Lisboa
– O projecto “Travessia 100”, de Cabo Verde, e o projecto “Lusitânia 100”, de
Portugal, têm trabalhado de forma coordenada para a divulgação da Travessia
Aérea do Atlântico Sul, que completa hoje, 30 de Março, 100 anos.
Para
celebrar o centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul, que se iniciou a 30
de Março de 1922, entre Portugal, passando por Cabo Verde, até o Brasil, o
projecto de Cabo Verde, coordenado pelo jornalista, empreendedor e investigador
sociocultural, Ildo Fortes, e de Portugal, coordenado pela Associação Lusitânia
100, prestou uma homenagem aos dois pilotos que efectuaram a travessia, hoje,
no Monumento da Travessia em Belém, Lisboa.
A
viagem, efectuada há um século pelos oficiais da Marinha Portuguesa, o
comandante Artur Sacadura Freire Cabral e o almirante Carlos Viegas Gago
Coutinho, teve início a 30 de Março e terminou a 17 de Junho de 1922, no Rio de
Janeiro (Brasil).
Em
declarações à Inforpress, Ildo Fortes explicou que objectivos comuns dos dois
projectos são a divulgação da travessia de 1922, dos seus intervenientes e dos
“profundos impactos” sobre os respectivos países”.
O
coordenador do projecto lembrou que em 2021 foram também organizadas,
conjuntamente, cerimónias públicas evocativas do 99º aniversário da partida de
Lisboa (30 de Março), e da chegada a Cabo Verde, 05 de Abril, em São Vicente, e
17 de Abril, em Santiago (Calheta de São Martinho), para, no dia e 18 de Abril,
partirem para o Brasil, numa “etapa mais difícil”.
“No
quadro da divulgação da travessia teremos ainda aulas abertas nas
universidades, escolas secundárias e básicas para explicar aos mais jovens a
importância desse acontecimento histórico para Cabo Verde”, contou Ildo Fortes.
A
mesma fonte indicou que deve começar no dia 05 de Abril um programa semanal, na
Rádio de Cabo Verde (RCV), fruto de parceria com a empresa RTC para a
divulgação da parceria.
Por
ter sido a primeira ligação aérea entre a Europa e a América do Sul, tendo os
aviadores passado por Cabo Verde, Canárias (Espanha) e Brasil, ficou sempre
imortalizada, também pela utilização de um método inovador de navegação aérea
desenvolvido pelos portugueses.
“Tratando-se
de um acontecimento marcante para Cabo Verde, os órgãos públicos da comunicação
social, a RTC e a Agência Inforpress, têm sido parceiras importantes, a
Embaixada de Cabo Verde, em Lisboa, e o gabinete do secretário de Estado
Adjunto do primeiro-ministro, que têm dado um grande apoio institucional para
implementação do projecto junto das autoridades portuguesas e cabo-verdianas”,
frisou.
As
actividades comemorativas promovidas pela Marinha e a Força Aérea portuguesas
da viagem a bordo do hidroavião Fairey III, batizado “Lusitânia”, e que
percorreu 4.527 milhas em 62 horas e 26 minutos sobre o Oceano, começaram desde
Janeiro e abarcam exposição itinerante, cerimónia militar, desfile aeronaval,
palestras, conferências, teatro e concertos.
Para
hoje, dia em que se assinala os 100 anos da primeira Travessia Aérea do
Atlântico Sul levada a cabo por Sacadura Cabral e Gago Coutinho, houve uma
largada simbólica junto à Torre de Belém e ao Monumento Lusitânia e, no Centro
Cultural de Belém, realizou-se um concerto pela banda de música da Força
Aérea portuguesa.
No
dia 31 Março, no Museu do Ar, em Pêro Pinheiro, está programada a entrega aos
capitães dos veleiros de uma moeda comemorativa, cunhada pela Casa da Moeda de
Portugal, bem como o lançamento de uma emissão filatélica e de um livro
institucional sobre a primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul.
A
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
inscreveu o Relatório da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul, no Registo da
Memória do Mundo, a 27 de Julho de 2011, que a partir desta data é considerado
Património da Humanidade. In “Inforpress” – Cabo Verde
Sem comentários:
Enviar um comentário