Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Hong Kong - Acolhe exposição pioneira sobre o Egipto faraónico

O Museu do Palácio de Hong Kong abriu ao público a exposição “Egipto Antigo Revelado: Tesouros de Museus Egípcios”, que reúne 250 peças de sete instituições egípcias, na véspera do 70.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Cairo e Pequim. A colecção, cedida por sete museus egípcios sob os auspícios do Conselho Supremo de Antiguidades, faz parte da Iniciativa Faixa e Rota, que visa reforçar a cooperação em infra-estruturas, comércio, finanças e cultura.


O actual contexto político reforça a importância do evento. Em Julho, no Cairo, o Primeiro-Ministro chinês, Li Qiang, e o Presidente egípcio, Abdel-Fattah al-Sisi, concordaram em aprofundar a cooperação em energias renováveis, tecnologia e intercâmbios culturais. Ao mesmo tempo, os bancos centrais de ambos os países assinaram acordos para promover a utilização do yuan nas transacções comerciais e de investimento, uma medida que os analistas interpretam como parte da internacionalização da moeda chinesa.

“Este projecto sinaliza um marco no diálogo entre a Ásia e África e consolida Hong Kong como um laboratório para novas formas de colaboração entre museus e curadoria”, enfatizou o director do museu, Louis Ng Chi-wa.

Patente até 31 de Agosto de 2026, a exposição poderá atrair cerca de 700 mil visitantes, estimou Louis Ng, esclarecendo que as peças foram seleccionadas entre as 700 expostas em Xangai no início deste ano. “Num gesto raro, o Presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma carta de felicitações pela recente inauguração do Grande Museu Egípcio de Gizé, na qual mencionou a exposição de Xangai; é uma notícia maravilhosa que o Egipto esteja a exibir o seu património na China continental”, acrescentou, citado pela agência EFE.

A exposição foi concebida em torno de quatro temas. A “Terra dos Faraós” explora a organização política e o mundo religioso do Antigo Egipto, enquanto “A Lenda de Tutankhamon” e “Os Segredos de Sacara” ligam os visitantes ao jovem rei e às mais recentes descobertas na necrópole perto de Mênfis. A mostra termina com “O Antigo Egipto e o Mundo”, dedicada às interacções do Egipto com outras culturas mediterrânicas.

Entre as principais obras, destacam-se uma escultura de quartzito de Tutankhamon com 2,8 metros de altura, datada da XVIII dinastia (c. 1550-1295 a.C.), e uma figura de granito ajoelhada de Hatchepsut, uma das mais importantes governantes do Egipto faraónico.

A colecção inclui ainda múmias de felinos e bovinos, máscaras funerárias, vasos canópicos, estelas inscritas, instrumentos musicais, pães, sandálias e até um assento de sanita, um testemunho excepcional da vida doméstica no Vale do Nilo e das suas práticas em contextos quotidianos e funerários. O programa paralelo inclui palestras, visitas guiadas e workshops.

Para as famílias, serão oferecidas actividades como a confecção de amuletos, reconstrução de pirâmides e criação de jóias inspiradas em designs faraónicos.

A exposição chega a Hong Kong após a sua temporada em Xangai e simboliza uma crescente aproximação cultural entre a China e o Norte de África, numa altura em que empresas chinesas, como a estatal “China State Construction Engineering Corporation”, estão envolvidas em projectos de desenvolvimento urbano no Egipto, incluindo a nova capital administrativa perto do Cairo. In “Jornal Tribuna de Macau” com “Agência EFE”


Sem comentários:

Enviar um comentário