Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Macau - Vizeu Pinheiro aborda tecnologia militar do passado

A tecnologia militar usada em Macau e na Ásia Oriental, entre os séculos XVII e XIX, é o tema de uma palestra que Francisco Vizeu Pinheiro, arquitecto e professor na Universidade de São José, vai proferir na Fundação Rui Cunha. “A chegada dos povos ibéricos, portugueses e espanhóis, ao Sudeste Asiático, trouxe todo um conjunto de tecnologia militar que teve bastante influência na guerra e em toda a situação política da China, Japão e Coreia”, mas igualmente “com reflexo em Macau”, sublinha a introdução para a palestra agendada para o próximo dia 20


“Arquitectura Militar de Macau e da Ásia Oriental: Contexto, Redes e Influência” é o tema para mais uma palestra que vai decorrer na Fundação Rui Cunha (FRC), inserida na nova série de debates públicos de História e Património, organizadas em conjunto com o Departamento de História e Património da Universidade de São José (USJ). O orador convidado é Francisco Vizeu Pinheiro, arquitecto e professor associado na USJ, que vai falar sobre a tecnologia militar utilizada por portugueses e espanhóis aquando da chegada dos povos ibéricos ao Sudeste Asiático.

“Canhões e armas de fogo tiveram, directa ou indirectamente, bastante influência na guerra e em toda a situação política da China, Japão e Coreia”, refere o texto de apresentação da palestra, que será realizada no próximo dia 20, falada em inglês e integrada nas celebrações do 11º aniversário da FRC.

“Sendo Macau a base dos portugueses, mas igualmente de instruídos jesuítas, as forças portuguesas do território tiveram um papel importante na ajuda que deram aos últimos herdeiros dos Ming, no combate contra as tropas invasoras Qing, recorrendo à utilização de canhões”, notas introdutórias para o colóquio que se irá centrar, entre outros aspectos, na “influência militar ocidental na elite militar do Japão, o qual já adoptava conceitos tecnológicos e científicos ocidentais”.

Francisco Vizeu vai abordar, numa referência a 1622, a resistência de Macau a uma superior força invasora holandesa, “que só foi possível devido à moderna arquitectura, tecnologia militar e respectivas tácticas utilizadas para a época nesta parte do globo”.

Mais tarde, já no século XIX, “Macau teve um outro momento relevante na luta pela sua própria sobrevivência”, quando, ameaçado por milhares de piratas na região “organizou uma frota de cinco navios mercantes adaptados ao uso militar, acabando com a ameaça para a cidade e para a região”.

O arquitecto e académico vai falar ainda sobre o longo período de paz que se seguiu à consolidação do Shogunato Tokugawa (1615), no Japão, e da Dinastia Qing (1644), na China. “Desde então, a evolução da arquitectura militar praticamente estagnou” e actualmente as estruturas militares sobreviventes “são adaptadas ou restauradas como importantes bens educacionais para o turismo cultural, particularmente no Japão”. São disso exemplo os vários castelos japoneses do século XVII que foram reconstruídos no século XX, assim como na China muitas muralhas de cidades como Datong ou partes da Grande Muralha. Vitor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


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