Mais de 895 mil eleitores, em Timor-Leste e na diáspora, estão recenseados para as eleições legislativas de 21 de Maio, um número recorde, segundo dados provisórios do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE)
“Os
dados provisórios, que estamos ainda a reconciliar, indicam que até ao fim do
processo de recenseamento estavam registados 895.041 eleitores, dentro e fora
do país”, disse à Lusa o director-geral da STAE, Acilino Manuel Branco. “No
anterior recenseamento, até final do ano, tínhamos cerca de 870 mil, o que
significa que este ano registamos mais 20 mil e tal novos eleitores. Os dados
estão agora a ser reconciliados para serem publicados no dia 21 de maio”,
sublinhou.
O
responsável do STAE explicou que houve um particular interesse das comunidades
na diáspora, com destaque para o Reino Unido e Portugal, com muitos eleitores a
pretenderem registar-se ou atualizar os seus registos. “Equipas do STAE
acompanharam o processo nos locais e recebemos informação também das
embaixadas, que indiciam que houve muito interesse dos cidadãos”, referiu.
Ainda
assim, Branco admite que não foi possível registar todos os cidadãos que o
pretendiam fazer já que, em muitos casos, os timorenses não tinham documentos
atualizados necessários para concretizar o recenseamento.
“Muitos
timorenses não conseguiram fazer o atendimento porque não tinham documentos,
tinham os passaportes ou bilhetes de identidade caducados e não tinham certidão
de nascimento”, disse. “Manifestaram preocupação com esse aspeto e já transmiti
ao Ministério da Justiça a situação para vermos, no futuro, como podemos
corrigir este tipo de problemas”, vincou.
Branco
explicou que as listas finais com os eleitores recenseados nos 13 municípios do
país, na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) e na diáspora
– Austrália, Coreia do Sul, Reino Unido e Portugal – bem como a informação
sobre todos os centros de votação dentro e fora do país, serão publicados na
sexta-feira no Jornal da República.
Até
lá continuam a decorrer os demais preparativos para o voto, com a campanha
prestes a arrancar com comícios e outras ações políticas um pouco por todo o
país.
Esta
terça-feira o STAE recebe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) a tinta indelével roxa que vai ser usada para marcar os dedos dos
votantes, continuando a decorrer a impressão das centenas de milhares de
boletins de voto na Gráfica Nacional. “Está tudo a decorrer dentro da
normalidade, incluindo todas as questões logísticas”, notou.
Provedor de Direitos Humanos pede a políticos que sejam
exemplo
A
Provedoria de Direitos Humanos e Justiça (PDHJ) timorense apelou ontem aos
líderes políticos do país para serem um exemplo para toda a sociedade, elevando
o nível do debate durante a campanha para as legislativas.
O
provedor Virgílio Guterres disse, em declarações à Lusa, que as forças
políticas devem evitar ataques pessoais, concentrando-se em vez disso na
disseminação clara sobre quais os seus programas políticos para a governação do
país.
“Quero apelar aos partidos políticos para que se concentrem na promoção e disseminação dos programas políticos, para garantir o bem estar do povo quando chegam ao poder. Apelar ainda para evitarem ataques pessoais, maledicências e evitar manipular o sentimento dos cidadãos para conquistar os votos”, disse. “Como provedor dos Direitos Humanos e Justiça peço aos líderes políticos para terem contenção com as narrativas. É tempo de serem modelos de educação política. O povo precisa disso. Este povo tem direito de ouvir, de ser informado e de viver em paz e harmonia. É tempo que os líderes possam garantir esse ambiente”, afirmou. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário