A forte erosão costeira provocada pelo tufão “Kalmaegi” expôs um naufrágio centenário no Vietname, oferecendo uma pequena oportunidade para resgatar o que os especialistas consideram ser uma descoberta de grande importância histórica e com enorme valor patrimonial.
Descoberto inicialmente em 2023 ao largo da costa de Hoi
An, o navio de pelo menos 17,4 metros – cujo casco de madeira maciça resistiu a
centenas de anos de mar agitado quase intacto – foi novamente submerso antes
que as autoridades o pudessem recuperar.
Os especialistas ainda não dataram o naufrágio, mas as
descobertas preliminares sugerem que foi construído entre os séculos XIV e XVI
– época em que Hoi An, Património Mundial da UNESCO, era o centro de um
próspero comércio regional de seda, cerâmica e especiarias.
“Estamos a preparar-nos para solicitar uma autorização de
escavação de emergência”, disse Pham Phu Ngoc, director do Centro de
Preservação do Património Cultural Mundial de Hoi An, à AFP, após o naufrágio
ter ressurgido com a passagem do tufão “Kalmaegi” na semana passada.
“A descoberta deste navio antigo é uma clara evidência do
importante papel histórico de Hoi An no comércio regional”, afirmou o mesmo
responsável, acrescentando que desta vez foram expostas mais partes da
embarcação, “o que nos poderá fornecer mais informações”.
Uma equipa de especialistas do centro de preservação de
Hoi An, da Universidade de Ciências Sociais e Humanas da cidade de Ho Chi Minh
e de um museu local examinou os destroços em 2024. Além da estimativa
aproximada da idade, descobriram que a estrutura era feita de “madeira durável
e de alta resistência” e reforçada com materiais impermeabilizantes para selar
as juntas.
“A estrutura do navio sugere que era capaz de realizar
viagens de longa distância, provavelmente utilizado para comércio marítimo ou
operações navais”, indicou o Centro de Preservação do Património Cultural
Mundial de Hoi An num comunicado anterior. A relíquia corre o risco de
“deterioração grave sem acções de conservação imediatas”, devido à severa
erosão costeira e frequente exposição do navio a condições meteorológicas
adversas, advertiu.
Os destroços ainda eram claramente visíveis na
segunda-feira, com multidões reunidas na praia para observar a impressionante
estrutura esquelética do navio. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “AFP”
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