O Museu do Palácio de Hong Kong abriu ao público a exposição “Egipto Antigo Revelado: Tesouros de Museus Egípcios”, que reúne 250 peças de sete instituições egípcias, na véspera do 70.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Cairo e Pequim. A colecção, cedida por sete museus egípcios sob os auspícios do Conselho Supremo de Antiguidades, faz parte da Iniciativa Faixa e Rota, que visa reforçar a cooperação em infra-estruturas, comércio, finanças e cultura.
O actual contexto político reforça a importância do
evento. Em Julho, no Cairo, o Primeiro-Ministro chinês, Li Qiang, e o
Presidente egípcio, Abdel-Fattah al-Sisi, concordaram em aprofundar a
cooperação em energias renováveis, tecnologia e intercâmbios culturais. Ao
mesmo tempo, os bancos centrais de ambos os países assinaram acordos para
promover a utilização do yuan nas transacções comerciais e de investimento, uma
medida que os analistas interpretam como parte da internacionalização da moeda
chinesa.
“Este projecto sinaliza um marco no diálogo entre a Ásia
e África e consolida Hong Kong como um laboratório para novas formas de
colaboração entre museus e curadoria”, enfatizou o director do museu, Louis Ng
Chi-wa.
Patente até 31 de Agosto de 2026, a exposição poderá
atrair cerca de 700 mil visitantes, estimou Louis Ng, esclarecendo que as peças
foram seleccionadas entre as 700 expostas em Xangai no início deste ano. “Num
gesto raro, o Presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma carta de felicitações
pela recente inauguração do Grande Museu Egípcio de Gizé, na qual mencionou a
exposição de Xangai; é uma notícia maravilhosa que o Egipto esteja a exibir o
seu património na China continental”, acrescentou, citado pela agência EFE.
A exposição foi concebida em torno de quatro temas. A
“Terra dos Faraós” explora a organização política e o mundo religioso do Antigo
Egipto, enquanto “A Lenda de Tutankhamon” e “Os Segredos de Sacara” ligam os
visitantes ao jovem rei e às mais recentes descobertas na necrópole perto de
Mênfis. A mostra termina com “O Antigo Egipto e o Mundo”, dedicada às
interacções do Egipto com outras culturas mediterrânicas.
Entre as principais obras, destacam-se uma escultura de
quartzito de Tutankhamon com 2,8 metros de altura, datada da XVIII dinastia (c.
1550-1295 a.C.), e uma figura de granito ajoelhada de Hatchepsut, uma das mais
importantes governantes do Egipto faraónico.
A colecção inclui ainda múmias de felinos e bovinos,
máscaras funerárias, vasos canópicos, estelas inscritas, instrumentos musicais,
pães, sandálias e até um assento de sanita, um testemunho excepcional da vida
doméstica no Vale do Nilo e das suas práticas em contextos quotidianos e
funerários. O programa paralelo inclui palestras, visitas guiadas e workshops.
Para as famílias, serão oferecidas actividades como a
confecção de amuletos, reconstrução de pirâmides e criação de jóias inspiradas
em designs faraónicos.
A exposição chega a Hong Kong após a
sua temporada em Xangai e simboliza uma crescente aproximação cultural entre a
China e o Norte de África, numa altura em que empresas chinesas, como a estatal
“China State Construction Engineering Corporation”, estão envolvidas em
projectos de desenvolvimento urbano no Egipto, incluindo a nova capital
administrativa perto do Cairo. In “Jornal Tribuna de Macau” com “Agência EFE”
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