O Executivo da RAEM terá uma “comparticipação muito expressiva” nas obras de ampliação da Escola Portuguesa de Macau, indicou o ministro português da Educação, revelando que já existe um acordo para avançar nesse sentido. Sem arriscar um prazo concreto, João Costa disse que “a perspectiva é que o projecto arranque este ano”. Sem entrar em pormenores, o Chefe do Executivo reiterou que a escola pode contar com o apoio da RAEM
No
quadro de uma cooperação “muito boa”, os Governos de Portugal e da RAEM têm
“uma perspectiva de parceria que permitirá a ampliação” da Escola Portuguesa de
Macau (EPM), confirmou na sexta-feira o ministro português da Educação, após
ter discutido esse dossier com o Chefe do Executivo do território, Ho Iat Seng.
“Podemos
contar com esta generosidade da região de Macau”, enalteceu João Costa,
assegurando que “estamos com as bases lançadas para começar a trabalhar o
projecto”. Tendo em conta que os valores finais ainda não estão definidos, o
ministro escusou-se a apontar a dimensão absoluta ou percentual desse apoio,
adiantando apenas que está prevista uma “comparticipação muito expressiva” do
Governo de Macau.
“Não
sei dizer um prazo concreto de construção, mas há já um acordo para fazermos a
ampliação”, e assim “permitir uma melhoria muito significativa das instalações
da escola, que é muito necessária”, salientou, em declarações à TDM e ao Jornal
Tribuna de Macau, à margem da recepção oferecida pelo Governo da RAEM na
capital portuguesa.
Segundo
o ministro da Educação, “a perspectiva é que o projecto arranque este ano”.
Contudo, ressalvou, “estamos em fase de negociações e conversas para a
apreciação do projecto”.
No
balanço final da visita a Lisboa, o Chefe do Executivo não entrou em questões
de pormenor sobre esse dossier, mas deixou uma forte garantia: “Se a escola
precisar do nosso apoio sobre a questão do aumento dos estudantes, de certeza
que iremos apoiar e providenciar as medidas necessárias para isso”.
“A
EPM pertence directamente ao Ministério da Educação de Portugal e não a Macau.
Não é uma escola da tutela da Direcção dos Serviços de Educação e de
Desenvolvimento da Juventude. O Governo de Macau é muito claro nesse aspecto.
Colaboramos e respeitamos a autonomia de desenvolvimento da EPM”, ressalvou Ho Iat
Seng, reiterando a intenção de “reforçar o ensino, a aprendizagem, a formação e
a utilização da Língua Portuguesa em Macau”.
Na
semana passada, numa declaração gravada por ocasião do 25º aniversário da EPM,
o Presidente da República Portuguesa já tinha levantado um pouco a “ponta do
véu”, ao antecipar que “finalmente os problemas vão ser resolvidos a curto
prazo”. “Estão reunidas as condições necessárias para que a escola tenha mais
espaço”, possibilitando-lhe “manter a salvaguarda da qualidade do ensino e da
formação prestadas”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, sem pormenorizar.
O
problema da falta de espaço foi reavivado recentemente, durante o período de
inscrições para o primeiro nível de ensino, levando mesmo o presidente da
direcção da EPM a alertar para a possibilidade de rejeitar algumas matrículas
para o ano lectivo de 2023/2024. Os receios confirmaram-se, com Manuel Machado
a referir que a escola não conseguirá receber 29 dos 98 inscritos.
“Potencial de crescimento”
Numa
altura em que a EPM conta com 713 estudantes, o ministro da Educação considera
que, mais importante do que definir a futura capacidade de acolhimento, é a
constatação de que a “escola tem potencial de crescimento” e só não tem
conseguido responder a mais solicitações devido às “limitações em termos de
infra-estrutura”.
“O
Chefe do Executivo transmitiu-me que a demografia macaense não ajuda a uma
grande expansão em termos de alunos, mas o que é importante é perceber que, com
as novas instalações e o número de professores que conseguimos colocar na
Escola Portuguesa de Macau, há muito espaço de crescimento”, insistiu. Além
disso, destacou que, na sequência de um “trabalho muito aturado entre os dois
Governos”, a EPM dispõe de “um currículo que dedica mais atenção ao Português como
língua não materna e também à História e Geografia de Macau”, oferecendo assim
um programa de ensino português “muito influenciado” pelo contexto onde se
insere.
Por
outro lado, ao nível do corpo docente, João Costa garantiu que já “estão
ultrapassados” os problemas sentidos durante os três anos de pandemia. “As
dificuldades têm sido sinalizadas e temos conseguido fazer a colocação de
professores”, assegurou, recordando que o período de encerramento das escolas
em Macau foi “bastante mais longo do que noutras regiões do mundo”.
“Foi
um período particularmente difícil. Os professores da Escola Portuguesa
conseguiram responder, manter o ensino à distância, mas até pelas limitações
nas viagens era muito difícil deslocar professores de Portugal para Macau nessa
altura”, justificou. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau
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