O Governo timorense sublinhou a importância do Acordo de Serviços Aéreos, em preparação para ser assinado entre Macau e Timor-Leste, pela possibilidade que abre aos voos aéreos diretos do país para a região chinesa da Grande Baía
Num discurso no Fórum para a
Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa
(Fórum de Macau), que abriu uma sessão de promoção do investimento em
Timor-Leste, o ministro timorense para o Planeamento e Investimento Estratégico
(MPAE), Gastão Francisco de Sousa, sublinhou a importância do acordo, pela
“possibilidade de estabelecer ligações aéreas diretas entre Timor-Leste, Macau
e a Grande Baía”.
O voo semanal entre Díli e Xiamen, na província chinesa
de Fujian, “continua a reforçar as ligações” entre Timor-Leste e China,
sublinhou o dirigente, referindo-se à única rota aérea direta entre os dois
países, inaugurada em fevereiro.
Referindo-se ainda ao plano de ação trienal do Fórum de
Macau, o ministro timorense destacou as medidas previstas no setor financeiro
ao incluir o “uso da moeda chinesa, o renminbi (RMB), no comércio bilateral”, e
saudou “a abertura dos mercados financeiros chineses ao investimento externo”.
“Para Timor-Leste, esta cooperação permitiria apoiar a
comunidade empresarial chinesa em Díli, reforçar fluxos de investimento e
aprofundar a integração regional, sobretudo no contexto da ASEAN [Associação de
Nações do Sudeste Asiático]”, organização à qual Timor-Leste aderiu formalmente
em outubro.
O Chefe do Executivo de Macau, Sam Hou Fai, destacou na
semana passada a prioridade dada à “promoção do renmimbi” nas trocas comerciais
com os mercados lusófonos.
Sam Hou Fai recordou que, em maio, os bancos centrais da
China e do Brasil assinaram um memorando de cooperação estratégica financeira e
renovaram um acordo bilateral de linhas de câmbio nas moedas locais.
Pequim, uma das principais capitais promotoras do Brics
Pay – sistema de pagamentos dos BRICS, alternativo ao Society for Worldwide
Interbank Financial Telecommunication (SWIFT, dominado pelo dólar, e
instrumento usado frequentemente pelo Ocidente para a imposição de sanções),
tem procurado internacionalizar o renmimbi, moeda que não é inteiramente
convertível em outras moedas.
Gastão Sousa, que está em Macau quando Timor-Leste
comemora os 50 anos da proclamação unilateral da independência em 28 de
novembro de 1975, saudou ainda o aprofundamento da “cooperação prática com a
China em vários setores prioritários”.
“Nas pescas, trabalhamos com a Direção-Geral de Pescas
para garantir que a cooperação no âmbito do Fórum de Macau esteja alinhada com
a nossa Política para a Economia Azul, acolhendo investimentos de grande
dimensão, como o projeto da Guangxi Yanxi Fishery Development, através da Timor
Sea Fishery Development, num valor equivalente a 685 milhões de dólares”,
pontuou o ministro.
Já no setor da agricultura, o governante timorense
sublinhou a importância da cooperação entre sete municípios de Timor-Leste e a
província de Hunan, na China, especialmente na produção de arroz e no
desenvolvimento turístico agrícola.
“Acolhemos igualmente o investimento plurifásico do Grupo
Caizi China, no valor de mil milhões de dólares, já iniciado com a construção
da fábrica de manufatura em Ulmera e do ‘resort’ integrado em Tíbar, Liquiçá”,
concretizou.
O governante deixou um convite às
entidades oficiais de Macau e aos empresários presentes na sessão a explorarem
“oportunidades nos setores do turismo, agricultura, energia renovável, economia
azul, serviços digitais, transporte e logística” e ainda à construção de
parcerias nos setores do conhecimento e da tecnologia. In “Plataforma”
– Macau com “Lusa”
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