Para além da escultura, disciplina na qual se especializou, a artista plástica também voltou à pintura. Um total de 21 obras estarão nas paredes da delegação da Fundação Oriente a partir do próximo dia 2 de Abril. O principal objectivo da autora é que a mostra dê a conhecer ainda mais o seu trabalho e “abra algumas portas”
A
artista plástica Todi Kong de Sousa inaugura no dia 2 de Abril, sábado, na
galeria principal da Casa Garden, pelas 17h30, a exposição individual “A Dança
da Vida”.
A
mostra, patente até dia 1 de Maio, revela 21 obras da artista plástica em que
16 são esculturas e cinco pinturas. Pinturas especiais, pois Todi usa alguns
dos materiais na tela que costuma usar na feitura das esculturas. “Não é a
primeira vez que me aventuro na pintura, uma vez que participei numa colectiva
promovida pelo pintor e professor Mio Pang Fei há alguns anos no âmbito do
estudo no Politécnico, mas foi um trabalho pequeno. Depois destes anos todos,
volto agora com cinco pinturas nas quais uso os materiais das esculturas”,
referiu, acrescentando que a escultura é algo “mais espontâneo” quando pensa a
arte, apesar de gostar muito de pintar.
A
nova exposição “debruça-se essencialmente sobre o tema da vida como uma dança”,
explica a delegação de Macau da Fundação Oriente em nota de imprensa enviada às
redacções. “Não só das vidas humanas em si e das suas emoções, mas também deste
planeta onde vivemos e que está em constante movimento. A artista explora
texturas, mistura de materiais e composições. Os tecidos inspiram-na pela sua
maleabilidade e leveza durante a criação das peças e no fim tornam-se rígidos,
como que um movimento suspenso no tempo”, pode ler-se ainda.
Na
conversa que manteve com o nosso jornal, a autora referiu que o mote para a
exposição surgiu de forma natural. “Pensei na vida como numa dança. A verdade é
que a vida é, a meu ver, uma dança. Vamos dançando, com sacrifício, até
alcançar o sucesso e depois, com a avançar da idade, a energia esmorece e a
vida acaba.”
Apesar
de ter vindo a expor em Macau, a sua primeira exposição “Metamorfose” também
foi apresentada, em 2015, na Casa Garden da Fundação Oriente. A autora explicou
ao nosso jornal que, por norma, faz uma proposta a galerias e espaços de arte
quando tem obras suficientes. “Demoro algum tempo a fazer as peças, que são
únicas”, admitiu.
Ter
sido engenheira civil deu-lhe alguma bagagem para encarar a vida artística que
só abraçou à séria depois dos 50 anos. “Planeamento”, enfatizou Todi. “Há uma
componente muito importante que, penso, a engenharia me deu que é o
planeamento. Como trabalho com materiais muito especiais, preciso de planear
tim-tim por tim-tim todas as fases de criação. Porque se não o fizer, a peça
não sai como deve ser”, referiu.
Nascida
em Moçambique, Custódia (Todi) Kong de Sousa ainda viveu 10 anos em Portugal
antes de se fixar em Macau em 1986. A sua arte, notou ao Ponto Final, é uma
mescla de África, do Ocidente e do Oriente. “As minhas peças são uma mistura de
culturas”, constata.
Para
este novo desafio, a autora espera que as pessoas que forem visitar a
exposição, acima de tudo, “gostem do trabalho”. “O meu primeiro objectivo é que
as pessoas conheçam o meu trabalho, que gostem dele e, se possível, o queiram
comprar, naturalmente. Que esta exposição me abra algumas portas”, afirmou, explicando
que, actualmente, dedica-se a 100% à arte, enquanto escultora autodidacta que
está em “constante aprendizagem”.
Com
algumas exposições já realizadas no território, tanto a título individual como
em grupo, Todi Kong de Sousa possui ainda esculturas suas em colecções privadas
distribuídas por Macau, China, Estados Unidos da América e Portugal. Gonçalo
Pinheiro – Macau in “Ponto Final”
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