À semelhança do ano anterior, deverão sair, pelo menos, oito docentes da Escola Portuguesa de Macau, que vão regressar a Portugal, segundo avançou Manuel Machado ao Jornal Tribuna de Macau, apontando que o número pode aumentar até Agosto. Contudo, o presidente da direcção da escola disse já estar em contacto com docentes que residem no território, acreditando que será preenchida a maioria dos lugares que vão ficar vagos. No corrente ano lectivo, já saíram também da escola oito alunos, cujas famílias voltaram a Portugal. Manuel Machado revelou ainda que para o ano lectivo 2022/2023 já foram feitas 607 pré-inscrições, número que deverá subir
A
Escola Portuguesa de Macau (EPM) vai perder mais docentes no próximo ano
lectivo, adiantou o presidente da direcção da escola, Manuel Machado, ao Jornal
Tribuna de Macau, ressalvando, no entanto, que está tudo encaminhado para
conseguir substituir a maioria dos professores que saírem. “De momento, tenho
conhecimento de que têm intenção de sair oito docentes”, afirmou. “Já consegui
estabelecer contacto com algumas pessoas residentes de Macau que têm
habilitações próprias para a docência dos grupos disciplinares dos quais vão
sair os docentes. Portanto, se se concretizar aquilo que tem sido conversado,
esses docentes irão substituir a maioria dos que vão sair”, acrescentou.
Ainda
assim, o presidente da direcção da escola apontou que pode acontecer não haver
em Macau docentes para determinados grupos disciplinares. A título de exemplo,
mencionou a Geografia. “Este ano foi assegurada exclusivamente por uma docente
a tempo inteiro e depois uma que leccionava duas ou três turmas. E essa docente
é uma das que vai sair, e portanto, no caso da Geografia pode haver necessidade
de trazer alguém de fora”, observou, indicando que, neste caso, dependerá da
possibilidade de as pessoas entrarem no território sem serem residentes.
Questionado
sobre se já houve alguma comunicação com as autoridades neste sentido, Manuel
Machado disse que ainda é cedo para saber se será efectivamente necessário que
venha alguém do exterior. “Preciso de ter uma imagem mais apurada da realidade
[…] Mas não sendo possível resolver a situação dentro de Macau e tendo que
recorrer a professores que estão neste momento em Portugal e que não são
residentes, obviamente que comunicarei à Fundação da Escola Portuguesa para ver
qual a melhor maneira de dar resposta a este problema”, prosseguiu.
No
final do ano lectivo 2019/2020 saíram da EPM cinco professores, e no ano
lectivo transacto, 2020/2021, foram oito os docentes que deixaram a escola. Em
todos os casos, garantiu Manuel Machado, os professores foram substituídos,
tendo os anos lectivos seguintes arrancado sem problemas.
Segundo
disse a este jornal, os motivos que levam estes professores a abandonar o
território são razões pessoais mas estão relacionados com as restrições de
viagem. “Os motivos prendem-se fundamentalmente com o facto de já estarem em
Macau há praticamente três anos sem se puderem ausentar e terem necessidade de
se deslocar por razões familiares. Alguns têm ascendentes de mais idade que já
não vêem há muito tempo, outros necessitam de realizar alguns exames médicos.
São razões pessoais e familiares”, explicou.
Manuel
Machado não descarta que até Agosto possa haver mais professores a comunicar a
intenção de abandonar o território: “Penso que também dependerá muito da
evolução da própria pandemia em Macau e das medidas de segurança que serão adoptadas”.
A EPM conta actualmente com 64 docentes, sendo que aqueles que vão deixar a
instituição dão, na sua maioria, aulas do 7º ao 12º.
O
presidente da direcção da EPM assegurou que a saída dos professores não tem
criado instabilidade entre os alunos, até porque, disse, quando há mudança de
ciclos normalmente também os docentes passam a ser diferentes. “Não tem sido
nada de preocupante, felizmente”.
Com
o regresso de vários portugueses ao país de origem, também o número de alunos
decresceu ao longo deste último ano. “Iniciámos o ano lectivo com 694 alunos e
neste momento estamos com 686 porque há famílias que têm voltado para Portugal
e as crianças obviamente vão com os pais. Isso naturalmente tem feito diminuir
o número e até ao final do ano lectivo ainda haverá uma pequena diminuição do
número de alunos”, observou.
607 pré-inscrições para 2022/2023
Manuel
Machado adiantou à Tribuna de Macau que houve um total de 607 pré-inscrições
para o próximo ano lectivo. “Parece uma grande diferença em relação ao actual
número, mas não é assim tanto quanto isso porque se analisarmos os números das
pré-inscrições do ano anterior ou há dois anos, quando terminaram as
pré-inscrições ainda faltam de facto muitos alunos inscrever-se, e como não são
vinculativas acredito que este número cresça”, sublinhou.
Dos
alunos que procuram o primeiro ano de escolaridade, pouco mais de 50% não são
de nacionalidade portuguesa.
Nos
últimos anos, a tendência na EPM tem sido de crescimento e o presidente da
direcção voltou a dizer que as instalações já não conseguem receber mais
turmas. A viabilidade e tipo de ampliação da escola está a ser estudado pelo
Conselho de Administração, acrescentou. “É algo que considero que tem alguma
urgência no sentido de podermos dar resposta às solicitações”, disse Manuel
Machado.
Vacinados 40% dos alunos e 92% dos funcionários
Segundo
adiantou Manuel Machado a este jornal, actualmente 92% dos trabalhadores da
Escola Portuguesa já estão vacinados contra a covid-19. Quanto aos alunos, os
números também estão a mudar quase diariamente. Na terça-feira, os dados
apontavam para 40% dos 686 alunos já inoculados. Em concreto, no primeiro ciclo
a taxa é de cerca de 21% (65 alunos vacinados de 315), no segundo ciclo é de
13% (15 de 114), e no terceiro ciclo aumenta para cerca de 69% (100 de 145). Já
no ensino secundário a taxa de inoculação dos estudantes atinge 84%, ou seja,
estão vacinados 92 de um total de 109. O presidente da direcção da EPM disse
que após as autoridades terem alertado para a necessidade de vacinar as
crianças tem havido “uma maior adesão” dos pais, observando que ainda naquele
dia um grupo de crianças tinha sido levado pela escola, e na companhia dos
pais, à vacinação. Manuel Machado garantiu também que estão a ser cumpridas as
orientações dos Serviços de Educação no sentido de procurar saber,
semanalmente, o número de estudantes vacinados e aqueles que tencionam
vacinar-se. “Esse levantamento está a ser feito com periodicidade, assim como
da evolução do número de crianças e jovens vacinados”, disse. Catarina
Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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