O
Brasil tornou-se o sexto membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) a aderir ao acordo de mobilidade, após depositar o instrumento de
ratificação na sede da organização, e colocou Portugal como prioridade para
parcerias.
“Portugal,
para mim, na minha gestão é uma prioridade”, disse nesta segunda-feira o
ministro das Relações Exteriores brasileiro, Carlos Alberto França, na sede da
CPLP, em Lisboa, onde depositou o instrumento de ratificação do acordo de
mobilidade, passo que conclui o processo de adesão do Brasil ao acordo assinado
na cimeira de julho passado, em Luanda.
O
governante brasileiro respondia assim após ter sido questionado se Portugal
poderia ser prioritário para o Brasil no estabelecimento de parcerias
adicionais futuras, tendo em conta a grande comunidade brasileira que vive em
território português, um tema que remeteu para o encontro que terá esta
terça-feira com o seu homólogo português, Augusto Santos Silva.
Quanto
ao que pode mudar com a ratificação do acordo de mobilidade por parte do
Brasil, Carlos Alberto França pegou nas afirmações do secretário-executivo da
CPLP, Zacarias da Costa, para salientar que “as medidas práticas serão tomadas
no momento em que todos os países ratifiquem [o documento]”.
“Mas,
sim, é uma situação muito clara do Brasil em colocar em prática esse acordo”,
frisou.
O
acordo de mobilidade já foi ratificado igualmente por Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Portugal, Moçambique e São Tomé e Príncipe. O processo está por concluir em
Angola – onde já foi aprovado pelo parlamento -, Timor-Leste e Guiné
Equatorial.
Na
sede da CPLP, o ministro das Relações Exteriores do Brasil foi recebido pelo
secretário-executivo, numa cerimónia que contou também com a presença dos
representantes permanentes dos Estados-membros junto da CPLP.
Zacarias
da Costa sublinhou também a rapidez com que o acordo de mobilidade foi
ratificado pelo Brasil: “Em tempo recorde”, afirmou.
O
ministro fez ainda questão de deixar um agradecimento ao Congresso brasileiro
pela “forma expedita” como correu a aprovação do acordo de mobilidade, bem como
o apoio que teve por parte do então ministro do Tribunal da União, Raimundo
Carreiro, que hoje é o novo embaixador do Brasil em Portugal.
Este
entendimento a nível da CPLP estabelece um “quadro de cooperação” entre todos
os Estados-membros de uma forma “flexível e variável” e, na prática, abrange
qualquer cidadão, cabendo agora aos países definirem entre si que modalidades
de circulação pretendem para os seus cidadãos.
O
chefe da diplomacia brasileira recordou ainda que na primeira visita oficial a
Portugal, em julho de 2021, Portugal e Brasil tiveram uma grande agenda.
“E
de novo, quando venho aqui, menos de um ano depois, acompanhando do novo
embaixador designado do Brasil, que apresentará as suas credenciais [hoje ao
Presidente português], 48 horas depois de ter chegado [a Lisboa] também dá uma
medida da prioridade que eu penso que o Governo português outorga em relação ao
Brasil”, comentou Carlos Alberto França.
O
ministro iniciou neste dia 07 uma visita oficial de dois dias a Portugal, tendo
como primeiro ato público a deslocação à sede da CPLP.
Depois
da visita à CPLP, Carlos Alberto França participa na cerimónia de entrega das
credenciais do novo embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro Silva,
ao Presidente da República português, em Belém, e no final do dia tem um jantar
oferecido por Marcelo Rebelo de Sousa.
No
segundo dia de visita a Portugal, nesta terça-feira, o ministro terá um
encontro de trabalho com o seu homólogo português, Augusto Santos Silva, no
Ministério dos Negócios Estrangeiros, seguido de almoço.
Um
dos temas da agenda nesta deslocação de Carlos Alberto França são as
comemorações do bicentenário da descoberta do Brasil, que se assinala este ano,
e se celebra oficialmente a 07 de setembro.
Ainda
em Lisboa, o ministro brasileiro se encontrou ainda com os Cônsules-Gerais do
Brasil em Portugal, que cuidam dos cerca de 275 mil brasileiros no país, a
maior comunidade de estrangeiros em Portugal. Segundo o governo, foram tratadas
questões relacionadas ao atendimento consular e à integração da comunidade
brasileira à sociedade lusitana. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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