Vamos
aprender português, cantando
Leva flores do Huambo na
camisa
kilapanga na mão, não
improvisa
sincroniza o seu peito com
a batida
sem makas, ela dança
sozinha
quando há escolhas ela
fica indecisa
faz sentido como a
história que pisa
não precisa de coro nem
avisa
quando vence, ela dança
sozinha
Tem nome de canção: Luísa
voz de voo de pensamento
quando pousa no chão
essa voz que utilizas pra
inventar
Nem te ocorra mudar
o que em ti é inquieto
o que em ti é falho e é
belo porque é remendado
e o que é remendado nasceu
outra vez e nunca tem fim
nossa história é assim
voa que eu vou
Já contei que ela dança
sozinha?
Amiga das plantas e da
cozinha
não vacila, ela não poupa
na estiga
sem makas, mas não curte
uma briga
inventora de haikus e
teorias
colecciona frascos de
maresia
semeia uma pergunta por
dia
colhe meia resposta vazia
Tem nome de canção: Luísa
voz de voo de pensamento
quando pousa no chão
essa voz que utilizas pra
inventar
Nem te ocorra mudar
o que em ti é inquieto
o que em ti é falho e é
belo porque é remendado
e o que é remendado nasceu
outra vez e nunca tem fim
nossa história é assim
Nem te ocorra mudar
o que em ti é inquieto
o que em ti é falho e é
belo porque é remendado
e o que é remendado nasceu
outra vez e nunca tem fim
nossa história é assim
voa que eu vou,
voa que eu vou, Luísa
Porque quando tu voas,
Luísa
meu abismo se suaviza
e quando tu escreves,
Luísa
meu corpo cicatriza
quando tu falas, Luísa
meu segredo se banaliza
é da tua palavra
que este mundo precisa.
Aline Frazão - Angola
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