A Universidade de Macau (UM), que viu 15 trabalhos de investigação serem aceites em fevereiro numa conferência internacional de eletrónica em São Francisco, nos EUA, é “líder mundial nesta área”, disse à Lusa o vice-reitor Rui Martins. “Nós este ano, em termos eletrónicos fomos líderes mundiais nessa área, em segundo lugar veio a universidade [de Pequim] Tsinghua com 13 ‘papers'”, notou o vice-reitor para os Assuntos Globais da UM.
Os
artigos científicos da instituição de ensino superior da região administrativa
especial abordaram temas como a conversão de dados, comunicações ‘wireless’ ou
conversão de energia.
A
70.ª edição da ‘International Solid State Circuits Conference (ISSCC)’
[Conferência Internacional de Circuitos em Estado Sólido] distinguiu ainda Rui
Martins como principal colaborador entre 1954 e 2023. “Ninguém acredita, mas
somos líderes mundiais nessa área”, apontou o académico, diretor do Instituto
de Microeletrónica e diretor fundador do Laboratório de Referência do Estado em
Circuitos Integrados em Muito Larga Escala Analógicos e Mistos, ambos da
Universidade de Macau.
Em
entrevista, o responsável disse que a pesquisa da Universidade de Macau na área
da ciência dispõe este ano de um orçamento interno de 100 milhões de patacas,
recebendo ainda 440 milhões de entidades externas, como o Fundo para o
Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) de Macau, o Governo local,
através do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da
Administração (PIDDA), e entidades do interior da China. “Em termos de
financiamento de investigação científica e comparado com outras universidades,
acho que é um bom investimento”, afirmou o vice-reitor para os Assuntos Globais
da UM.
Rui
Martins sublinhou avanços da instituição no estudo do “cancro da mama e do
cólon, que são aqueles mais frequentes em Macau”. Realçou ainda o
desenvolvimento, durante a pandemia, de “dois ventiladores sofisticados e
avançados em termos de electrónica”, que foram doados a duas universidades em
África, uma em Maputo [Moçambique] e outra no Lubango [Angola]”.
No
que diz respeito a parcerias na área da investigação científica, o responsável
admitiu que há “poucos projectos” com Portugal e que o baixo investimento
noutros países influencia potenciais parcerias com Macau. “Tenho notado”,
reagiu. E acrescentou: “Em Portugal, onde há projetos financiados em Ciência e
Tecnologia, bem financiados, são essencialmente pela União Europeia e alguns
projetos também pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), mas programas
para a cooperação com Macau especificamente, os valores são muito baixos”. Para
desenvolver essa colaboração, “esses valores têm de aumentar”. In “Ponto
Final” - Macau
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