A
ministra da Saúde de Angola agradeceu a Portugal nesta sexta-feira pela doação
de vacinas contra a covid-19, em particular ao seu país, e aos restantes
Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Sílvia
Lutucuta discursava na abertura da VI reunião de ministros da Saúde da CPLP,
que decorre em Luanda, para entre vários assuntos realizar a passagem oficial
da presidência da reunião de Cabo Verde para Angola.
A
governante angolana considerou imprescindível aumentar-se os níveis de
cobertura vacinal da população, através não só da mobilização e
disponibilização de uma maior quantidade de vacinas, como também da urgência em
fazer chegar a imunização a toda a população elegível e em qualquer lugar.
A
titular da pasta da Saúde de Angola frisou que as medidas de controlo da
pandemia de covid-19 levaram à redução da cobertura vacinal de algumas doenças
importantes, potencialmente epidémicas, como a poliomielite e a febre amarela,
verificando-se igualmente algum retrocesso no controlo das doenças
negligenciadas e na cobertura dos cuidados de saúde primários.
“Todos
estes fatores debilitaram os nossos sistemas de saúde, pelo que, urge tornarmos
esses sistemas mais resilientes, funcionais, responsáveis e inclusivos,
baseados na comunidade e centrados nas pessoas, capazes de oferecerem qualidade
na prestação dos serviços por profissionais competentes e comprometidos”,
complementou.
Segundo
a ministra, em termos de saúde pública a covid-19 provocou um cenário de
emergência sem precedentes, afetando a vida, os meios de subsistência e os
sistemas de saúde da maioria dos países do mundo e, em particular, os da CPLP.
Contudo,
destacou Sílvia Lutucuta, apesar dos “efeitos desastrosos” causados pela
covid-19 nas economias e na saúde dos países, foi uma “oportunidade para a
melhoria das infraestruturas físicas, o aumento dos recursos humanos
capacitados, o reforço do papel dos institutos nacionais de Saúde Pública, a
vigilância epidemiológica e a educação em saúde da população”.
A
ministra felicitou o Brasil pela criação de capacidade autónoma de produção da
vacina contra a covid-19, fazendo votos de que os Estados-membros da CPLP
beneficiem dessa tecnologia, bem como de novas tecnologias para a produção de
vacinas de terceira geração.
“Ficou
claro que a pandemia da covid-19 mostrou-nos também que devemos fortalecer-nos
mutuamente para respondermos com eficácia e eficiência às emergências de saúde
pública e catástrofes naturais, que têm assolado todos os nossos Estados-membros”,
disse.
Sílvia
Lutucuta apelou à partilha de experiências entre a comunidade, dado que a
pandemia se encontra ainda “num estádio crítico”, através de uma aprendizagem
cruzada e a documentação de experiências positivas, que possam ser replicadas
em diferentes países, nomeadamente no quadro da CPLP.
Aos
países com estatuto de observador associado da CPLP, a governante angolana
incentivou a que se interessem e apoiem, técnica e financeiramente a execução
do Plano de Ação que será aprovado nesta reunião ministerial.
A
CPLP é integrada por Angola, Brasil, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné
Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Da
agenda de trabalhos consta a apresentação do programa de atividades da
presidência ‘pro-tempore’ na temática saúde, do grau de execução do Plano
Estratégico de Cooperação em Saúde da CPLP (PECS-CPLP) 2018-2021, a revisão do
PECS-CPLP para o período 2022-2026 e a declaração final de Luanda. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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