O
reitor da Universidade Politécnica, Narciso Matos, considera que, apesar das
conquistas alcançadas na luta pela igualdade de género, ainda persistem focos
de discriminação da mulher no País, principalmente no seio das famílias e das
comunidades, onde esta continua a ser subalternizada.
Para
ultrapassar esta situação, Narciso Matos aponta como soluções a conjugação de
esforços no combate à discriminação baseada no género, bem como a luta contínua
com vista à preservação dos ganhos até aqui alcançados pois “as transformações
de mentalidades não se fazem num dia ou num evento. São processos que devem ser
permanentes, repetidos, e tem que haver perseverança”.
“Nunca
devemos deixar de agradecer o facto de vivermos num País onde o papel da
mulher, desde o início da independência da nação, sempre foi reconhecido.
Todos, incluindo os mais novos, cresceram a saber que existe o dia 7 de Abril
ou a Josina Machel e muitas outras heroínas que deram a vida e continuam a dar
o seu contributo para o desenvolvimento de Moçambique”, sublinhou.
Conforme
frisou o reitor da Universidade Politécnica, estes ganhos devem ser
enaltecidos. “As mulheres moçambicanas hastearam a bandeira desta nação, e
todos os anos celebramos o seu dia. São pequenas vitórias que, às vezes,
pensamos que estão lá por acaso e vão estar mesmo que não continuemos a lutar
por elas”.
Narciso
Matos falava terça-feira, 8 de Março, em Maputo, na cerimónia de celebração do
Dia Internacional da Mulher, organizada pela Universidade Politécnica em
parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), que decorreu
sob o lema “Mudanças Climáticas e Migração: uma questão de igualdade de
género”.
Na
ocasião, Narciso Matos realçou a importância do tema, tendo em conta a
vulnerabilidade do País aos eventos climáticos: “Conheço poucas coisas tão
importantes como estas para o nosso País. Basta contar quantos ciclones
atingiram Moçambique nos últimos anos e quantas pessoas perderam a vida, a
casa, o negócio. E os ciclones não param! Infelizmente, tornaram-se normais e
frequentes”.
Ainda
a respeito do tema, a representante da OIM, Linda Manjate, explicou que, apesar
de as mudanças climáticas representarem um risco para toda a humanidade, as
mulheres e as raparigas, em particular, sofrem o maior impacto, principalmente
quando se encontram numa situação de migração, que muitas vezes é forçada.
Em
relação à efeméride, à semelhança de Narciso Matos, a representante da OIM
disse ainda haver muito a ser feito para o alcance da igualdade e paridade de
género: “Ainda há muitos desafios. Leis e normas sociais discriminatórias
continuam a ser generalizadas, as mulheres continuam a estar sub-representadas
a todos os níveis de liderança, e uma em cada cinco ainda reporta ter sofrido
algum tipo de violência nos últimos 12 meses”.
“A
tendência é crescente e há mais consciencialização. Podemos dizer que todos
falam desta necessidade de igualdade de género e tenho fé que um dia chegaremos
lá. A igualdade de género não é apenas um direito humano, mas uma base
necessária para um modelo pacífico, próspero e sustentável da nossa sociedade”,
concluiu. In “Olá Moçambique” - Moçambique
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