A Associação de Bancos de Macau quer criar uma aliança com os bancos dos países de língua portuguesa, disse à Lusa o vice-presidente da ABM, Sam Tou
A
nova direcção da Associação de Bancos de Macau (ABM) decidiu criar uma comissão
dedicada aos serviços financeiros entre a China e os mercados lusófonos,
liderada pelo Banco Nacional Ultramarino (BNU), que faz parte do grupo Caixa
Geral de Depósitos.
A
nova comissão inclui ainda a sucursal em Macau do Banco da China, que tem
presença em Portugal, Brasil, Angola e Moçambique, o Banco Well Link, que
incorporou o Novo Banco Ásia, e a sucursal em Macau do Haitong Bank, o sucessor
do Banco Espírito Santo Investimento.
Sam
Tou disse que a comissão tem dois principais objetivos: “melhorar as ligações
de Macau com a China e os países de língua portuguesa e tornar-se uma
plataforma de serviços financeiros”. Objectivos que passam pela criação de uma
aliança que reúna os bancos de Macau e dos países de língua portuguesa,
explicou o também director executivo do BNU.
A
ABM está a preparar o terreno e em Fevereiro teve uma reunião online com
o secretariado executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa,
adiantou Sam Tou.
O
executivo disse que a associação “tem estado a trabalhar ativamente com as suas
congéneres nos países de língua portuguesa e estabeleceu uma rede muito
estreita de contactos e cooperação”. Sam Tou lembrou que a ABM assinou em maio
de 2019 um acordo de cooperação com associações de bancos de Portugal,
Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
O
acordo previa a criação de uma aliança para apoiar o lançamento na China de
produtos financeiros dos países de língua portuguesa e para oferecer serviços
financeiros a empresas chinesas interessadas em investir em mercados lusófonos.
Apesar
dos obstáculos criados pela pandemia, o interesse chinês na “cooperação
comercial e económica e no investimento” nos países de língua portuguesa “não
diminuiu”, disse à Lusa Cai Chun Yan.
O
director-geral adjunto da sucursal do Banco da China em Macau disse que “há
algumas décadas” que as empresas chinesas se aventuraram “sozinhas” em mercados
como Portugal, Brasil e Angola. Mas actualmente, “mesmo alguns grandes grupos
domésticos”, preferem ir através de Macau, aproveitando “o conhecimento sobre os
países de língua portuguesa” na cidade, defendeu Cai Chun Yan.
Na
direcção oposta, disse Sam Tou, países como Moçambique, Cabo Verde, Timor-Leste
e São Tomé e Príncipe estão “cada vez mais atentos” à ajuda que Macau lhes pode
dar a identificar “oportunidades de desenvolvimento” na China.
O
BNU abriu em 2017 uma sucursal em Hengqin, que pode ajudar o banco a aproveitar
o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau,
disse o executivo. Sam Tou disse que o BNU quer ter uma maior presença na
região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e está a ponderar abrir uma
nova agência em Guangzhou ou Shenzhen. In “Ponto
Final” - Macau
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