Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 17 de março de 2022

Macau - Mais oito docentes vão sair mas Escola Portuguesa de Macau acredita que consegue substitutos

À semelhança do ano anterior, deverão sair, pelo menos, oito docentes da Escola Portuguesa de Macau, que vão regressar a Portugal, segundo avançou Manuel Machado ao Jornal Tribuna de Macau, apontando que o número pode aumentar até Agosto. Contudo, o presidente da direcção da escola disse já estar em contacto com docentes que residem no território, acreditando que será preenchida a maioria dos lugares que vão ficar vagos. No corrente ano lectivo, já saíram também da escola oito alunos, cujas famílias voltaram a Portugal. Manuel Machado revelou ainda que para o ano lectivo 2022/2023 já foram feitas 607 pré-inscrições, número que deverá subir


A Escola Portuguesa de Macau (EPM) vai perder mais docentes no próximo ano lectivo, adiantou o presidente da direcção da escola, Manuel Machado, ao Jornal Tribuna de Macau, ressalvando, no entanto, que está tudo encaminhado para conseguir substituir a maioria dos professores que saírem. “De momento, tenho conhecimento de que têm intenção de sair oito docentes”, afirmou. “Já consegui estabelecer contacto com algumas pessoas residentes de Macau que têm habilitações próprias para a docência dos grupos disciplinares dos quais vão sair os docentes. Portanto, se se concretizar aquilo que tem sido conversado, esses docentes irão substituir a maioria dos que vão sair”, acrescentou.

Ainda assim, o presidente da direcção da escola apontou que pode acontecer não haver em Macau docentes para determinados grupos disciplinares. A título de exemplo, mencionou a Geografia. “Este ano foi assegurada exclusivamente por uma docente a tempo inteiro e depois uma que leccionava duas ou três turmas. E essa docente é uma das que vai sair, e portanto, no caso da Geografia pode haver necessidade de trazer alguém de fora”, observou, indicando que, neste caso, dependerá da possibilidade de as pessoas entrarem no território sem serem residentes.

Questionado sobre se já houve alguma comunicação com as autoridades neste sentido, Manuel Machado disse que ainda é cedo para saber se será efectivamente necessário que venha alguém do exterior. “Preciso de ter uma imagem mais apurada da realidade […] Mas não sendo possível resolver a situação dentro de Macau e tendo que recorrer a professores que estão neste momento em Portugal e que não são residentes, obviamente que comunicarei à Fundação da Escola Portuguesa para ver qual a melhor maneira de dar resposta a este problema”, prosseguiu.

No final do ano lectivo 2019/2020 saíram da EPM cinco professores, e no ano lectivo transacto, 2020/2021, foram oito os docentes que deixaram a escola. Em todos os casos, garantiu Manuel Machado, os professores foram substituídos, tendo os anos lectivos seguintes arrancado sem problemas.

Segundo disse a este jornal, os motivos que levam estes professores a abandonar o território são razões pessoais mas estão relacionados com as restrições de viagem. “Os motivos prendem-se fundamentalmente com o facto de já estarem em Macau há praticamente três anos sem se puderem ausentar e terem necessidade de se deslocar por razões familiares. Alguns têm ascendentes de mais idade que já não vêem há muito tempo, outros necessitam de realizar alguns exames médicos. São razões pessoais e familiares”, explicou.

Manuel Machado não descarta que até Agosto possa haver mais professores a comunicar a intenção de abandonar o território: “Penso que também dependerá muito da evolução da própria pandemia em Macau e das medidas de segurança que serão adoptadas”. A EPM conta actualmente com 64 docentes, sendo que aqueles que vão deixar a instituição dão, na sua maioria, aulas do 7º ao 12º.

O presidente da direcção da EPM assegurou que a saída dos professores não tem criado instabilidade entre os alunos, até porque, disse, quando há mudança de ciclos normalmente também os docentes passam a ser diferentes. “Não tem sido nada de preocupante, felizmente”.

Com o regresso de vários portugueses ao país de origem, também o número de alunos decresceu ao longo deste último ano. “Iniciámos o ano lectivo com 694 alunos e neste momento estamos com 686 porque há famílias que têm voltado para Portugal e as crianças obviamente vão com os pais. Isso naturalmente tem feito diminuir o número e até ao final do ano lectivo ainda haverá uma pequena diminuição do número de alunos”, observou.

607 pré-inscrições para 2022/2023

Manuel Machado adiantou à Tribuna de Macau que houve um total de 607 pré-inscrições para o próximo ano lectivo. “Parece uma grande diferença em relação ao actual número, mas não é assim tanto quanto isso porque se analisarmos os números das pré-inscrições do ano anterior ou há dois anos, quando terminaram as pré-inscrições ainda faltam de facto muitos alunos inscrever-se, e como não são vinculativas acredito que este número cresça”, sublinhou.

Dos alunos que procuram o primeiro ano de escolaridade, pouco mais de 50% não são de nacionalidade portuguesa.

Nos últimos anos, a tendência na EPM tem sido de crescimento e o presidente da direcção voltou a dizer que as instalações já não conseguem receber mais turmas. A viabilidade e tipo de ampliação da escola está a ser estudado pelo Conselho de Administração, acrescentou. “É algo que considero que tem alguma urgência no sentido de podermos dar resposta às solicitações”, disse Manuel Machado.

Vacinados 40% dos alunos e 92% dos funcionários

Segundo adiantou Manuel Machado a este jornal, actualmente 92% dos trabalhadores da Escola Portuguesa já estão vacinados contra a covid-19. Quanto aos alunos, os números também estão a mudar quase diariamente. Na terça-feira, os dados apontavam para 40% dos 686 alunos já inoculados. Em concreto, no primeiro ciclo a taxa é de cerca de 21% (65 alunos vacinados de 315), no segundo ciclo é de 13% (15 de 114), e no terceiro ciclo aumenta para cerca de 69% (100 de 145). Já no ensino secundário a taxa de inoculação dos estudantes atinge 84%, ou seja, estão vacinados 92 de um total de 109. O presidente da direcção da EPM disse que após as autoridades terem alertado para a necessidade de vacinar as crianças tem havido “uma maior adesão” dos pais, observando que ainda naquele dia um grupo de crianças tinha sido levado pela escola, e na companhia dos pais, à vacinação. Manuel Machado garantiu também que estão a ser cumpridas as orientações dos Serviços de Educação no sentido de procurar saber, semanalmente, o número de estudantes vacinados e aqueles que tencionam vacinar-se. “Esse levantamento está a ser feito com periodicidade, assim como da evolução do número de crianças e jovens vacinados”, disse. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


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