Uma unidade fabril de produção de tijolos de cânhamo para construção civil, da empresa portuguesa Cânhamor, vai entrar em funcionamento “até final do ano” em Garvão, no concelho de Ourique (Beja)
O
diretor comercial da empresa, Frederico Barreiro, revelou à agência Lusa que,
“se tudo correr bem”, a fábrica vai começar a produzir “no final deste ano”,
permitindo a criação de “30 postos de trabalho diretos”.
“E,
indiretamente, há toda uma economia que se vai desenvolver em torno da
fábrica”, acrescentou o responsável pela Cânhamor,
que já tem uma outra unidade em produção na freguesia de Colos, no vizinho
concelho de Odemira (Beja).
A
nova unidade vai ser instalada num terreno com quase 36500 metros quadrados
(m2) na freguesia de Garvão, cedido pela Câmara de Ourique, onde a empresa vai
produzir blocos (ou tijolos) de cânhamo, considerados “uma alternativa
ecológica” para a construção civil.
“Vamos
aumentar a nossa produção em 30 vezes mais, ou seja, se neste momento somos
capazes de responder a duas casas por mês, vamos passar a poder responder a 60
ou 70” casas por mês, afiançou Frederico Barreiro.
Sem
revelar o investimento previsto, o diretor comercial da Cânhamor disse que o
projeto da empresa em Garvão é uma continuidade da atividade que esta já faz em
Colos, com o objetivo de dar resposta a um mercado que está “a crescer”.
“O
setor da construção civil tem os problemas que tem relacionados com a pegada
ecológica e com as questões carbónicas e é nesse sentido que demos este passo”,
justificou.
Frederico
Barreiro acrescentou que o objetivo da empresa passa, sobretudo, pelo mercado
nacional, embora no horizonte esteja igualmente comercializar os blocos de
cânhamo para Espanha.
É
nesse âmbito que a empresa conta avançar, “a curto prazo”, com a construção de
uma segunda unidade em Garvão, onde pretende instalar a “única decorticadora
ibérica”.
“Isso
vai-nos permitir separar o cânhamo e extrair a parte da fibra, que será
utilizada no setor têxtil e vai trazer uma mais-valia”, explicou.
Nos
planos da empresa está igualmente incentivar mais agricultores locais a
produzirem cânhamo, para depois ser utilizado nas unidades produtivas da
Cânhamor.
O
objetivo é ter um processo produtivo “o mais ecológico e local possível”,
frisou o responsável.
O
diretor comercial da Cânhamor destacou ainda o facto de lo projeto da empresa
ser “único” no país e estar sediado numa região como o Alentejo.
“Deixa-nos
extremamente orgulhosos sermos os únicos a apostar em Portugal neste mercado,
especificamente no Alentejo, que genericamente é uma zona mais esquecida em
termos de investimento”, realçou. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
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