Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 7 de dezembro de 2019

Brasil - Menção Especial do Júri da 15ª edição do Festival Internacional Mobile Filme para a curta metragem de David Murad sobre alterações climáticas

O filme com a duração de um minuto e realizado através de um telefone móvel foi o único filme brasileiro a concurso à 15ª edição do Festival Internacional Mobile Filme ACT NOW, uma iniciativa que conta com o apoio das Nações Unidas e do YouTube



Criado em 2005 o festival rege-se por um único princípio; um telefone móvel, um minuto, um filme. Permite que qualquer pessoa, independente da sua condição económica, concorra, exprimindo a sua sensibilidade sobre o tema a concurso, utilizando uma tecnologia idêntica para todos os concorrentes. Sendo totalmente digital, consegue chegar a um público, o mais lato possível, através de um telefone móvel, computador, televisão ou mesmo uma sala de cinema.

Este ano a organização recebeu cerca de 900 inscrições de 91 países e seleccionou 50 filmes de 24 países que estiveram a escrutínio do público entre os dias 17 e 30 de Novembro.

Segundo a organização, a curta metragem de David Murad “comoveu profundamente o júri, que decidiu dar a menção honrosa” e ao mesmo tempo “mostrar o seu apoio ao cinema brasileiro e aos seus criadores.” Para o júri, as histórias apresentadas a concurso “representam abordagens e realidades diferentes, que lidam com o desperdício, a falta de água, o desmatamento, o activismo jovem, a questão climática e a população excessiva” e os trabalhos “provocam, levantam questões e aumentam a consciência sobre a necessidade de actuar agora contra a alteração climática.” 

A curta metragem de David Murad, fala sobre o ataque que a Amazônia tem sofrido nos últimos anos com a conivência do poder político brasileiro. “O tema deste ano do festival é agir contra as mudanças climáticas e a primeira coisa a se fazer com relação a esta questão é parar de negá-la. Boa parte dos políticos em todo o mundo, inclusive no Brasil, insistem no erro básico que é negar, e dizer que não existe mudança climática e não existe aquecimento global, que a Amazônia não está sendo mais queimada do que antes sempre foi. Essa negação está acontecendo de maneira muito forte no Brasil, inclusive. O filme é sobre isso: como negar fatos pode ser prejudicial para o futuro” afirmou David Murad.

O autor da curta metragem baseou-se no discurso do presidente brasileiro Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU que afirmou, defendendo as suas políticas para o meio ambiente, que “a Amazônia permanece praticamente intocável”.

O Grande Prémio Internacional foi atribuído à curta metragem “Wallet” da iraniana Fatima Nofely, que recebeu € 20 mil para produzir um novo filme. O júri declarou que a obra segurou a sua atenção “com a beleza e força de sua história.” A realizadora leva os espectadores “para um mundo não muito distante, onde a água se tornou uma moeda de troca”.  Wallet” será exibido no próximo ano como suporte à exibição do filme de longa metragem a estrear “Walking on Water”, de Bonne Pioche. Baía da Lusofonia



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