Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Portugal - Ampliação da Escola Portuguesa de Macau terá forte apoio da Região Administrativa Especial de Macau

O Executivo da RAEM terá uma “comparticipação muito expressiva” nas obras de ampliação da Escola Portuguesa de Macau, indicou o ministro português da Educação, revelando que já existe um acordo para avançar nesse sentido. Sem arriscar um prazo concreto, João Costa disse que “a perspectiva é que o projecto arranque este ano”. Sem entrar em pormenores, o Chefe do Executivo reiterou que a escola pode contar com o apoio da RAEM

No quadro de uma cooperação “muito boa”, os Governos de Portugal e da RAEM têm “uma perspectiva de parceria que permitirá a ampliação” da Escola Portuguesa de Macau (EPM), confirmou na sexta-feira o ministro português da Educação, após ter discutido esse dossier com o Chefe do Executivo do território, Ho Iat Seng.

“Podemos contar com esta generosidade da região de Macau”, enalteceu João Costa, assegurando que “estamos com as bases lançadas para começar a trabalhar o projecto”. Tendo em conta que os valores finais ainda não estão definidos, o ministro escusou-se a apontar a dimensão absoluta ou percentual desse apoio, adiantando apenas que está prevista uma “comparticipação muito expressiva” do Governo de Macau.

“Não sei dizer um prazo concreto de construção, mas há já um acordo para fazermos a ampliação”, e assim “permitir uma melhoria muito significativa das instalações da escola, que é muito necessária”, salientou, em declarações à TDM e ao Jornal Tribuna de Macau, à margem da recepção oferecida pelo Governo da RAEM na capital portuguesa.

Segundo o ministro da Educação, “a perspectiva é que o projecto arranque este ano”. Contudo, ressalvou, “estamos em fase de negociações e conversas para a apreciação do projecto”.

No balanço final da visita a Lisboa, o Chefe do Executivo não entrou em questões de pormenor sobre esse dossier, mas deixou uma forte garantia: “Se a escola precisar do nosso apoio sobre a questão do aumento dos estudantes, de certeza que iremos apoiar e providenciar as medidas necessárias para isso”.

“A EPM pertence directamente ao Ministério da Educação de Portugal e não a Macau. Não é uma escola da tutela da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude. O Governo de Macau é muito claro nesse aspecto. Colaboramos e respeitamos a autonomia de desenvolvimento da EPM”, ressalvou Ho Iat Seng, reiterando a intenção de “reforçar o ensino, a aprendizagem, a formação e a utilização da Língua Portuguesa em Macau”.

Na semana passada, numa declaração gravada por ocasião do 25º aniversário da EPM, o Presidente da República Portuguesa já tinha levantado um pouco a “ponta do véu”, ao antecipar que “finalmente os problemas vão ser resolvidos a curto prazo”. “Estão reunidas as condições necessárias para que a escola tenha mais espaço”, possibilitando-lhe “manter a salvaguarda da qualidade do ensino e da formação prestadas”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, sem pormenorizar.

O problema da falta de espaço foi reavivado recentemente, durante o período de inscrições para o primeiro nível de ensino, levando mesmo o presidente da direcção da EPM a alertar para a possibilidade de rejeitar algumas matrículas para o ano lectivo de 2023/2024. Os receios confirmaram-se, com Manuel Machado a referir que a escola não conseguirá receber 29 dos 98 inscritos.

“Potencial de crescimento”

Numa altura em que a EPM conta com 713 estudantes, o ministro da Educação considera que, mais importante do que definir a futura capacidade de acolhimento, é a constatação de que a “escola tem potencial de crescimento” e só não tem conseguido responder a mais solicitações devido às “limitações em termos de infra-estrutura”.

“O Chefe do Executivo transmitiu-me que a demografia macaense não ajuda a uma grande expansão em termos de alunos, mas o que é importante é perceber que, com as novas instalações e o número de professores que conseguimos colocar na Escola Portuguesa de Macau, há muito espaço de crescimento”, insistiu. Além disso, destacou que, na sequência de um “trabalho muito aturado entre os dois Governos”, a EPM dispõe de “um currículo que dedica mais atenção ao Português como língua não materna e também à História e Geografia de Macau”, oferecendo assim um programa de ensino português “muito influenciado” pelo contexto onde se insere.

Por outro lado, ao nível do corpo docente, João Costa garantiu que já “estão ultrapassados” os problemas sentidos durante os três anos de pandemia. “As dificuldades têm sido sinalizadas e temos conseguido fazer a colocação de professores”, assegurou, recordando que o período de encerramento das escolas em Macau foi “bastante mais longo do que noutras regiões do mundo”.

“Foi um período particularmente difícil. Os professores da Escola Portuguesa conseguiram responder, manter o ensino à distância, mas até pelas limitações nas viagens era muito difícil deslocar professores de Portugal para Macau nessa altura”, justificou. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


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