A
Índia vai tornar-se o país mais populoso do mundo já no final deste mês de Abril,
ultrapassando a China e atingindo mais de 1,425 mil milhões de habitantes, de
acordo com uma estimativa da ONU ontem divulgada. “A China perderá em breve o
estatuto, detido por muito tempo, de país mais populoso do mundo. Até ao final
deste mês, a população da Índia deve atingir 1 425 775 850
habitantes, igualando e, a seguir, excedendo a população da China continental”,
de acordo com um comunicado de imprensa da agência de Assuntos Económicos e
Sociais das Nações Unidas. Em 19 de Abril, um relatório do Fundo das Nações
Unidas para População (UNFPA) sobre o estado da população mundial estimava que
a população da Índia teria 1,4286 mil milhões de habitantes contra 1,4257 mil
milhões da China, em meados deste ano. “A população da China atingiu um pico de
1.426 mil milhões de habitantes em 2022 e começou a diminuir. As projeções
indicam que o tamanho da população chinesa poderá cair para menos de um milhar
de milhão [de habitantes] até ao final do século, [enquanto] a população
indiana deve continuar a crescer nas próximas décadas”, acrescentou o
comunicado.
De
acordo com dados oficiais publicados no início do ano, a população chinesa
diminuiu no ano passado pela primeira vez desde 1960-1961, quando uma situação
de fome, que começou em 1959, matou dezenas de milhões de pessoas, como
consequência das políticas autoritárias do regime comunista. Paradoxalmente,
esse declínio na população na China ocorreu apesar do abrandamento da política
de limitação de nascimentos que foi determinada por Pequim nos últimos anos.
Até há 10 anos, os chineses tinham o direito de ter apenas um filho, mas
passaram a poder ter três filhos desde 2021. A quebra demográfica tem sido
atribuída ao acelerar do aumento do custo de vida na China, nomeadamente os
custos com a educação dos jovens. Quanto à Índia, o país não possui dados
oficiais sobre o número dos seus habitantes, porque não realiza qualquer censo
desde 2011. O censo na Índia, que só ocorre uma vez por década, deveria ter
sido feito em 2021, mas teve de ser adiado devido à pandemia do covid-19. Os
obstáculos logísticos e a relutância política impedem neste momento a sua
realização e é improvável que essa tarefa em grande escala ocorra em breve. In “Ponto
Final” - Macau
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