O
primeiro-ministro português, António Costa, afirmou que o seu homólogo Narendra
Modi lhe comunicou a decisão da Índia requerer o estatuto de observador na
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Narendra
Modi abordou o tema da CPLP na reunião que teve a sós com António Costa, que
durou cerca de uma hora, tendo adiantando ao primeiro-ministro português que a
Índia conta iniciar esse processo rapidamente.
O
pedido do estatuto de observador da Índia na CPLP constitui mais um passo
diplomático que rompe com uma antiga tradição de distância face a Portugal e à
língua portuguesa desde a invasão de Goa pelas tropas da União Indiana em 1961.
“Estamos
perante uma excelente notícia. Tenho a certeza que todos os países da CPLP irão
acolher como muito positivo esse reconhecimento da parte da Índia sobre a
importância geo-estratégica, política e cultural de um espaço que percorre
todos os continentes e que reúne cerca de 260 milhões de habitantes”, declarou o
primeiro-ministro.
De
acordo com António Costa, com a dinâmica demográfica registada no Brasil e em
África, a CPLP “será seguramente uma das comunidades que terá um maior
crescimento ao longo deste século”.
Já
no que respeita às relações entre a Índia e a União Europeia, o líder do
executivo português transmitiu ao primeiro-ministro Modi “o empenho de
Portugal” em elevá-las para um patamar superior.
“Tive
a oportunidade de transmitir [a Narendra Modi] uma mensagem do presidente do
Conselho Europeu, Charles Michel, no sentido de que há uma vontade de se
estreitarem as relações entre a União Europeia e a Índia. Queremos fazer uma
grande aliança dos maiores espaços democráticos a nível mundial para encarar os
grandes desafios do futuro”, justificou o primeiro-ministro português.
António
Costa colocou entre os principais desafios dos dois blocos o combate às
alterações climáticas, a transição para a sociedade digital e o combate às
desigualdades.
“São
domínios onde temos muito a fazer em conjunto. Encontrei da parte do
primeiro-ministro Modi uma grande abertura para retomar as relações mais
próximas da Índia com a União Europeia, visto que desde 2014 que não ser
realiza a cimeira”, acrescentou, durante uma viagem a Índia. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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