O desenvolvimento da língua portuguesa e a formação de quadros qualificados bilingues de alta qualidade estiveram na origem da assinatura de um protocolo de geminação entre escolas da RAEM, Cantão e Portugal. A iniciativa integra um ensino da língua de Camões “com imersão cultural e aplicação na vida quotidiana”, segundo referem os Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude
Um protocolo de geminação foi assinado entre três
estabelecimentos de ensino, um dos quais local, a Escola Secundária
Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes. As restantes são de Cantão, a Escola
Secundária nº 6 de Cantão, e de Portugal, a Escola Secundária de Cacilhas-Tejo.
A parceria dá um novo impulso ao ensino da língua portuguesa e à formação de
quadros qualificados bilingues em chinês e português ao nível do ensino não
superior.
Em comunicado, a Direcção dos Serviços de Educação e
Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) refere que o objectivo da geminação é
“reforçar ainda mais o papel de Macau na ligação entre o interior e o exterior”
e dar continuidade ao apoio que tem sido dado ao desenvolvimento da língua
portuguesa “através da optimização da respectiva organização curricular, da
sistematização da elaboração dos seus materiais didácticos e do lançamento do
‘Programa de Iniciação de Aprendizagem da Língua Portuguesa’”. Segundo a DSEDJ,
esta iniciativa “integra um ensino da língua de Camões com imersão cultural e
aplicação na vida quotidiana, a fim de aumentar o interesse dos alunos pela
aprendizagem e as suas competências práticas”.
Além disso, o organismo salienta que tem reforçado a
cooperação com instituições do exterior na área do ensino não superior, para
aprofundar o ensino da língua portuguesa. Do mesmo modo, pretende que haja uma
“interacção com diferentes culturas através de intercâmbios diversificados e
partilha de recursos”, reforçando as “características distintivas” do ensino da
língua de Camões em Macau.
Assim, sustenta, são aproveitadas as vantagens de Macau
“na sua conectividade com o exterior”, promovendo a geminação de escolas do
território com as do Interior da China e do exterior, no sentido de “ampliar os
intercâmbios externos”. Este acordo tripartido de escolas geminadas “irá
alargar ainda mais os canais de intercâmbio da língua portuguesa ao nível do
ensino não superior”, sublinha a DSEDJ.
No futuro, os três estabelecimentos de ensino promoverão
uma interacção profunda entre docentes e alunos na aplicação da língua
portuguesa e na compreensão cultural, entre outros aspectos. Isso será
concretizado através da realização de iniciativas, como estudo online e in
loco da língua portuguesa para os alunos, sessões de partilha de
experiências pedagógicas para docentes, bem como actividades temáticas
culturais sino-portuguesas, injectando um novo impulso no desenvolvimento de um
sistema educativo abrangente de língua portuguesa sob o modelo de concepção “one
through train”.
Simultaneamente, a geminação irá
facilitar a integração mútua de recursos didácticos da língua portuguesa entre
Macau, o Interior da China e os países lusófonos no âmbito do ensino não
superior. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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