Desde
Março de 2019, cerca de nove mil alunos da Escola Secundária da Manga,
localizada na cidade da Beira, província de Sofala, estão a estudar em
condições deploráveis. É que o ciclone Idai, que afectou aquela região do país,
destruiu parte considerável da infra-estrutura, com destaque para portas,
janelas, sistema de canalização de água e a instalação eléctrica. O tecto da
escola não escapou à fúria dos ventos e, sempre que há mau tempo, o processo de
ensino-aprendizagem é interrompido, devido à elevada infiltração.
Aliás,
numa das salas de aula, a parede desabou, mesmo assim, com todos os riscos, os
alunos continuam a estudar naquela sala. “Infelizmente é a nossa sala. Quando
começa a chover, somos os primeiros a abandonar a sala em toda a escola, pois
as águas das chuvas escorrem pelo local onde a parede desabou e inunda a sala”,
explicou Silva, aluno da 10ª classe daquela escola.
Uma
boa nova chegou, esta segunda-feira, aos alunos, professores e gestores da
escola. A infra-estrutura será reabilitada, uma iniciativa que estará sob
responsabilidade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
As obras arrancam ainda este ano, no âmbito da reconstrução pós-Idai.
Foram
anunciados pelo representante desta organização em Moçambique, António
Molpeceres, depois de visitar a escola, acompanhado pelo governador de Sofala,
Lourenço Bulha, a existência de cerca de dois milhões de dólares para a
reabilitação da escola, mas estudos referentes ao processo da modernização da
infra-estrutura irão ditar o valor exacto.
“Pretendemos,
com esta acção, melhorar a qualidade de educação na Escola Secundária da Manga,
proporcionando aos alunos e aos professores melhores instalações de
aprendizagem e modernizando as infra-estruturas existentes, assim como
apetrechar a escola com carteiras e bibliotecas”, Garantiu Molpeceres.
Tanto
o PNUD como o Gabinete de Reconstrução pós-Ciclones (GREPOC), esta última
instituição representada por Zacarias Chissungo, garantiram que o passo a
seguir é o levantamento exaustivo dos danos causados e necessidades para dar
seguimento à empreitada, pois o nível de destruição da escola é preocupante.
O
PNUD e o GREPOC acrescentaram que, de seguida, será lançado um concurso para a
selecção do empreiteiro, assim como a firma que irá fazer a fiscalização.
O
governador de Sofala, que liderou os contactos para o processo de reabilitação
da escola, indicou, na ocasião, os passos que serão dados para não prejudicar o
processo de ensino-aprendizagem.
“Conhecida
a data para o arranque das obras, claro, depois dos concursos, vamos distribuir
os cerca de nove mil alunos em várias escolas que existem nos arredores, por
forma a garantir que o processo de ensino-aprendizagem não seja interrompido.
Neste momento, os mapas já estão a ser desenhados para que cada aluno saiba com
antecedência onde será afectado.”
Refira-se
que o GREPOC e o PNUD têm um projecto denominado Mecanismo de Recuperação para
Moçambique, que iniciou em Agosto 2019, com duração de cinco anos, abrangendo,
nesta fase, as províncias de Sofala e Cabo Delgado, afectadas pelos ciclones
Idai e Kenneth. Francisco Raiva – Moçambique in “O País”
Sem comentários:
Enviar um comentário