Com o objectivo de promover a leitura e o gosto pelos livros em língua portuguesa, Susana Diniz decidiu criar a Sílaba – Associação Educativa e Literária. Além dos clubes de leitura para os mais novos, estão a ser pensados passeios focados na história de Macau, entre outras actividades
Proprietária
de uma empresa ligada à formação, ensino e tradução, Susana Diniz percebeu que
não havia em Macau nenhum clube de leitura em português para os mais pequenos.
De sessões em que se lê uma história, com a ajuda do personagem Diniz, para a
criação de uma associação foi um passo. Nasceu, assim, em Dezembro, a Sílaba –
Associação Educativa e Literária.
“Pretendemos
ir um pouco mais além deste clube de leitura e estamos a pensar fazer um clube
de cinema em português, chinês ou inglês, ainda não decidimos”, adiantou Susana
Diniz ao HM. “Vamos também fazer workshops de escrita criativa e lançar
um website, que ainda não está completo, e que irá ter um blogue onde os
miúdos podem deixar os seus textos e imagens. Também já comunicámos com uma
escola em Portugal para criarmos uma rede de pen friends, seja por carta
ou por email”, acrescentou.
Apesar
de esta ser uma associação que pretende ir “de encontro aos miúdos” e levar-lhe
os livros, a “Sílaba” poderá ser também uma entidade de promoção de passeios
que revelem pedaços da história de Macau.
“Temos
algum contacto com miúdos que estão no ensino em português e que, por isso,
aprendem história de Portugal. Mas há partes da história portuguesa em Macau
que não conhecem, e vamos começar por aí. Vamos criar alguns passeios e temos
dois peddy-papers desenhados para eles poderem participar.”
Trabalho informal
A
criação de um clube de leitura surgiu depois de Susana Diniz ter percebido que
as crianças com quem trabalha têm “muita dificuldade na interpretação de
textos”, apesar do domínio do português ir melhorando.
“Está
provado que, quanto mais lermos, melhor nos exprimimos. Achei que não havia nenhum
clube de leitura em português em Macau e que poderia ser engraçado [fazer esta
actividade]. No nosso caso, a personagem do clube, o Diniz, convida uma pessoa
para contar a história e depois criamos uma série de actividades a partir dela.
O
objectivo é promover o debate de ideias, para que consigam resolver questões
rapidamente.”
Susana
Diniz não aponta o dedo às escolas no seu papel de dinamização da leitura. Mas
assume que o facto de as crianças lerem livros com a ajuda da Sílaba pode
ajudá-los, uma vez que “não há a pressão das notas”. “Não somos os professores
destas crianças e não há a pressão de dar a resposta certa ou tentar entender a
história toda logo à primeira. E quando essa pressão desaparece, acontecem
coisas engraçadas. As crianças partilham mais coisas connosco, porque sabem que
não estão a ser avaliadas”, frisou.
Outro
dos objectivos, é promover o contacto com o português fora da sala de aula,
sobretudo para as crianças que não têm o idioma como língua materna. “[Nas
escolas] há algumas actividades em português, mas penso que direccionadas aos
livros e ao contar de uma história não é muito comum. Pretendemos fazer um
clube de leitura mensal, mas se fosse possível faríamos todas as semanas. Falta
isso às crianças, sobretudo os que não são portugueses, é difícil o contacto
com a língua portuguesa fora da escola”, apontou a fundadora da Sílaba. Andreia
Silva – Macau in “Hoje Macau”
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