Terminou no sábado a segunda edição da Semana da Cultura Chinesa. Depois de cinco dias de promoção da arte, literatura e música da China, Carlos Morais José, organizador do evento, constatou que a comunidade lusófona está agora mais interessada na cultura chinesa. No entanto, assumiu que ainda há um longo caminho a percorrer para aumentar o nível de conhecimento da cultura
A
cultura da China esteve, ao longo dos últimos dias, em destaque na Fundação Rui
Cunha. A segunda edição da Semana da Cultura Chinesa quis aproximar a lusofonia
da arte, literatura e da música da China. O evento terminou no sábado e Carlos
Morais José, organizador da iniciativa, revelou-se satisfeito com as sessões
apresentadas e constatou que “cada vez há mais pessoas da comunidade lusófona
interessadas na cultura chinesa”.
Apesar
de ser “uma cultura milenar que tem muita coisa para dar ao mundo”, é ainda
algo desconhecida entre a comunidade lusófona. “Esta é uma forma de a tentar
divulgar um pouco mais, para que haja uma melhor compreensão”, explicou ao Ponto
Final o proprietário do Hoje Macau e da editora Livros do Meio.
O
organizador do evento lamentou também que, apesar dos 500 anos de história
entre Portugal e a China, “a nossa sinologia é das mais pobres da Europa”.
Morais José explicou que, uma vez que “a China recuperou o lugar cimeiro entre
as nações”, há “todo o interesse para Portugal e lusofonia em geral um melhor
conhecimento da cultura chinesa”.
O
responsável referiu também que Macau deveria ter um instituto de sinologia,
fazendo mais tradução da cultura chinesa para a língua portuguesa: “Macau podia
ter um papel mais relevante nessa tradução como ponte para os países
lusófonos”.
Música, literatura, pintura
O
evento começou na segunda-feira, dia 7 de Março, com música e poesia, através
do Macau String Trio, tendo-se seguido o lançamento de um livro sobre o mais
famoso dos poetas chineses, “Li Bai – A Via do Imortal”, de António Izidro, com
apresentação de Frederico Rato.
Na
terça-feira comemorou-se o Dia Internacional da Mulher, que o evento assinalou
com uma conferência virtual da professora da Universidade Politécnica de Macau
Ana Saldanha, intitulada “A condição feminina da China Imperial à China
socialista: evolução sociopolítica e jurídica da mulher chinesa”.
No
dia seguinte realizou-se o lançamento do livro “Nove Pontos na Bruma – textos
sobre a China”, de Carlos Morais José. O trabalho é “uma miscelânea de textos
sobre a China. Arte, história, literatura, tradições e até anedotas. O livro
não versa sobre um só tema, mas são textos diversos de temáticas diversas sobre
a China que tenho vindo a escrever com o passar dos anos”, explicou o autor
antes do lançamento.
Na
quinta-feira foi lançado o livro “Inquirições Sínicas”, de Paulo Maia e Carmo,
um especialista em arte chinesa, apreciador de pintura tradicional, que contou
com a apresentação do médico-poeta Shee Va.
A
Semana da Cultura Chinesa terminou no sábado, com música e o lançamento do
livro “Quadras Chinesas”, uma tradução do poeta cabo-verdiano Zerbo Freire.
Esta é a primeira vez que um natural de Cabo Verde traduz directamente do
chinês para língua portuguesa poesias da dinastia Tang. A apresentação esteve a
cargo de Yao Jingming. André Vinagre – Macau in “Ponto
Final”
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