A bailarina, coreógrafa e escritora Maria Helena Pinto, uma das figuras centrais da dança contemporânea moçambicana, apresenta no dia 1 de Dezembro de 2025, às 18 horas (hora de Maputo), através de um directo na sua página de Facebook, as suas duas novas obras literárias: Rugidos do Silêncio (prosa poética) e Nudez e Dança (ensaio). As obras – que saem sob a chancela da Oficina de Textos – estarão disponíveis na Amazon a partir da mesma data.
Com uma carreira marcada pela investigação, criação e
docência, e um percurso académico que inclui um doutoramento em Estética,
Ciências e Tecnologias das Artes pela Universidade Paris 8, Maria Helena Pinto
tem vindo a construir, nos últimos anos, uma presença sólida no campo
literário. Estes dois novos livros confirmam essa travessia: uma escritora que
parte da dança para pensar a vida, o corpo, o país e as inquietações humanas.
“Rugidos do silêncio”
Em Rugidos do Silêncio, Maria Helena Pinto
apresenta uma obra de prosa poética composta por oito núcleos temáticos –
Origens, Meu Eu, Mulher, Dialogando, BMWs, Amores, Paixões, Sonhos,
Perversidades, o Outro, Nós, Naufrágios, A Cegueira do Poder e O Poder do
Divino em Nós. Aborda ainda sobre a desvalorização e a violência contra as
mulheres, bem como os sonhos de liberdade enquanto indivíduos e enquanto país,
particularmente no contexto moçambicano. Entre poemas e prosas, os textos
refletem também vivências e um olhar crítico sobre o nosso comportamento como
pessoas e como sociedade.
A apresentação da obra estará a cargo do escritor e
jornalista José dos Remédios, com leituras do docente e actor Dadivo José e do
actor Ramadan Matusse.
“Nudez e dança”
Nudez e Dança é
um ensaio literário-académico que cruza corpos, povos, culturas, política(s) e
olhares sobre o gesto e a exposição. A obra nasce de um percurso de
investigação iniciado em 2004, com o projecto fotográfico “Mulher-mãe”, onde a
autora explorou a nudez artística a partir da dança, com fotos da autoria de
Mauro Pinto.
Dividido em três partes – Povos, Nudez e Dança; Nudez e
Criações Artísticas; e Projecto Fotográfico Mulher-mãe – o livro lança questões
centrais sobre hegemonias culturais, fronteiras simbólicas e os modos como a
nudez se inscreve nas práticas artísticas contemporâneas. “Entre os espaços
locais, tradicionais e internacionais, nações e mundialização ou globalização,
como a nudez e a/na dança se entrecruzam nos semáforos da própria existência
humana? Como ultrapassar as vontades de uns e de outros de hegemonia, de
imposições de modelos de existência como seres e corpos que pensam,
expressam-se e vivem a nudez/dança de forma distinta do outro?”, lê-se no
livro.
As temáticas levantadas visam suscitar “o questionamento
de como ultrapassar as lutas, oposições, antagonismos e até mesmo uma certa
forma de violência entre seres humanos, derivados de olhares, percepções,
posições distintas, para então envolver-se em conjunto, abraçando as
diferenças, identidades, pensamentos, práticas, rituais, culturas, tradições,
criações artísticas, filosofias, artes opostas, como sendo uma forma de
fortalecimento comum entre umas e outras”.
A apresentação desta obra será feita pela docente e
actriz Maria Atália.
Reconhecida nacional e internacionalmente, com homenagens
recentes do Município de Maputo e da Casa do Artista Kutenga, Maria Helena
Pinto é autora de investigações cruciais sobre a dança moçambicana e fundadora
de vários projectos estruturantes, como a nível nacional, a criação dos
primeiros cursos de Licenciatura e Mestrado em Artes Cénicas na Universidade
Pedagógica de Maputo e a Vila Artística Dans’Artes. Como palestrante, ainda
este ano, a artista representou Moçambique no maior congresso de Artes Cénicas
do Brasil, ABRACE, em Ouro Preto.
Depois de Ardentes Fragmentos da Vida e Devir(es)
Contemporâneos, a coreógrafa reforça agora a sua presença no universo
editorial com duas obras que dialogam com as artes, a memória, a crítica e a
transcendência de olhares e do corpo. In “O País” - Moçambique
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