Festival reúne autores do Brasil, África e Portugal e destaca diversidade literária, 170 lançamentos, mesas temáticas, manifestações culturais e shows de Maria Gadú e Mariana Aydar
João Pessoa - O Centro Cultural São
Francisco, em João Pessoa, será o ponto de encontro entre Brasil, África e
Portugal com a abertura do 2.º Festival Literário Internacional da Paraíba
(FliParaíba 2025), que começou nesta quinta-feira (27/11). A programação estende-se
por três dias e reúne uma série de atividades voltadas para a literatura e a
produção cultural em língua portuguesa, incluindo feiras de livros, encontros
com escritores, ações formativas e shows de Maria Gadú e Mariana Aydar.
O festival apresenta 10 mesas literárias, cada uma
composta por um autor estrangeiro, um escritor de alcance nacional e um
representante da Paraíba. Entre os convidados estão Itamar Vieira Júnior e os vencedores
do Prémio Camões Silviano Santiago e Germano Almeida. A agenda inclui ainda
duas conversas especiais, com foco em questões relacionadas à língua, às
práticas literárias e ao diálogo entre diferentes tradições lusófonas.
Ao todo, mais de 30 autores participam da edição, vindos
de várias regiões do Brasil e de países como Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde e
Portugal. Entre eles, destacam-se a escritora guineense Odete Semedo, o rapper
MC Marechal e os portugueses Afonso Cruz e Inês Pedrosa.
Segundo Pedro Santos, Secretário de Cultura da Paraíba e
Coordenador do FliParaíba 2025, a definição das
mesas e da programação ocorreu por meio de “uma curadoria conjunta entre a
Secretaria de Cultura, a Associação Portugal-Brasil 200 Anos e a Empresa
Paraibana de Comunicação”. Tal processo colaborativo permitiu estruturar uma
programação que conecta a produção contemporânea da Paraíba com debates do
Nordeste, do Brasil e do universo lusófono.
A edição deste ano ainda reforça a presença feminina e a
diversidade étnica que caracterizam o estado. “Levamos ao centro das discussões
autores e pensadores indígenas, ciganos, quilombolas e periféricos”, afirma
Santos. A pluralidade também se reflete nas línguas que circularão durante o
festival: além do português, o público poderá ouvir o tupi, língua materna dos
povos Tabajara e Potiguara, e o calon, dialeto da língua Romani falado pelo
povo cigano — lembrando que a Paraíba abriga a maior população cigana
sedimentada do Brasil.
A programação do FliParaíba reúne 170 lançamentos de
livros, feiras literárias, saraus, oficinas de xilografia e cordel, exposições,
batalhas de poesia, contação de histórias e apresentações teatrais. As mesas
abordam temas como A Língua como Território de Cidadania, Vozes Ancestrais,
Territórios Literários em Trânsito, O Corpo Político da Língua, Literatura em
Travessia e Leitura, Edição e Democracia.
Realizado pela Secretaria de Estado da
Cultura, em parceria com a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), a Fundação
Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) e a Associação Portugal-Brasil 200 anos, o
FliParaíba consolida seu papel como espaço de intercâmbio cultural e
valorização da literatura produzida em países de língua portuguesa. Bianca
Lucca – Brasil in “Correio
Braziliense”
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