O presidente
do Conselho Internacional dos Arquitectos de Língua Portuguesa, Rui Leão,
considerou que o património histórico de Macau tem sido “mais ou menos”
preservado, “mas a grande custo”.
Para
o arquitecto, que cresceu em Macau, onde vive desde 1977, há “uma pressão”
sobre o centro histórico de Macau, classificado pela UNESCO desde 2005, e não
sabe “se vai desaparecer”.
“Tenho
dúvidas de que haja essa preocupação de transferir a pressão” sobre o património
mais antigo de Macau, mesmo com a contínua expansão do território através de
aterros que conquistam terrenos ao mar e que fizeram aumentar a área da cidade
de 23 quilómetros quadrados em 1999, quando terminou a administração
portuguesa, para os actuais 32,9 quilómetros quadrados.
Rui
Leão afirmou que, ao contrário do “modelo europeu”, o espaço edificado, em
Macau, e também na generalidade da Ásia, é olhado na perspectiva de “novas
possibilidades” de crescimento e desenvolvimento da cidade, com “uma ideia de
injectar mais pessoas, de injectar dinheiro, de injectar investimento”.
“Neste
modelo, o património não encaixa muito bem” e, “no fundo, é sempre um problema
e tem de se lutar para que não desapareça”, disse à agência Lusa.
“Há
coisas que se desaparecerem, deixamos de poder contar a História. Isto, a maior
parte das pessoas aqui em Macau, infelizmente, não percebe”, afirmou.
Em
relação à construção em zonas novas da cidade, com uma população que aumentou
em cerca de 200 mil habitantes em 20 anos, Rui Leão considerou que há uma
grande diversidade, mas atendendo à grande escala dos edifícios de habitação,
“há algumas [construções] que conseguem trazer espaços simpáticos à cidade” e
“também ter um desenho que dignifica o ‘skyline'” de Macau. In “Hoje
Macau” – Macau com “Lusa”
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