A
diretora-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Georgina
Benrós de Mello admitiu que, por vezes, falta investimento em educação
ambiental, apesar de esta ser uma “necessidade vital”.
Em
declarações à margem de um colóquio com o tema “Natureza e meio ambiente nos
países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”, organizado pela
Sociedade alemã para os países africanos de língua portuguesa (DASP), em
Berlim, que terminou quinta-feira, a diretora da CPLP sublinhou a importância
da educação ambiental revelando a necessidade de esta ser uma das “primeiras
prioridades” porque “é o futuro”.
“Precisamos
de investir nas novas gerações para que as populações não sejam apenas a vítima
destas mudanças (climáticas), mas que participem numa solução. temos toda uma
mudança de postura e de paradigma que temos de fazer, que exige muito
investimento em educação”, realçou, transmitindo que nem todos os países da CPLP
têm fôlego financeiro para apostar nessa área.
Georgina
Benrós de Mello notou, em relação aos recursos financeiros, que “às vezes não
há e é um esforço”.
“Num
país de recursos limitados essa talvez não seja a primeira prioridade, mas sim
dar de comer às pessoas ou tratar de quem está doente. Mas se olharmos em
termos de perspetiva de futuro, esta é uma necessidade vital”, frisou.
A
diretora-geral da CPLP olha de uma forma positiva para o movimento “Fridays
for future”, iniciado por Greta Thunberg, acreditando ser uma forma das
novas gerações dizerem ao mundo que “têm consciência” e que querem “ser parte
da solução”.
“É
bom que os jovens reivindiquem e digam que estão alerta, isso só pode ajudar”,
comentou.
A
dirigente da CPLP deu os exemplos de situações negativas decorrentes da ação
humana, como o caso das queimadas na floresta amazónica, ou decorrentes de
fenómenos naturais, como os ciclones em Moçambique ou a desertificação em Cabo
Verde.
Sobre
uma tomada de posição em relação ao Brasil, a diretora desta organização
revelou que a CPLP “ainda não se pronunciou sobre isso”, mas que tem havido “um
debate público sobre o mais importante pulmão do planeta” que todos têm
“acompanhado com preocupação”.
Uma
suspensão “não existe nos estatutos”, assegurou.
“O
único caso de que tenho memória de uma suspensão da participação dos órgãos
aconteceu com o golpe de Estado da Guiné Bissau em 2012(…) Foi uma situação
muito particular que terá levado os Estados membros a uma solução tão
dramática, tão limite”, explicou, destacando que essa “não é a forma de agir”
da CPLP.
A
diretora da CPLP rematou com o caminho a seguir: “Vamos ouvir os argumentos dos
dois lados e averiguar onde esta a verdade e construir um percurso conjunto”. In “Lux 24”
- Luxemburgo
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