente, mas teremos de esperar, pelo menos, até 2032 para que esta nova e importante extensão esteja concluída. Julien Carette – Luxemburgo in “Contacto”







“Traduzir-se”









“Traduzir-se”

 

Uma parte de mim

é todo mundo:

outra parte é ninguém:

fundo sem fundo.

 

Uma parte de mim

é multidão:

outra parte estranheza

e solidão.

 

Uma parte de mim

pesa, pondera:

outra parte

delira.

 

Uma parte de mim

almoça e janta:

outra parte

se espanta.

 

Uma parte de mim

é permanente:

outra parte

se sabe de repente.

 

Uma parte de mim

é só vertigem:

outra parte,

linguagem.

 

Traduzir uma parte

na outra parte

— que é uma questão

de vida ou morte —

será arte?

 

Ferreira Gullar – Brasil

In Na vertigem do dia” (1980, Editora Companhia das Letras)



____________

Poeta e homem de letras brasileiro, Ferreira Gullar nasceu com o nome de José Ribamar Ferreira a 10 de setembro de 1930 na cidade de São Luís, a capital do estado do Maranhão, e morreu a 4 de dezembro de 2016, no Rio de Janeiro. Filho de um comerciante e irmão de dez outras crianças, iniciou os seus estudos aos sete anos de idade no Jardim Decroli. A partir dos nove passou a receber educação formal através de professores particulares e, mais tarde, foi inserido num colégio, de onde fugiu eventualmente.

Na tentativa de mitigar o problema disciplinar da criança, os pais tomaram a decisão de a matricular, em 1941, no Colégio de São Luís de Gonzaga. Remediando o seu comportamento, manteve-se um aluno recomendável durante algum tempo. Não obstante o facto de ter sido admitido depois no Ateneu Comercial Teixeira Mendes com honras e louvores, tornou a dispersar-se, reprovando um ano. Transferiram-no então para a Escola Técnica de São Luís, instituição de ensino menos exigente e mais liberal.

Foi salvo pela descoberta da poesia: apaixonando-se com apenas treze anos de idade por uma vizinha, renunciou ao companheirismo das brincadeiras de criança para se encafuar nas bibliotecas públicas, em busca de inspiração para a feitura dos seus versos de amor. Passou em consequência a obter resultados excecionais na disciplina de Português, graças sobretudo ao seu talento para as composições.

Terminou o ensino secundário em 1948, ano em que não só publicou o seu primeiro poema num jornal local, como começou também a trabalhar, quer como locutor radiofónico quer como colaborador num outro órgão da comunicação social. No ano seguinte publicou o seu primeiro livro, uma coletânea de poemas intitulada Um Pouco Acima do Chão (1949).

Em 1950 foi testemunha de um acontecimento trágico. Durante um comício de um candidato contra o regime de ditadura, assistiu ao assassinato de um operário durante uma carga policial. Recusando-se a ler a notícia ao microfone da rádio estatal em que trabalhava, foi despedido, mas logo convidado a juntar-se à digressão eleitoral do político em questão. Ainda em meados do mesmo ano, saiu vencedor de um concurso literário de relevo.

Sabendo-se persona non grata pelas autoridades do Maranhão, decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1951. Passou a colaborar com diversas publicações, não só como redator, mas também na qualidade de revisor. Contraindo depois o bacilo da tuberculose, foi obrigado a um período de convalescença de cerca de três meses.

Em 1954 publicou uma das suas obras mais conhecidas, a compilação de poemas Luta Corporal e, em 1959, deu um passo importante ao surgir com o Manifesto Neo-Concreto, no qual procurava qualificar a sua própria poesia. Juntando-se a alguns artistas plásticos, chegou a apresentar instalações interactivas, combinando a palavra com a pintura e a escultura.

Em 1961 foi nomeado diretor da Fundação Cultural de Brasília e, no âmbito das suas funções, iniciou a construção do Museu de Arte Popular. No ano seguinte publicou João Boa-Morte, Cabra Marcado Para Morrer (1962) e Quem Matou Aparecida (1962).

Tomando contacto com o movimento estudantil brasileiro, foi gradualmente radicalizando as suas opiniões políticas até que, em 1964, se afiliou no Partido Comunista. Preso pelos esbirros da ditadura em 1968, juntamente com Gilberto Gil e Caetano Veloso, partiu para o exílio em 1971, primeiro rumo à ex-União Soviética, logo para Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires. Regressando ao Brasil apenas em meados de 1977, foi preso novamente. Liberto após muitas e demoradas diligências tomadas por parte dos seus amigos, Ferreira Gullar pôde retomar as suas actividades poéticas e jornalísticas.

Após o aparecimento das obras compostas no exílio e, muitas delas impressas no estrangeiro, como Dentro da Noite Veloz (1975) e Poema Sujo (1976), o autor publicou Na Vertigem do Dia (1980), Barulhos (1987), O Formigueiro (1991) e Muitas Vozes (1999), entra outras de diversos géneros.

Em 1992 foi nomeado director do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, cargo que ocupou até 1995. A sua vida e a sua obra foram muitas vezes agraciadas, tendo sido homenageado com vários prémios literários internacionais, com particular destaque para o Prémio Príncipe Claus da Holanda e para o Prémio Camões, em 2010. In “Wook”



 

Sei lá











Vamos aprender português, cantando

 

Sei lá

 

Sei lá

de onde venho,

parece que ao invés de ser

vou teimar

no que não tenho

e no que tenho a perder.

 

Não tem mal

não ter jeito

pra prece e pra agradecer

não tem mal

ter defeito,

não é por não os ter

que não vaza o lugar de quem lá vai

vai vai vai vai vai vai vai

quem lá vai

vai vai vai vai vai vai vai.

 

Sei lá

de onde venho,

parece que não sei bem ver

um lugar

que eu não estranhe

onde era a pertencer.

Não tem mal

não ter ganho,

parece que não sei crescer

não tem mal

se me engano

quando era pra saber

que ninguém tapa o lugar de quem lá vai

vai vai vai vai vai vai

quem lá vai

vai vai vai vai vai vai

quem lá vai

vai vai vai vai vai vai

quem lá vai

vai vai vai vai vai vai

 

Márcia - Portugal


 

sábado, 29 de novembro de 2025

Canadá - Angolanos celebram o 50.º aniversário da Independência Nacional em Toronto

A comunidade angolana celebrou, em Toronto, a tradicional Gala da Dipanda, que este ano assinalou o 50.º aniversário da independência de Angola. A iniciativa, promovida pela Comunidade Angolana de Ontário (ACO, na sigla em inglês), comemorou também os 35 anos da criação da associação, reunindo membros da diáspora, representantes do corpo diplomático angolano acreditado no Canadá e outros convidados. O evento decorreu num ambiente de confraternização, animado pela música, dança e gastronomia típica de Angola


Na abertura do evento, a presidente da ACO, Joyce Santos, destacou a emoção da dupla celebração: “O meu coração está cheio de felicidade. Estamos a celebrar 50 anos de independência e 35 anos da criação desta organização comunitária angolana em Ontário. Ver o nosso povo e os amigos de Angola reunidos com o mesmo propósito, a celebrar uma etapa tão importante, é motivo de grande alegria.”

Joyce Santos elogiou ainda o crescimento da participação comunitária e deixou votos de continuidade: “Quero felicitar a comunidade angolana por tudo o que alcançou até aqui, pelo crescimento e pela união. Desejo prosperidade e que continuemos a atingir novos patamares, que nos permitam chegar a outras comunidades e sermos reconhecidos no Canadá como uma comunidade forte, integrada e vibrante.”

O vice-presidente da ACO, Anael Sambo, reforçou a importância da união e do trabalho conjunto, salientando que estes encontros promovem o papel da comunidade angolana no Canadá e a integração das novas gerações.

Ao longo da noite, participantes e convidados partilharam mensagens de orgulho, lembrando a história e os sacrifícios que permitiram a conquista da independência. Para Nai Webba, foi um momento de profunda celebração: “Todo o angolano devia sentir orgulho neste dia. Foram muitas batalhas e sacrifícios para chegarmos aqui. Celebrarmos esta história tão bonita e custosa para o nosso povo, mesmo fora de Angola, enche-nos de orgulho.”

Os irmãos Oakley e Kayan Newman destacaram a importância de marcar presença e felicitaram a comunidade, realçando a beleza de Angola e das suas gentes, e o significado especial dos 50 anos de independência.

Com a participação e colaboração de membros da comunidade, do corpo diplomático angolano e de amigos de Angola, as comemorações do cinquentenário prolongaram-se ao longo de novembro, com várias iniciativas simbólicas e oficiais. Entre elas, destacaram-se as cerimónias de hasteamento da bandeira de Angola na Assembleia Legislativa de Ontário, na Câmara Municipal de Toronto e, pela primeira vez, na Câmara Municipal de Hamilton, assim como a festa comemorativa organizada pelo Kandando Toronto.

O programa deste ano incluiu também ações de plantação de árvores e um culto religioso na Igreja Admito, dedicado à oração e à reflexão sobre as cinco décadas de independência.

Graças a estas iniciativas, novembro reafirma-se como o principal mês de celebração para a comunidade angolana no Canadá, fortalecendo os laços culturais e identitários e consolidando a presença angolana no mosaico multicultural canadiano, transformando este período no verdadeiro mês da herança cultural angolana no país. In “Milénio Stadium” - Canadá


Macau - Revela nível “baixo” de proficiência em inglês

A China ficou em 86.º lugar no relatório EF Engish Proficiency Index de 2025, destinado a avaliar o domínio da língua inglesa em vários países do mundo. Por sua vez, Macau surge em 15.º lugar num ranking de 24 regiões e cidades chinesas, muito abaixo de Hong Kong e Zhejiang


O nível de proficiência na língua inglesa em Macau foi considerado “baixo” no novo relatório do EF Engish Proficiency Index (EF EPI), publicado recentemente pela EF Education First (EF). Os dados recolhidos em 2025 atribuíram apenas 478 pontos a Macau, que fica assim posicionado abaixo de outras regiões chinesas como Zhejiang, Guangdong e Sichuan.

A China situa-se no 86.º lugar do ranking global, com 464 pontos, numa lista que inclui 123 países e regiões da Europa, Ásia, América Latina, África e Médio Oriente. Dos cinco níveis atribuíveis a cada país (“muito elevado”, “elevado”, “moderado”, “baixo” e “muito baixo”), a proficiência em inglês na China foi classificada como “baixa”, entre o Malawi e Moçambique (empatados com 465 pontos) e a Palestina (com 463 pontos). A classificação chinesa ficou também abaixo da classificação média global, que atingiu os 488 pontos.

Olhando apenas para o continente asiático, a China surge a meio da tabela com uma proficiência superior à do Japão e da Tailândia, por exemplo, mas inferior à da Índia, do Paquistão, do Vietname ou da Coreia do Sul. A Malásia e as Filipinas lideram a tabela da Ásia, cada uma conquistando 581 e 569 pontos. Entre os 25 países e regiões aqui contemplados, a China fica na 13.ª posição.

Hong Kong e Zhejiang são as regiões chinesas que mais dominam o inglês, sobressaindo com classificações respectivas de 538 e 506 pontos, correspondentes a um nível “moderado”. Analisando por cidades, aquelas que mais se evidenciam são Hangzhou, Pequim, Nanjing, Changsha, Xangai e Jinan, todas avaliadas entre os 515 e os 502 pontos.

Os resultados da edição de 2025 mostram uma subida de nove pontos em relação ao relatório do ano passado, em que o país obteve apenas 455. Não obstante, a grande maioria das regiões e cidades chinesas continua a incidir no nível “baixo”. Para além de Macau, também se incluem nestes parâmetros regiões como Fujian (489), Hubei (482) e Hainão (458) e as cidades de Cantão e Shenzhen (ambas com 498 pontos), Chengdu (472) e Chongqing (460). Por último, no nível mais baixo de proficiência incluem-se as regiões de Gansu (447), Henan (433) e Guizhou (429), bem como a cidade de Zhengzhou (439).

Das quatro capacidades básicas essenciais à aprendizagem de uma língua estrangeira – “ler”, “ouvir”, “falar” e “escrever” –, os participantes chineses mostraram-se mais confiantes na leitura e na escrita, onde atingiram um nível “baixo” com pontuações respectivas de 492 e 455. Por outro lado, as capacidades de compreensão e produção oral totalizaram 436 e 448 pontos, respectivamente, e foram classificadas com o nível “muito baixo”.

A faixa etária com maior desenvoltura no inglês é a dos 21 aos 25 anos, verificando-se uma pontuação média de 485 neste grupo. Por outro lado, tanto os mais jovens (entre os 18 e os 20 anos) como os mais velhos (a partir de 41 anos) revelam pontuações mais baixas, de 452 e 449, respectivamente. No que respeita aos sexos, não se manifestam quaisquer diferenças: tanto os homens como as mulheres obtiveram uma pontuação igual de 464.

Os Países Baixos lideram o ranking geral com uma proficiência “muito alta” de 624 pontos. Portugal, no sexto lugar (612 pontos), é o único país do sul da Europa a conquistar o nível máximo de proficiência, situando-se entre países como a Noruega (613), a Dinamarca (611) e a Suécia (609). No fundo da tabela, estão a Líbia (395), a Costa do Marfim (393) e o Camboja (390).

O EF EPI foi elaborado a partir dos resultados de testes de proficiência realizados por cerca de 2,2 milhões de participantes de 123 países e regiões: 37 na Europa, 28 em África, 25 na Ásia, 20 na América Latina e 13 no Médio Oriente. Carolina Baltazar – Macau in “Ponto Final”


Timor-Leste destaca acordo aéreo com Macau

O Governo timorense sublinhou a importância do Acordo de Serviços Aéreos, em preparação para ser assinado entre Macau e Timor-Leste, pela possibilidade que abre aos voos aéreos diretos do país para a região chinesa da Grande Baía

Num discurso no Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), que abriu uma sessão de promoção do investimento em Timor-Leste, o ministro timorense para o Planeamento e Investimento Estratégico (MPAE), Gastão Francisco de Sousa, sublinhou a importância do acordo, pela “possibilidade de estabelecer ligações aéreas diretas entre Timor-Leste, Macau e a Grande Baía”.

O voo semanal entre Díli e Xiamen, na província chinesa de Fujian, “continua a reforçar as ligações” entre Timor-Leste e China, sublinhou o dirigente, referindo-se à única rota aérea direta entre os dois países, inaugurada em fevereiro.

Referindo-se ainda ao plano de ação trienal do Fórum de Macau, o ministro timorense destacou as medidas previstas no setor financeiro ao incluir o “uso da moeda chinesa, o renminbi (RMB), no comércio bilateral”, e saudou “a abertura dos mercados financeiros chineses ao investimento externo”.

“Para Timor-Leste, esta cooperação permitiria apoiar a comunidade empresarial chinesa em Díli, reforçar fluxos de investimento e aprofundar a integração regional, sobretudo no contexto da ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático]”, organização à qual Timor-Leste aderiu formalmente em outubro.

O Chefe do Executivo de Macau, Sam Hou Fai, destacou na semana passada a prioridade dada à “promoção do renmimbi” nas trocas comerciais com os mercados lusófonos.

Sam Hou Fai recordou que, em maio, os bancos centrais da China e do Brasil assinaram um memorando de cooperação estratégica financeira e renovaram um acordo bilateral de linhas de câmbio nas moedas locais.

Pequim, uma das principais capitais promotoras do Brics Pay – sistema de pagamentos dos BRICS, alternativo ao Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (SWIFT, dominado pelo dólar, e instrumento usado frequentemente pelo Ocidente para a imposição de sanções), tem procurado internacionalizar o renmimbi, moeda que não é inteiramente convertível em outras moedas.

Gastão Sousa, que está em Macau quando Timor-Leste comemora os 50 anos da proclamação unilateral da independência em 28 de novembro de 1975, saudou ainda o aprofundamento da “cooperação prática com a China em vários setores prioritários”.

“Nas pescas, trabalhamos com a Direção-Geral de Pescas para garantir que a cooperação no âmbito do Fórum de Macau esteja alinhada com a nossa Política para a Economia Azul, acolhendo investimentos de grande dimensão, como o projeto da Guangxi Yanxi Fishery Development, através da Timor Sea Fishery Development, num valor equivalente a 685 milhões de dólares”, pontuou o ministro.

Já no setor da agricultura, o governante timorense sublinhou a importância da cooperação entre sete municípios de Timor-Leste e a província de Hunan, na China, especialmente na produção de arroz e no desenvolvimento turístico agrícola.

“Acolhemos igualmente o investimento plurifásico do Grupo Caizi China, no valor de mil milhões de dólares, já iniciado com a construção da fábrica de manufatura em Ulmera e do ‘resort’ integrado em Tíbar, Liquiçá”, concretizou.

O governante deixou um convite às entidades oficiais de Macau e aos empresários presentes na sessão a explorarem “oportunidades nos setores do turismo, agricultura, energia renovável, economia azul, serviços digitais, transporte e logística” e ainda à construção de parcerias nos setores do conhecimento e da tecnologia. In “Plataforma” – Macau com “Lusa”


Cabo Verde - "Nô tchal tê li”: Ceuzany dá voz às vítimas de violência doméstica no novo álbum

O novo trabalho discográfico da cantora foi produzido por Hernâni Almeida e é composto por dez faixas


A cantora Ceuzany lançou na passada semana o seu novo álbum Nô tchal tê li em todas as plataformas digitais. O novo trabalho discográfico reúne dez faixas e tem como eixo central o tema da violência doméstica, apresentado no single que dá nome ao projeto.

“Confrontando a perda de alegria, a agressão e o apagamento na sua própria luz, a protagonista encontra finalmente a coragem ao reconhecer o impacto destrutivo da relação e escolher o seu próprio caminho”, lê-se num comunicado da produtora Harmonia.

Com sensibilidade e força interpretativa, Ceuzany dá voz a uma realidade dura, convertendo-a num hino de libertação e afirmação pessoal, reforçando a urgência em dar visibilidade às histórias de sobrevivência e ao direito à dignidade.

Com produção de Hernâni Almeida, Nô tchal tê li apresenta composições de diversos autores, entre jovens criadores e nomes já consolidados.

Entre os destaques está “Riola de Casal”, um inédito que junta Ceuzany e Fábio Ramos numa sátira mindelense à traição amorosa, com letra de Manel d’Novas. A faixa combina humor, ironia e a autenticidade da gíria local.

O álbum integra também uma nova interpretação de “Nutridinha”, tema imortalizado por Cesária Évora. Nesta versão, Ceuzany celebra a tradição musical cabo-verdiana, aproximando o público das profundas raízes culturais do país.

O disco inclui ainda uma homenagem a Jorge Neto com a faixa “Sem Ninguém”, reafirmando o legado do artista na música nacional.

As restantes faixas trazem composições de nomes como Elida Almeida, Lúcio Vieira, Gregório Gonçalves (Ti Goy), Helder Dias (Doca), Jenifer Solidade e Arymar (Ary Kueka).

Nascida no Senegal e radicada no Mindelo desde a infância, Ceuzany iniciou a carreira atuando em bares e hotéis da cidade, seguindo depois para o grupo Eclipse, com o qual realizou apresentações internacionais.

Em 2007, integrou o Cordas do Sol, a convite de Arlindo Évora. Paralelamente, desenvolve carreira a solo desde 2012, afirmando-se como figura destacada da música cabo-verdiana contemporânea. Ceuzany é autora também dos álbuns “Nha vida” de 2013 e “Ilha d’Melodia” de 2016. In “Balai Cabo Verde” – Cabo Verde


sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Angola - Obra “Kiela Kia Xe – Rituais da Tradição Ambundu” enaltece a cultura nacional

A União dos Escritores Angolanos (UEA) acolherá, no dia 3 de Dezembro, às 16h30, o acto de venda e sessão de autógrafos da obra “Kiela Kia Xe – Rituais da Tradição Ambundu”, da autoria do professor e investigador das tradições orais angolanas, Miguel Lubwatu, sob a chancela da editora Dyembu Dyetu


O livro, com 78 páginas, divididas em quatro capítulos, enquadra-se na área da antropologia sociocultural e retrata diversos aspectos da vida das comunidades Ambundu, e aborda rituais de tradição oral relacionados com o nascimento, casamento, morte, bem como o papel da família enquanto instituição fundamental na preparação do indivíduo para a vida em sociedade.

A obra, com o título sugestivo Kiela Kia Xe, que significa assembleia ou espaço onde se resolviam os problemas da sociedade da Ngola, povos que integravam o antigo Reino do Ndongo, resulta de uma pesquisa de campo realizada em comunidades rurais dos Ngola do Ndongo. Segundo o autor, o objectivo principal da pesquisa foi compreender o quotidiano do povo Ambundu desde os seus ancestrais até à actualidade.

No primeiro capítulo, intitulado Práticas culturais, actividades económicas e de sustentabilidade do povo Ambundu, o autor destaca o valor da saudação, o ditabu (local de captação de água para consumo comunitário), a fogueira, o sistema de educação tradicional, a arquitectura, a pesca e a caça.

O segundo capítulo centra-se nos rituais de passagem, abordando o nascimento, casamento e morte. Lubwatu descreve os rituais de nascimento de uma criança e de gémeos, o valor cultural da placenta, os rituais associados à primeira menstruação, o papel antropológico dos casamentos tradicionais e a importância dos tios e tias nas estruturas familiares.

Já o terceiro capítulo aborda os antropónimos ambundu, explicando o valor cultural do nome e as circunstâncias em que determinados nomes são atribuídos. Por sua vez, o quarto e último capítulo, o autor debruça-se sobre a Wanga (feitiço), analisando aspectos ligados à feitiçaria: a sua origem, quem a confere, as motivações para recorrer a ela, os tipos existentes na cultura Ambundu, bem como as vantagens, desvantagens e armadilhas associadas.

Importância cultural do Kiela Kia Xe

Para Miguel Lubwatu, o Kiela Kia Xe é um espaço de tradição e transmissão de conhecimento. Ali eram definidas estratégias militares pelos reis Ngola, discutidos os problemas do Reino do Ndongo e orientada a educação da população. Segundo o autor, a escolha do tema visa resgatar a verdadeira essência deste espaço, frequentemente associado, de forma errada, ao feitiço por parte das gerações mais jovens.

“Sou professor de Língua Kimbundu e noto que muitos estudantes associam elementos da nossa cultura ao feitiço. Procuro resgatar o Kiela Kia Xe como um espaço de sabedoria, orientação e partilha de valores para a juventude”, afirmou.

Lubwatu lamenta que muitos jovens conheçam melhor a realidade de outros países do que a sua própria cultura, desconhecendo a gastronomia local, a origem dos seus nomes, as suas linhagens familiares e os rituais tradicionais, muitas vezes vistos com preconceito.

Dificuldades na produção da obra

O autor revelou ter enfrentado dificuldades no processo de edição, devido à escassez de revisores e ao cancelamento do apoio financeiro inicialmente prometido pelos patrocinadores. Ainda assim, considera que a obra apresenta uma reflexão crítica que poderá contribuir de forma significativa para a sociedade. O título Kiela Kia Xe é também uma homenagem ao espaço homónimo situado no município do Cuale, província de Malanje. Maria Custódia – Angola in “O País”


Moçambique - Lançado livro que eterniza legado do bispo João Machado e renova apelo à paz no país

Foi lançado, esta quinta-feira, em Maputo, o livro Caminhos para a Busca da Paz em Moçambique, uma obra que resgata e celebra o percurso humano, religioso e cívico do falecido bispo João Machado, da Igreja Metodista Unida e amplamente reconhecida pelo seu contributo na promoção da paz no país.


A igreja escolhida para o lançamento encheu de governantes, líderes religiosos, académicos, membros da sociedade civil e familiares, num ambiente marcado por emoção, respeito e profunda reflexão sobre o papel do bispo na história nacional.

Resultado de um processo de pesquisa que se estendeu por oito anos, o livro reúne entrevistas, documentos de arquivo e 16 depoimentos que revelam diversas dimensões da vida de João Machado: do líder religioso comprometido com o bem-comum ao mediador de conflitos que acreditava no diálogo como ferramenta essencial para a estabilidade, segundo o livro. A obra destaca ainda episódios marcantes da sua actuação durante períodos conturbados, mostrando como usava a fé e a palavra para apaziguar tensões e aproximar comunidades.

Para um dos autores do livro, Simão Jaime, o trabalho representa “um esforço para fixar na memória colectiva um homem que dedicou a sua vida à construção da paz. João Machado não falava de paz como um conceito abstrato, mas como um compromisso diário, feito de pequenos gestos, escuta e firmeza moral”. Já o apresentador da obra, Jamisse Taimo, reforçou que o livro chega num momento oportuno, “é uma leitura que nos convida a regressar a valores que parecem desaparecer no ruído dos dias. O bispo Machado lembrava-nos sempre que um país só cresce quando o seu povo encontra espaço para conversar e reconciliar-se”.

A cerimónia contou igualmente com a presença do Presidente da República, Daniel Chapo, que recordou a convivência que manteve com o bispo e destacou o peso dos seus ensinamentos. “O bispo João Machado partilhou comigo palavras de grande sabedoria, conselhos que permanecem actuais para os desafios do Moçambique de hoje. Ele acreditava num país capaz de resolver diferenças com serenidade, justiça e inclusão”, afirmou o Chefe de Estado, sublinhando que o país precisa de resgatar “os valores da paz verdadeira, que se constrói com diálogo, respeito e solidariedade”.

A família de João Machado, visivelmente emocionada, sublinhou o carácter humano e dedicado do líder religioso. Tirza Mucambe, filha do bispo, afirmou que a obra “é um testemunho da fé e do amor que o meu pai tinha por Moçambique. Ele acreditava que a paz é uma construção colectiva e que cada pessoa, independentemente da sua condição, pode contribuir para esse processo”.

Ao longo da cerimónia, vários intervenientes destacaram que o livro chega num momento em que o país continua a enfrentar desafios sociais, económicos e de coesão nacional. Líderes religiosos lembraram que o pensamento do bispo João Machado pode servir de guia espiritual e cívico para reforçar a convivência pacífica.

A obra foi ainda apresentada como um contributo importante para o registo histórico da construção da paz em Moçambique, incluindo reflexões sobre o papel das igrejas e das comunidades religiosas no fortalecimento do tecido social.

Caminhos para a Busca da Paz em Moçambique foi apresentado não apenas como um livro, mas como um convite permanente à reflexão e ao compromisso com a paz duradoura que João Machado tanto defendeu. In “O País” - Moçambique


Brasil - FliParaíba 2025 transforma cidade de João Pessoa em palco literário internacional

Festival reúne autores do Brasil, África e Portugal e destaca diversidade literária, 170 lançamentos, mesas temáticas, manifestações culturais e shows de Maria Gadú e Mariana Aydar


João Pessoa - O Centro Cultural São Francisco, em João Pessoa, será o ponto de encontro entre Brasil, África e Portugal com a abertura do 2.º Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba 2025), que começou nesta quinta-feira (27/11). A programação estende-se por três dias e reúne uma série de atividades voltadas para a literatura e a produção cultural em língua portuguesa, incluindo feiras de livros, encontros com escritores, ações formativas e shows de Maria Gadú e Mariana Aydar.

O festival apresenta 10 mesas literárias, cada uma composta por um autor estrangeiro, um escritor de alcance nacional e um representante da Paraíba. Entre os convidados estão Itamar Vieira Júnior e os vencedores do Prémio Camões Silviano Santiago e Germano Almeida. A agenda inclui ainda duas conversas especiais, com foco em questões relacionadas à língua, às práticas literárias e ao diálogo entre diferentes tradições lusófonas.

Ao todo, mais de 30 autores participam da edição, vindos de várias regiões do Brasil e de países como Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde e Portugal. Entre eles, destacam-se a escritora guineense Odete Semedo, o rapper MC Marechal e os portugueses Afonso Cruz e Inês Pedrosa.

Segundo Pedro Santos, Secretário de Cultura da Paraíba e Coordenador do FliParaíba 2025, a definição das mesas e da programação ocorreu por meio de “uma curadoria conjunta entre a Secretaria de Cultura, a Associação Portugal-Brasil 200 Anos e a Empresa Paraibana de Comunicação”. Tal processo colaborativo permitiu estruturar uma programação que conecta a produção contemporânea da Paraíba com debates do Nordeste, do Brasil e do universo lusófono.

A edição deste ano ainda reforça a presença feminina e a diversidade étnica que caracterizam o estado. “Levamos ao centro das discussões autores e pensadores indígenas, ciganos, quilombolas e periféricos”, afirma Santos. A pluralidade também se reflete nas línguas que circularão durante o festival: além do português, o público poderá ouvir o tupi, língua materna dos povos Tabajara e Potiguara, e o calon, dialeto da língua Romani falado pelo povo cigano — lembrando que a Paraíba abriga a maior população cigana sedimentada do Brasil.

A programação do FliParaíba reúne 170 lançamentos de livros, feiras literárias, saraus, oficinas de xilografia e cordel, exposições, batalhas de poesia, contação de histórias e apresentações teatrais. As mesas abordam temas como A Língua como Território de Cidadania, Vozes Ancestrais, Territórios Literários em Trânsito, O Corpo Político da Língua, Literatura em Travessia e Leitura, Edição e Democracia.

Realizado pela Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) e a Associação Portugal-Brasil 200 anos, o FliParaíba consolida seu papel como espaço de intercâmbio cultural e valorização da literatura produzida em países de língua portuguesa. Bianca Lucca – Brasil in “Correio Braziliense”


França – O Museu do Louvre vai aumentar os preços dos ingressos para visitantes de fora da União Europeia em 45% no próximo ano

O Museu do Louvre anunciou que vai aumentar o preço dos ingressos para visitantes de fora da União Europeia, passando a cobrar €32 aos turistas do Reino Unido, dos Estados Unidos e da China. O aumento de 45% deverá gerar uma receita anual de até €20 milhões, valor que será destinado ao financiamento de obras de melhoria estrutural após o flagrante roubo à luz do dia ocorrido no mês passado


Os amantes da arte do Reino Unido, dos EUA e da China que desejam admirar o sorriso enigmático da Mona Lisa terão de desembolsar mais €10 para fazê-lo no próximo ano.

O Louvre decidiu aumentar o preço do ingresso para visitantes não europeus em 45% a partir de 2026. A partir de 14 de janeiro, cidadãos de fora do Espaço Económico Europeu (EEE, que inclui os Estados-membros da UE, Islândia, Liechtenstein e Noruega) terão que pagar €32 para visitar o museu mais visitado do mundo, €10 a mais do que o preço atual do ingresso.

Aprovado na quinta-feira pelo conselho de administração do Louvre, este aumento aplicar-se-á em particular aos americanos, que constituem o maior contingente de visitantes estrangeiros, mas também aos visitantes chineses, que ocupam o terceiro lugar, de acordo com o relatório de atividades do museu para 2024.

O Louvre recebeu 8,7 milhões de visitantes no ano passado, dos quais 69% eram estrangeiros.

O aumento de preços visa arrecadar até 20 milhões de euros por ano para enfrentar "problemas estruturais" e financiar uma reforma do museu de arte mais visitado do mundo, que ainda está a recuperar do roubo à luz do dia de tesouros inestimáveis ​​no mês passado

Em 19 de outubro, um grupo de quatro pessoas invadiu o Louvre, levando apenas sete minutos para roubar joias avaliadas em cerca de 88 milhões de euros antes de fugir em scooters. Uma investigação oficial indicou que os sistemas de segurança eram inadequados e que o museu havia gasto significativamente mais na compra de novas obras de arte do que em manutenção e restauração.

Este aumento de preço foi denunciado pelos sindicatos, que criticaram a decisão de abolir a taxa de entrada universal para todas as nacionalidades. A CFDT, a maior federação sindical nacional da França, alertou que a medida seria percebida como "discriminação".

Outras grandes atrações turísticas francesas poderão seguir o exemplo em breve. De acordo com a Ministra da Cultura da França, Rachida Dati, uma estrutura de preços diferenciada entrará em vigor em 2026 para “todos os operadores culturais nacionais”.

O Palácio de Versalhes indicou que também está a considerar aumentar o preço das visitas individuais em €3 para residentes fora do Espaço Económico Europeu (EEE). No entanto, esse aumento de preço ainda não foi aprovado pelo conselho administrativo. Euronews.culture


quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Moçambique - Ivandro Sigaval distinguido no Declamatório

O declamador, comunicador e activista moçambicano, Ivandro Sigaval, foi distinguido, ontem, no Declamatório, uma plataforma para conexões, partilha de conhecimento, experiências, oportunidades e desenvolvimento na arte de declamação de poesia


A distinção acontece no âmbito do subprojecto “Uma Conversa Aberta sobre Declamação de Poesia”, onde, além de oportunos debates sobre a arte de dar voz, alma e vida à palavra, através de uma rubrica designada TOP 05, procura-se compreender e destacar a influência e impacto dos declamadores, seja no seu meio artístico assim como no social em geral. É neste contexto que Sigaval, que já recebeu outros prémios nacionais e internacionais, foi o artista mais mencionado pelos seus pares, o que revela e confirma a sua influência e impacto positivos no movimento e no cerne social, onde, com a sua voz, certamente, vem fomentando mudanças.

Ivandro Sigaval, o seu talento e criatividade mantêm o movimento vivo, a sua voz é fonte da energia que alimenta o nosso universo, a sua alma verte em cada palavra, fundindo-se à nossa; com um estilo muito e sempre seu, cada vez que sobe ao palco, há novas vozes que se levantam, um Homem que se aprimora, um mundo que se transforma e encontram outra dimensão; e não é sobre menção, é sobre impacto e um olhar que se nega impávido, é sobre si, sobre a poesia, que tem em si um pulmão, e o seu declamar, que, para muitos, é fonte de inspiração e precisa nunca parar. Bem-haja!” – lê-se, na placa de reconhecimento, especial, entregue ao artista, na noite de ontem, em evento decorrido, no IPET – Instituto Politécnico de Tecnologia e Empreendedorismo, em Maputo, onde estiveram diferentes participantes, entre declamadores, músicos, entusiastas das artes, e o público em geral, desde crianças, adolescentes, jovens, a adultos; aliás, o evento combinou uma conversa interessante (que se propunha compreender, de forma  reflexiva e analítica, a necessidade ou preponderância, ou não, dos declamadores assistirem a saraus e outros eventos, de seus pares e não só) é um desfile de vários talentos, pois, desta vez, tratou-se de uma fusão e parceria com sarau cultural ao vivo & em verso, que já vai para sua décima quarta edição.

Chamada por Romana das Dores, quem moderava a conversa, entre o público e os declamadores convidados, Vera Rutte e Poeta da Sociedade, Ivânia Paquete, coordenadora do Declamatório, dirigiu o momento de tributo, tendo, o prestigiado, lido em alto tom o elogio especial e, de seguida, reagido com um breve discurso, que se resume no agradecimento aos protagonistas da iniciativa, incluindo o seu co-fundador, Obedes Lobadias, aos declamadores que o mencionaram e o seu dedicado e admirador público e parceiros de jornada que nele acreditam e o fazem merecer a distinção, e, no final, uma nota que, além de mais, instava os declamadores a, sem deixar de se aperfeiçoar e focar-se na sua identidade, originalidade e autenticidade, devem, sobretudo, dedicar-se ao exercício poético em si, e não, necessariamente ou somente, e de forma obsessiva, em ser bons. “está tudo bem em não ser bom poeta“.  – disse, naquele tom característico. 

Importa referenciar, que, na mesma ocasião, foi premiada a poeta mirim, Maray da Cruz, distinguida como a Melhor Performance do ao vivo & em verso – 2024, maior distinção daquele projecto que vem, ademais, descobrindo e projectando vozes e rostos, senão presentes e futuros potenciais actores da cena artística e criativa moçambicana. In “Moz Entretenimento” - Moçambique


Cabo Verde - Arquivo Nacional quer criar equipa audiovisual com apoio da Cinemateca Portuguesa

O Instituto do Arquivo Histórico Nacional de Cabo Verde (IANCV) pretende criar uma equipa para instalar um arquivo audiovisual no Arquivo Nacional do arquipélago, de acordo com o protocolo assinado, em Loures, com a Cinemateca Portuguesa


O documento prevê a “formação e capacitação de técnicos do Instituto do Arquivo Histórico Nacional de Cabo Verde nas instalações da Cinemateca Portuguesa”, informou fonte oficial.

Em termos genéricos, o protocolo de cooperação institucional visa a promoção e acesso ao património filmado ao longo de toda a história das ilhas.

Está também prevista a “digitalização de património cinematográfico e posterior cedência, através do envio por meios digitais, para o IANCV, respeitando sempre a legislação em vigor sobre os direitos de autor e direitos conexos”.

O trabalho de bastidores terá depois reflexo em projeções públicas.

A cooperação entre as duas instituições vai incluir atividades conjuntas de “exibição, programação, exposições temporárias e itinerantes”, além de estar aberta a outras “sinergias e partilha de conhecimento, informação e elementos de investigação sobre o património cinematográfico”.

A título de exemplo sobre o património em causa, a cerimónia de assinatura do protocolo, no Arquivo Nacional da Imagem em Movimento, esteve acompanhada pela exibição filmagens sobre a erupção da Ilha do Fogo de 1951, de Orlando Ribeiro, numa versão sonorizada em 1984. In “Expresso das Ilhas” – Cabo Verde com “Lusa”


Guiné-Bissau - General Horta Inta-A Na Man nomeado presidente de transição

O general Horta Inta-A Na Man foi hoje empossado Presidente de transição da Guiné-Bissau, numa cerimónia que decorreu no Estado-Maior General das Forças Armadas guineense, um dia depois de os militares terem tomado o poder


A informação está a ser veiculada nas redes sociais de meios de comunicação guineenses, nomeadamente a Televisão da Guiné-Bissau (TGB).

Os guineenses votaram no domingo em eleições gerais, presidenciais e legislativas, tendo sido anunciada para hoje a divulgação dos resultados, com o candidato da oposição Fernando Dias a reclamar vitória na primeira volta contra o actual Presidente, que concorreu a um segundo mandato.

Os militares disseram reagir "à descoberta de um plano em curso de destabilização do país", atribuído a "alguns políticos nacionais com a participação de conhecidos barões de droga nacionais e estrangeiros".

O plano consistiria ainda na "tentativa de manipulação dos resultados" das eleições gerais de domingo. In “Expresso das Ilhas” – Cabo Verde com “Lusa”