Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 30 de setembro de 2018

Sumaúma

















Vamos aprender português, cantando


Irmã de causa e de casa
do raso voo de uma asa
do riso bom de uma dança
dos olhos dessa criança

És manhã, és sumaúma
a mãe de todas as plantas
a canção que a paz reclama
a voz maior, quando cantas

Diz-me o que vês lá do alto
olhos de ver sempre longe
braços de estar sempre perto
dona do caminho certo

Eu seguirei o teu passo
marcharei às Heroínas
escutarei teu cansaço
e cuidarei tuas esquinas

Eu juntarei teus pedaços
quando lhes perderes vista
farei minhas tuas mágoas
e tuas minhas conquistas

Farei minhas tuas mágoas
e tuas minhas conquistas

Nossa luta continua
contra maré da verdade
por ela vamos para a rua
tomarmos a cidade

És manhã, és sumaúma
a mãe de todas as plantas
A canção que a paz reclama
a voz maior, quando cantas

Irmã de causa e de casa

Aline Frazão - Angola



África do Sul - Universidade de Witwatersrand terá pós-graduação em Estudos Portugueses em 2019

No próximo ano letivo, o Departamento de Português da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, vai iniciar um programa de Pós-graduação em Estudos Portugueses, informa o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Camões, I.P.).

“No seguimento da aprovação pelo Senado da universidade, o Departamento de Português estreará os estudos pós-graduados com um programa moderno, integrado e adaptado à política educativa sul-africana, utilizando o sistema de ensino Blended-Learning”, lê-se na nota divulgada pelo Camões, I.P..

O currículo contempla os módulos Métodos de Investigação, Língua Portuguesa Aplicada, Literatura Lusófona Africana, Seleção de temas em Língua e Literatura Portuguesas, Introdução ao Ensino de Línguas Estrangeiras: metodologia e prática e Projeto de Investigação.

“Esta oferta de estudos avançados na área do Português surgiu no sentido de consubstanciar os novos programas da licenciatura implementados em 2017 e, simultaneamente, desenvolver projetos de investigação em Língua, Cultura e Literatura portuguesas”, refere ainda o Camões, I.P., revelando que a procura tem sido “significativa”, havendo a registar a pré-inscrição de diversos alunos. In “Mundo Português” - Portugal

sábado, 29 de setembro de 2018

Moçambique – Edifícios públicos com acesso à internet

Escolas, mercados e hospitais com acesso à internet graças a projeto português



No início deste mês os investigadores do centro de investigação Fraunhofer AICOS viajaram até Mocuba e Alto Molócuè, no norte de Moçambique, onde instalaram a primeira rede SV4D, criando praças digitais em locais como escolas secundárias, universidades, autarquias locais e até mercados.

O objetivo é estender a iniciativa ao resto do país e criar uma rede global de aldeias digitais através da Internet de banda larga.

Redes móveis, fibra ótica e afins são cada vez mais numerosas, e é fácil esquecer que 53% da população mundial ainda não tem acesso à internet, reduzindo assim a sua possibilidade de participação numa economia cada vez mais digital.

Para contrariar este problema, o centro de investigação Fraunhofer AICOS, com sede no Porto, está a desenvolver um projeto de nome SV4D (Sustainable Villages for Development / Aldeias Sustentáveis para o Desenvolvimento), que tem como objetivo promover o acesso universal às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e criar uma rede global de aldeias digitais através da internet de banda larga, ao recorrer a infraestruturas de baixo custo e baixo consumo energético. Diminuindo assim os efeitos da exclusão digital.

Comunidades estão agora “ligadas” ao mundo digital

Durante a viagem a equipa instalou hardware e software customizado às necessidades destas comunidades, adaptando a tecnologia existente e reduzindo assim os custos de manutenção. Ao tirar partido das infraestruturas existentes às quais foi acrescentado um sistema que simula conetividade permanente, o projeto SV4D permite que a informação “salte de dispositivo em dispositivo” até que chegue a uma área conectada onde possa ser encaminhada para seu o destino final.

Graças ao trabalho de Waldir Moreira, André Pereira, Eduardo Pereira e Carlos Resende, em Mocuba e Alto Molócuè, existem agora centenas de pessoas com acesso gratuito à internet.

Em Mocuba, foram criadas praças digitais na Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal (Campus de Nacogolone – UNIZAMBEZE), no Instituto Agrário de Mocuba, na Escola Secundária de Mocuba, no Hospital Distrital de Mocuba, e nos edifícios da Administração do Distrito e Conselho Municipal.



Em Alto Molócuè, há neste momento pessoas ligadas à rede na Escola Secundária Geral da Pista Nova, no Instituto de Formação de Professores de Alto Molócuè, no Mercado Central, e igualmente em edifícios da Administração do Distrito e Conselho Municipal.

O objetivo deste projeto visa a diminuição dos efeitos da exclusão digital, o desenvolvimento de serviços que respondam às necessidades do utilizador Moçambicano, e a identificação de modelos de negócios direcionados à sustentabilidade destas aldeias digitais. Vitor Martins – Portugal in “Pplware Kids”

Espanha - Primeiras turbinas eólicas sem pás são espanholas

Made in Espanha, é o que dirá a patente sobre as primeiras turbinas eólicas sem pás. É um novo conceito que permite aproveitar a energia do vento para gerar eletricidade, mas sem as tradicionais pás para captar vendo.

A inovação partiu da Vortex Bladeless, que é uma startup espanhola e que tem o objetivo de criar as primeiras turbinas eólicas sem pás do mundo! É um novo tipo de aerogerador sem engrenagens ou pás no lugar do rotor.

A primeira notícia sobre o primeiro aerogerador sem pás surgiu em 2015, leia tudo em Aerogerador sem hélices pode revolucionar energia eólica.

Vantagens das turbinas eólicas sem pás

Esta inovação trará desde já inúmeras vantagens:

Inofensivo para os pássaros,
Não tem qualquer parte móvel em contacto,
Permite um movimento silencioso,
Custos de manutenção relativamente baixos,
Não precisa de lubrificantes para o rotor,
Não deixa quaisquer resíduos,
Está sempre orientada de acordo com o vento, mudando rapidamente perante oscilações de intensidade e direção,
Baixos custos de produção.

Como funciona esta tecnologia de aerogeradores sem pás?

Estas turbinas eólicas, são baseadas em geradores eólicos por vorticidade, são uma solução ideal para o mercado residencial, sendo também um excelente complemento para a energia solar fotovoltaica.



Este projeto está a ser cofinanciado pelo programa Horizon 2020 SME, sendo que a Vortex Bladeless já conseguiu dar um passo considerável para o desenvolvimento desta tecnologia junto com outras entidades de primeiro nível que complementam as capacidades técnicas da sua equipa.

Terminada a fase de otimização dos primeiros produtos, começaram a trabalhar nos pedidos de certificação. Estava prevista uma campanha de testes em fase beta durante o mês de outubro de 2018, com o intuito de obter feedback de potenciais clientes com diferentes perfis sobre os primeiros produtos a serem comercializados.

O objetivo desta fase de testes besta passa por otimizar e diminuir riscos associados antes da saída oficial para o mercado.

“A Vortex Bladeless vai lançar uma campanha de Testes Beta que permitirá que potenciais clientes acedam às primeiras turbinas eólicas sem pás do mundo. Enquanto isso a empresa encontra-se a tentar certificar e planificar a industrialização deste tipo de aerogerador para uma posterior comercialização e produção em massa”.

O próximo passo da Vortex Bladeless passa por aumentar a sua presença por toda a Europa, sendo que está previsto instalar-se na Alemanha, para já como expositor em eventos internacionais.

Espera-se que nesses eventos a empresa vá fechando acordos de colaboração e participação com outras entidades e administrações nacionais com vista o fabrico e comercialização massiva dos seus produtos! In “Portal Energia” - Portugal

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Portugal - Exposição “Infinito Vão - 90 anos de Arquitetura Brasileira” na Casa da Arquitetura em Matosinhos

Exposição “Infinito Vão - 90 anos de Arquitetura Brasileira” inaugura nos dias 28, 29 e 30 com inúmeras atividades gratuitas



“Infinito Vão – 90 Anos de Arquitetura Brasileira” é o nome, inspirado na música e na voz de Gilberto Gil, da exposição com curadoria de Fernando Serapião e Guilherme Wisnik que a Casa da Arquitectura (CA) – Centro Português de Arquitectura inaugura nos dias 28, 29 e 30 de setembro. Preparámos uma programação especial e gratuita para o fim de semana inaugural, entre visitas guiadas, conferências, filmes, lançamentos e concertos. Poderíamos destacar o concerto de Adriana Calcanhotto, dia 29, às 21h30, ou a conferência do arquiteto e Pritzker brasileiro, Paulo Mendes da Rocha, dia 30, às 1h30.

A mostra será acompanhada por uma extensa programação paralela, com cocuradoria de Nuno Sampaio, diretor executivo da CA, que acontecerá até abril de 2019 e contempla atividades em Portugal e no Brasil.

“Infinito Vão” é o resultado de um processo de dois anos de trabalho que a Casa da Arquitectura levou a cabo no Brasil, reunindo um património com mais de 200 doações que vai integrar o acervo permanente da Casa.

A Coleção Arquitetura Brasileira, a mais representativa realizada nos últimos anos, é constituída por 103 projetos e mais de 50 mil elementos entre desenhos, fotografias, documentos textuais, filmes, maquetes, cerâmicas, entre outros.

A coleção materializa dois objetivos fulcrais: fomentar estudos de especialistas no tema, podendo ter o seu acervo consultado por pesquisadores; e compor futuras exposições do acervo da Casa da Arquitectura, somando-se à galeria de autores ‘residentes’ como Eduardo Souto de Moura, Paulo Mendes da Rocha, Álvaro Siza Vieira, Pedro Ramalho e João Álvaro Rocha, entre outros.

Os autores brasileiros

Neste caso concreto são 90 projetos de autores fundamentais para a compreensão da produção brasileira, sendo 20 deles integrantes do período moderno e outros 50 do período contemporâneo. Além dos desenhos e maquetes, a coleção possui cerca de 150 livros essenciais sobre o tema, que serão incorporados à biblioteca da Casa da Arquitectura.

Os projetos que voaram para Portugal resultam de contratos de doação assinados pelos arquitetos e seus herdeiros. A seleção esteve a cargo dos dois curadores brasileiros, Fernando Serapião e Guilherme Wisnik. O período moderno, compreendido entre as décadas de 1930 e 1970, é composto por projetos de autores consagrados de gerações diversas, representados por cópias autenticadas.

Entre os autores selecionados destacam-se Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, MMM Roberto, Sergio Bernardes, Roberto Burle Marx, Vilanova Artigas, Lina Bo Bardi, Rino Levi, Severiano Mario Porto, João Filgueiras Lima (o Lelé) e Paulo Mendes da Rocha. A maior parte dos desenhos originais destes autores estão no acervo de coleções públicas e privadas (faculdades, fundações e instituições brasileiras), com quem os curadores, em nome da Casa da Arquitectura, realizaram um acordo a fim de acomodar em Matosinhos, Portugal, um acervo de cópias autenticadas e autorizadas de projetos selecionados. A maior parte da coleção é dedicada à fase contemporânea, que compreende o período dos anos de 1980 até os dias atuais. Esta porção da coleção é constituída por criações de profissionais de gerações mais jovens e em plena atividade, como Marcos Acayaba, Brasil Arquitetura, Angelo Bucci, Andrade Morettin e Carla Juaçaba, entre outros.

Para que haja compreensão do enquadramento da época da produção arquitetónica brasileira, os curadores selecionaram um conjunto de livros que integrarão uma biblioteca básica sobre arquitetura brasileira, composta por obras em catálogo e diversos volumes de autores e editoras desaparecidos. Parte da grande missão da equipe curatorial foi buscar os volumes em estabelecimentos que comercializam títulos raros.

Para além do extenso programa paralelo que decorrerá em Portugal, também o Brasil irá receber em outubro, um programa de debates, mesas-redondas e momentos musicais alusivos. Casa da Arquitetura - Portugal

Macau - Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa celebra o décimo aniversário



O Fórum Macau vai organizar entre os dias 9 e 18 de Outubro a Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa que este ano celebra o seu décimo aniversário, mantendo o orçamento de nove milhões de patacas. Para assinalar a ocasião, o programa do evento foi reforçado, com uma série de iniciativas que decorrerão na Doca dos Pescadores. Como é já habitual, o programa inclui música, mostras de artesanato, diversas obras de expressão plástica e gastronomia.

Ao todo, participam no evento 130 artistas convidados de Angola, do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, Goa, Damão e Diu, bem como de Macau e do distrito de Congjiang, da Província de Guizhou.

Ao nível da música, as actuações vão dividir-se entre o Largo do Senado e a Doca dos Pescadores. Rui Sangara, da Guiné-Bissau, e a Banda Circulô, do Brasil, o grupo artístico folclórico do distrito de Songjiang de Guizhou e a “Moza Band” de Moçambique estreiam o palco na Doca dos pescadores no dia 13 de Outubro. No dia seguinte volta a actuar o grupo da China Continental, além de Paulo Flores, de Angola, “Estrellas”, de Goa, Damão e Diu e “Black Jesuz”, de Timor-Leste.

Ao palco da Doca dos Pescadores sobem ainda os D.A.M.A, de Portugal, Alex Dinho, de São Tomé e Príncipe e Grace Évora & Banda, de Cabo Verde. Todos os músicos irão actuar também no Largo do Senado entre os dias 15 e 17 de Outubro.

Na Doca dos Pescadores haverá ainda espaço para a  gastronomia com quatro restaurantes a abrir as suas cozinhas a “chefs” dos Países Lusófonos, tanto à hora de almoço como do jantar. O “Rio Grill & Seafood Market” recebe, entre os dias 13 e 18 de Outubro, das 12:00 às 15:00 e das 18:00 às 23:00, os cozinheiros vindos do Brasil e da Guiné-Bissau. Ao “Vic’s Restaurante” chegam “chefs” de Angola, Portugal e Goa, Damão e Diu.

No restaurante “Praha” estará em destaque a gastronomia de São Tomé e Príncipe e de Timor-Leste. A “Brasserie” de Paris vai ser temporariamente ocupada por “chefs” que se dedicam à cozinha de Cabo Verde, Moçambique e Macau.

Também na Península, no Edifício do Antigo Tribunal, decorrerá a Mostra de Teatro dos Países e Regiões de Língua Portuguesa. A representar Macau estará a “Dream Theater Association”, com a peça “O Nosso Estaleiro Naval Victory”, que narra a história de um dos estaleiros de Lai Chi Vun. Tam, uma das personagens da peça, cresceu como aprendiz de um mestre de construção naval para tomar conta do negócio da família, porém o seu sonho é quase destruído por um incêndio. Depois de 50 anos de luta, Tam tem na cabeça todas as técnicas necessárias à construção naval, porém, a indústria não existe mais.

A companhia “Elinga-Teatro”, de Angola, apresenta a peça “A Última Viagem do Príncipe Perfeito”, um navio de passageiros que fazia a rota entre Lisboa e Luanda até 1974/75. Do Brasil chega o Núcleo Experimental Em Movimento que protagoniza a peça “Tempo P’ra Dizer”, que se foca numa conversa entre duas actrizes.

“Fladu Fla”, de Cabo Verde, apresenta “Menos Um”, uma adaptação do conto com o mesmo nome, integrado na obra “Contra Mar e Vento” de Teixeira de Sousa. A mostra de teatro tem ainda espaço para “A mulher é sagrada” de Os Cérebros de Quelele, da Guiné-Bissau. A mostra decorre entre os dias 9 e 14 de Outubro.

Artes plásticas e fotografia

Num campo artístico diferente, a Semana Cultural inclui quatro exposições. Entre os dias 13 de Outubro e 11 de Novembro estarão patentes, nas Casas-Museu da Taipa as exposições “Somos Estrelas”, de Guilherme Mampuya, de Angola e “Orquestra Crioula” de Tuto Sousa, de Cabo Verde.

Na galeria da residência do cônsul-geral de Portugal em Macau será apresentada, entre os dias 12 de Outubro e 8 de Novembro, uma mostra de Vítor Marreiros intitulada “China, Norte e Sul”. A Galeria da Doca dos Pescadores vai receber entre 13 de Outubro e 4 de Novembro a mostra “Pontos de Encontro, Pontes Intangíveis”, que reúne 150 fotografias de autores da China e dos Países de Língua Portuguesa.

Durante a apresentação do evento, o secretário-adjunto do Fórum Macau indicado pelos Países de Língua Portuguesa salientou que a Semana Cultural é “uma rotina já estabelecida” e que o organismo que representa está empenhado em apostar na cooperação ao nível da cultura.

Rodrigo Brum recordou ainda que, aquando da reunião ordinária anual do Fórum Macau no início deste ano, o embaixador do Brasil fez uma declaração referindo que “as questões culturais são importantes porque servem para perceber a cultura empresarial e a cultura empresarial está por detrás da realização de bons negócios e boas relações entre os países”. Inês Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

Guiné-Bissau - FAO procura estratégia regional no sector de Aquacultura

Bissau – O Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação-FAO promove em Bissau uma reunião consultiva sobre o modelo de Estratégia Regional para o emprego para jovens no sector de Aquacultura e cadeia de valores afins.

Intervindo na reunião, Ana Menezes, especialista de Aquacultura da FAO, em Roma, disse que existem poucas evidências do potencial de criação de emprego no sector de aquacultura nos países da África, razão pela qual, o assunto será debatido neste encontro, como forma de abrir horizontes para juntos pensarem em que tipo de investimento, e em quais subsectores da aquacultura pretendem investir para transformar o sector.  

A especialista acrescenta que o programa ASTF e vários outros projectos, actuam directamente na componente de produção e comercialização, apoiando mulheres e homens jovens a terem acesso a oportunidades de negócios através da produção de peixe, mandioca, rações para peixes e outras cadeias de valores da Aquacultura.

“Entre o início e meados dos anos 2000, a aquacultura mostrou um certo desenvolvimento, mas infelizmente não conseguiu manter o seu crescimento como esperado. Foram identificados como condutor deste declínio, alto custo de insumos de produção entre os quais, fertilizantes, sementes, rações, factores de produção maquinaria, infra-estruturas entre outros factores”, referiu. 

Para Ana Menezes, ciar emprego mais lucrativos para os jovens na agricultura é particularmente urgente.

Menezes realçou por outro lado que, com a criação de empregos atraentes e decentes para mulheres e homens jovens no sector de aquacultura, O Fundo Fiduciário de Solidariedade Africana (ASTF) contribui significativamente para a segurança alimentar, a resiliência dos meios de vida e redução da pobreza rural, assim como para sensibilizar aos jovens de que a emigração não é a sua principal fonte de esperança na vida.  

A elaboração dum modelo de estratégia de emprego jovem e identificação de intervenções a serem realizadas pelo governo, organizações internacionais, sector privado, organizações juvenis, e outras partes interessadas, são alguns dos resultados esperados do referido encontro. 
As conclusões e recomendações dos participantes, serão consolidadas num relatório a ser publicado mais tarde pela FAO em colaboração com parceiros governamentais.

“Os resultados da reunião consultiva ajudarão a FAO a refinar e fortalecer seu objectivo estratégico, criar mais oportunidades de emprego decente para juventude rural nos sectores agrícola e não-agrícola”, disse Meneses.

A reunião iniciada quarta-feira termina no dia 30 de Setembro e conta com a participação de 30 delegados de seis países de África Ocidental e de representantes de organizações regionais, directores de agências governamentais, da FAO, ONGs, organizações de jovens rurais e do sector privado. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau

Ana Menezes - International Fishery and Aquaculture Officer

Macau - Academia do Cidadão Sénior pondera reabrir curso de língua portuguesa

Entre alguns idosos que frequentam o curso de Inglês leccionado pela Academia do Cidadão Sénior do Instituto Politécnico de Macau (IPM) também reina a vontade de expandir o conhecimento linguístico sobretudo no Português.

Apesar do número de interessados não ser ainda muito grande, a Academia está a avaliar e a ponderar a possibilidade – mediante a procura – de um curso de Língua Portuguesa revelou a directora da Academia, Lam Wan Mei, à Tribuna de Macau, recordando que esta vertente já foi leccionada na instituição até 1999 mas acabou suspensa devido à falta de estudantes interessados.

“Não é fácil para este tipo de idosos aprender [nesta fase] Português como língua estrangeira”, salientou Lam Wan Mei. A responsável entende ainda que, para responder às mudanças sociais de Macau algumas aulas ministradas pela Academia serão suspensas e, ao mesmo tempo, deverão ser abertas outras, com carácter mais prático.

Neste ano lectivo foi lançada uma acção de formação sobre cuidados de saúde cujo plano curricular abrange técnicas de massagem, que despertou de imediato um grande grau de interesse dos alunos, ao ponto de terem sido preenchidas todas as vagas disponíveis.

Em Julho, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura adiantou estar planeada a abertura de um segundo espaço da Academia do Cidadão Sénior do IPM na Ilha da Taipa. De acordo com Alexis Tam, a segunda secção da Academia deverá entrar em funcionamento em 2020 com sensivelmente 170 vagas no ano inaugural.

Lam Wan Mei revelou que esse projecto está na fase de design de interiores estando a ser ponderadas as funções que as salas podem abranger. Nesse novo espaço, os alunos poderão aprender mais sobre cuidados de saúde, informática e Inglês sendo estas as matérias de ensino mais procuradas. O plano visa oferecer condições de ensino semelhantes às actuais na Academia do IPM podendo variar em determinadas funções, explicou a responsável.

Actualmente, a sede da Academia, nas instalações do IPM, tem capacidade para 480 alunos, sendo que todos os anos se inscrevem cerca de 130 novos estudantes. De resto, o espaço na Taipa poderá ter capacidade para 520 vagas mas que serão preenchidas gradualmente até porque é necessário avaliar, numa primeira fase, as condições de deslocação dos idosos até àquele local.

Além de mobilizar alguns dos 30 professores actuais da Academia serão recrutados novos docentes para dar aulas na Taipa, disse Lam Wan Mei. Rima Cui – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Portugal - Exemplar de espécie rara de águia ibérica avistado no Douro Internacional

Um grupo de investigadores anunciou hoje um avistamento de uma águia-imperial-ibérica no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, o que poderá significar o regresso que desta "ave rara" ao território do Douro Internacional



Em declarações à agência Lusa, o biólogo José Pereira, que se dedica ao estudo das aves rupícolas na área do Parque Natural do Douro, disse que em Portugal só existem 17 casais de águia-imperial-ibérica nidificantes e este avistamento pode ser um presságio de que o efetivo poderá estar a aumentar, já que ave que foi vista é “um juvenil”.

"Esta espécie está restrita como nidificante em Portugal e em Espanha, e é uma das aves de rapina mais ameaçadas da Europa, estando igualmente entre as mais raras do mundo", especificou o biólogo.

O especialista avança que a espécie avistada poderá estar em período de "dispersão" e terá vindo de territórios a sul do rio Tejo.

"A águia-imperial-ibérica só existe na Península Ibérica sendo uma espécie que está em perigo de extinção, o que significa que está muito ameaçada, e os 17 casais nidificantes estão todos na zona Sul do país, sendo muito raro avistá-las na região Norte", explicou José Pereira, presidente da Associação Palombar.

Segundo especialistas em avifauna, nos finais da década de 70 e inícios dos anos 80, a população reprodutora da águia-imperial-ibérica desapareceu em Portugal e a nidificação só voltou a ser confirmada em 2003 na região do Tejo Internacional.

O avistamento foi captado no dia 04, através de uma câmara de fotoarmadilhagem existente no campo de alimentação de aves necrófagas gerido pela Associação Palombar, instalado no concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, e que está inserido no projeto Life Rupis, que se dedica ao estudo e conservação do britango (também chamado abutre-do-egipto).

"Ficamos muito satisfeitos e motivados com o trabalho que a Palombar está a desenvolver, nomeadamente ao nível do reforço da rede de campos de alimentação para aves necrófagas, que tem vindo a crescer e que permite um aumento da disponibilidade alimentar para estas espécies, e promove a conetividade entre as áreas protegidas", frisou o biólogo.

O projeto Life Rupis, lançado há cerca de três anos por nove entidades ibéricas ligadas à conservação da natureza no Douro Internacional, apresenta resultados "positivos", nomeadamente no reforço da população de aves como a águia-perdigueira e o britango.

O Life Rupis está a decorrer em território português e espanhol, mais concretamente na Zona de Proteção Especial (ZPE) do Douro Internacional e Vale do Rio Águeda, e na área protegida de Arribes del Duero.

O projeto teve início em julho de 2015 e tem uma duração de quatro anos, estando dotado com um financiamento de 3,5 milhões de euros, comparticipado a 75% pelo programa LIFE da União Europeia e cabendo os restantes 25% aos nove parceiros envolvidos.

Os nove parceiros envolvidos neste projeto são a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Associação Transumância e Natureza, Palombar, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Junta de Castilla y León, Fundación Patrimonio Natural de Castilla y León, Vulture Conservation Foundation, EDP Distribuição e GNR. In “Sapo24” - Portugal

Moçambique - Visita de navio da Marinha do Brasil

A visita da Corveta Almirante Barroso da Marinha do Brasil que realizou a Moçambique, mais concretamente ao Porto de Maputo, entre os dias 24 e 27 do mês em curso, irá reforçar os laços de amizade e cooperação entre os governos moçambicano e brasileiro no domínio da Defesa, sobretudo na vertente do intercâmbio na área militar.

O programa da visita previu vários encontros entre o comandante do navio e as autoridades locais, entre outras actividades a serem coordenadas pela Marinha de Guerra de Moçambique. Na terça-feira, 25 de setembro, das 10h00 às 17h00, a Corveta Barroso esteve aberta à visitação pública, oportunidade em que foi possível conhecer um pouco mais sobre a embarcação.

A Corveta Barroso é um moderno navio Escolta da Marinha do Brasil, construído no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro e com sistemas complexos desenvolvidos no Brasil, capaz de se contrapor a múltiplas ameaças e exercer controle tático. O Navio leva o nome Almirante Barroso, Comandante da Esquadra Brasileira na Batalha Naval do Riachuelo, combate o qual marcou a história naval brasileira e teve o Almirante Barroso como um dos mais notáveis heróis do país.

A Corveta Barroso foi incorporada na Esquadra brasileira em 19 de Agosto de 2008. Desde então, vem realizando diversas missões com outros países, destacando-se a composição da Força Tarefa Marítima da ONU na Missão de Paz do Líbano, a qual cumpriu com êxito sua missão nas duas vezes designada. Vale a pena ressaltar o resgate dos náufragos no ano de 2015, momento em que o Navio se lançava ao mar rumo ao Líbano.

O Navio possui modernos sensores e armamentos, além de operar com a Aeronave orgânica SuperLynx. Possui 103,4m de comprimento, sistema de propulsão Diesel ou Gás e atinge a velocidade de 30 nós com turbina.

Nesta escala ao Porto de Maputo, a Corveta Barroso trouxe a primeira remessa de livros doados pela Academia Brasileira de Letras para Moçambique, além de material de Comunicação Social para a divulgação das Forças Armadas Brasileiras com vista ao incremento da cooperação no âmbito da Defesa, pelo conhecimento mútuo.

A Corveta Barroso acabou de participar da Operação ATLASUR XI entre as Marinhas da África do Sul, do Brasil e do Uruguai e, logo após a escala em Maputo, retorna as águas territoriais sul-africanas, especificamente ao Porto de Simon’s Town, onde participará da Operação IBSAMAR, juntamente com as Marinhas da África do Sul e da Índia. In “Olá Moçambique” - Moçambique

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Brasil - Transnordestina deixa região Nordeste nos trilhos do atraso

Em 12 anos de obras, ferrovia recebeu R$ 6,2 bilhões e não foi concluída



Doze anos depois do início das obras da Transnordestina, a empresa responsável pela implantação do empreendimento, a Transnordestina Logística S.A. (TLSA), continua procurando um parceiro privado para concluir a ligação férrea, que já recebeu um investimento de aproximadamente R$ 6,2 bilhões.

As obras estão paralisadas desde 2016. “A Transnordestina é a espinha dorsal da logística do Estado. É um atraso na vida de Pernambuco esse empreendimento não avançar. Faz falta outro modal. E aí temos a BR-232 totalmente desgastada porque todas as cargas passam por lá, quando boa parte podia ir para o interior de trem”, comenta o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger.

A ferrovia tornaria o escoamento de grãos mais barato e favoreceria o crescimento do setor. “De Gravatá até Araripina, há um clima ideal para a criação de animais, como aves e suínos. O transporte de grãos a preços menores traria a possibilidade de toda essa produção crescer e se instalar um polo de criação de suínos com as indústrias que podem surgir, como fábricas de processados e abatedouros, entre outros. Sem falar em alguns minérios que poderiam vir do interior, como o dióxido de titânio”, afirma Essinger.

Um dos setores que poderiam ficar mais competitivos com a ferrovia é o avícola, que tem grande parte das empresas instalada no Agreste. “Trazer os grãos de trem iria trazer uma economia de 65%, comparando com o frete rodoviário. Hoje, gastamos R$ 15 para transportar o saco de 60 quilos. Com a ferrovia, esse custo ficaria em torno de R$ 6”, afirma o presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Giuliano Malta.

Atualmente, o setor avícola instalado no Estado consome, mensalmente, cerca de 150 mil toneladas de milho e 50 mil toneladas de soja. Os grãos são produzidos no Maranhão e percorrem de 1,5 mil quilômetros a 2 mil quilômetros de para chegar aos produtores pernambucanos. “Isso faz parte do custo Brasil, e não ocorre só em Pernambuco. Dificulta a competição das empresas do Nordeste com as do Sudeste. Ia ajudar muito se a ferrovia saísse do papel, mas depende muito do governo federal”, lamenta Giuliano.

Gesso

Outro setor que ficaria mais competitivo é o do gesso. “O mais complicado atualmente é o escoamento da produção. O Araripe está perdendo muito mercado, e as empresas estão fechando”, conta o diretor da Indústria de Gessos Especiais (IGE), Josias Inojosa Filho. O setor gesseiro tinha a esperança de exportar gipsita, caso o empreendimento fosse concluído. “Os caminhoneiros buscavam o gesso para não voltar sem carga ao Sudeste. O tabelamento do frete acabou com isso e dobrou o preço do frete rodoviário”, comenta.

Josias critica também o traçado da ferrovia, alegando que, do jeito que está, o setor precisará usar caminhão. “O transporte é o grande gargalo contra a expansão de vários tipos de negócios. Ou se faz uma solução integrada com vários modais ou seremos sempre tupiniquins”, aponta. “Há uns 25 anos, a gipsita saía do Araripe de caminhão, ia até Petrolina, pegava a balsa e chegava às indústrias cimenteiras instaladas em Minas Gerais. Tudo isso ficou no passado. O Rio São Francisco está assoreado, e não se usa mais a hidrovia. A transposição previa várias ações de recuperação do rio, mas essa parte ficou na promessa”, diz.

Foram implantados 600 quilômetros da ferrovia em trechos no Sertão do Piauí, do Ceará e de Pernambuco. No projeto, a ferrovia sairia de Eliseu Martins, no Piauí, e seguiria até a cidade de Salgueiro, em Pernambuco. De lá, um trecho iria até o porto de Pecém, próximo à Fortaleza; e o outro ramal, até Suape. À frente da implantação do empreendimento, a TLSA é uma subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamin Steinbruck. Na semana passada, o assunto chegou ao debate eleitoral com o governador Paulo Câmara (PSB) – que tenta a reeleição – defendendo o fim da concessão. O senador Armando Monteiro (PTB), que disputa o governo na chapa de oposição, afirmou que, “com o atual concessionário, não vamos sair do lugar”.

Iniciada em 1997, a concessão da Transnordestina foi feita na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), presidente entre 1995 e 2002. Desde então, somente a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ameaçou tomar a concessão, mas não levou à frente qualquer procedimento nesse sentido. É difícil finalizar a concessão porque o grupo dono da empresa tem grande influência política e econômica. Entre 2015 e 2016, a empresa foi presidida por Ciro Gomes (PDT), que disputa o cargo de presidente, e é próximo do dono da TLSA. Ângela Belfort – Brasil in “JC”

Moçambique - Acervo Digital Suahíli

Universidades de Moçambique e do Brasil lançaram o “Acervo Digital Suahíli”, um projecto que visa disponibilizar conteúdos na Internet sobre a história e a cultura swahíli do norte de Moçambique, informa um comunicado enviado à Lusa.

“A intenção é que o Acervo Digital Suahíli possa fomentar mais pesquisas académicas e propiciar o aperfeiçoamento do ensino nas universidades e nas escolas, bem como contribuir para a formação de docentes”, refere a nota de imprensa.

O projecto, lançado no Brasil, é da autoria de 12 pesquisadores das universidades moçambicanas Eduardo Mondlane, Lúrio e a brasileira Católica do Rio de Janeiro.

Os conteúdos disponibilizados, em formato digital, incluem manuscritos em “ajami”, escrita das línguas africanas usando o alfabeto árabe, mapas, vídeos com entrevistas e manifestações culturais em áudio e imagens, segundo a nota.

“Dessa forma, está a ser privilegiada a popularização e a difusão de tecnologias como meio de inclusão social, proporcionando conteúdos digitais como instrumento de apoio a professores e estudantes”, refere a nota. In “Jornal de Notícias” – Moçambique com “Lusa”

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Angola - Programa da UE de apoio à agricultura vai ser gerido por Portugal

Portugal vai gerir um programa da União Europeia (UE) dirigido à agricultura em Angola no valor de 48 milhões de euros a investir na Huíla, no Namibe e no Cunene



A informação foi avançada pelo ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural português, Luís Capoulas Santos, que ficou na capital angolana um dia além da visita oficial efectuada pelo primeiro-ministro luso, António Costa.

"Trata-se de um programa que terá um apoio da UE de 60 milhões de euros, em que 48 milhões são destinados à agricultura e que serão centrados em três províncias do sul, Huíla, Namibe e Cunene. Visa apoiar a agricultura familiar, criar condições de vida e sustentabilidade agrícola e, ao mesmo tempo, concorrer para o combate às alterações climáticas, porque, no território angolano, são as zonas mais expostas", disse Capoulas Santos à Lusa.

O programa visa, "por um lado, criar condições de vida aos seus agricultores e à pequena agricultura, em particular, e, por outro lado, aumentar a produção nacional por forma a reduzir as importações e até a gerar excedentes para exportação de alguns produtos para os quais tem capacidades mais do que suficientes", esclareceu, acrescentando que entre os dias 30 de Setembro e 12 de Outubro, estará em Angola uma missão técnica para avaliar, nas três províncias, bem como em Luanda, as prioridades a constar no âmbito do programa e de acordo com a vontade do Governo Angolano.

Segundo o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural português, que deixa Luanda esta noite, Portugal tem sido, até agora, um "grande exportador" para Angola na área da agricultura, destacando o facto de, recentemente, Angola ter começado a exportar produtos agrícolas para Portugal.

"Angola começou há muito pouco tempo a exportar para Portugal. Ao fim de 40 anos, Angola exportou as primeiras bananas para Portugal. A agricultura portuguesa e angolana não são concorrentes, são complementares. Não tencionamos produzir em Portugal café, amendoim ou frutos tropicais, assim como não estou a ver Angola com vocação para plantar oliveiras ou a dedicar-se à produção de vinho", exemplificou.

"A cooperação é boa quando funciona nas duas direcções, quer no investimento quer nas trocas comerciais, e Angola tem um enorme potencial agrícola e Portugal está disposto a receber produtos de Angola que, neste momento, importamos de outras partes do mundo, com quem temos afinidades muito menores", sublinhou. In “Novo Jornal” - Angola

História - Pedro Nunes e a distância de Lisboa à Índia

Em 1547, Pedro Nunes foi nomeado cosmógrafo-mor do reino, tornando-se responsável pelo padrão cartográfico oficial. Teve então a oportunidade de corrigir o que considerava ser um erro grave no desenho das cartas



Por volta de 1560, numa nota dirigida ao rei de Portugal, o cartógrafo português Lopo Homem queixa-se asperamente do novo padrão cartográfico oficial, o Padrão del Rei, que tinha sido instituído pelo cosmógrafo-mor, o matemático Pedro Nunes. O Padrão del Rei era o modelo no qual todas as cartas náuticas utilizadas pelos pilotos ao serviço da coroa se deveriam basear.

Segundo Lopo Homem, o novo padrão tinha sido preparado utilizando os eclipses do Sol e da Lua para determinar as longitudes dos lugares, mostrando que as distâncias reais de Lisboa à Índia, e também às Ilhas Molucas, eram muito menores do que as representadas nas cartas náuticas. No entanto, e de acordo com o seu testemunho, “todas cartas que por este padrão depois se fizeram […] são muito desvairadas de toda a verdade e ciência de navegar, e em todas as armadas que foram à India se fizeram e aconteceram muito maus recados e más viagens em o navegar por elas e se perderam muitas naus das armadas del rei … E por isto forçados mandam los pilotos e navegantes fazerem suas cartas … a Castela”.



Na época em que esta nota foi escrita, os pilotos sabiam perfeitamente que a distância entre Lisboa e a Índia medida nas cartas náuticas estava exagerada. Pedro Nunes já se tinha queixado desse facto cerca de vinte anos antes, no seu Tratado em Defesa da Carta de Marear (1537), atribuindo-o à incompetência dos pilotos, “os quais lançam a direito tudo o que passaram por tantos rodeios, dos quais não podem fugir”. Embora Pedro Nunes estivesse certo quanto à exagerada distância longitudinal entre Lisboa e a Índia, não tinha razão em atribuí-la à incompetência dos pilotos.

Em 1547, foi nomeado cosmógrafo-mor do reino, tornando-se responsável pelo padrão cartográfico oficial. Teve então a oportunidade de corrigir o que considerava ser um erro grave no desenho das cartas. E assim o fez, começando por mandar fazer observações astronómicas em Diu, a fim de determinar a sua longitude.

O resultado foi um novo padrão em que a distância longitudinal entre Lisboa e a Índia aparece ligeiramente encurtada, tal como num planisfério do mesmo Lopo Homem, desenhado em 1554. Uma redução mais drástica, e mais próxima da realidade, teria sido obtida se as observações mandadas fazer por Nunes tivessem melhor qualidade. No entanto, a determinação da longitude através de observações astronómicas estava ainda sujeita, naquela época, a erros consideráveis.

Voltando às queixas de Lopo Homem, por que razão considerava o cartógrafo que as cartas feitas segundo o padrão de Nunes “eram muito desvairadas de toda a verdade e ciência de navegar”? Isto é, que tipo de erros poderia torná-las incompatíveis com as boas práticas de navegação? Certamente não se trataria das distâncias entre os lugares medidas sobre as cartas – em particular, entre Lisboa e a Índia – as quais não eram geralmente de fiar.

O problema estava na orientação das linhas de costa, particularmente da costa africana, que já não estava de acordo com as indicações da agulha de marear. Por outras palavras, o novo padrão tinha deixado de respeitar a concordância entre as direcções representadas nas cartas e as que eram medidas pelos pilotos a bordo, uma discordância absolutamente crítica para a segurança da navegação – muito mais do que os erros nas distâncias. Alves Gaspar – Portugal in  "Público"

Joaquim Alves Gaspar - Historiador de ciência do Centro de Humanidades da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova Lisboa. Este ensaio está a cargo do Projecto Medea-Chart do Centro Interuniversitário de História das Ciências e Tecnologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que é financiado pelo Conselho Europeu de Investigação.

Angola - Porto do Lobito recebe segundo carregamento de minério em seis meses

A utilização dos Caminhos de Ferro de Benguela (CFB) para escoar minérios oriundos da República Democrática do Congo (RDCongo) foi retomada pela segunda vez em seis meses, com a chegada de novo carregamento no sábado ao porto do Lobito



Segundo notícia da imprensa local, um comboio dos CFB chegou àquele porto da província angolana de Benguela com 28 vagões, que transportaram 1200 toneladas de minério de cobre provenientes da região mineira de Kisenge, província de Katanga (RDCongo), e tem como destino a Bélgica.

O minério pertence à empresa Access World e está armazenado no Porto Comercial do Lobito a aguardar pela chegada, nos próximos dias, de um navio para que possa ser embarcado.

A mercadoria foi embarcada no Luau (no leste da província do Moxico e cidade junto à fronteira com a província congolesa democrática do Katanga), no âmbito do projecto de revitalização do Corredor de Desenvolvimento do Lobito.

Trata-se do segundo carregamento de minério oriundo da RDCongo transportado pelos CFB este ano, depois de, a 05 de março deste ano, a companhia ferroviária ter trazido para o Lobito 1000 toneladas de manganês, instaladas em 25 carruagens com 50 contentores, com destino à Índia.

Na ocasião, o ato foi marcado por forte emoção para destacar a concretização do reinício das operações internacionais do CFB, mais de 30 anos depois, tendo em vista os países encravados como a Zâmbia e a República Democrática do Congo, visando dar um novo impulso à economia angolana.

No sábado, ao intervir na cerimónia simbólica de recepção do minério na "estação zero" dos CFB, o presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Agostinho Estêvão Felizardo, não adiantou o valor que a empresa poderá embolsar com a operação, salientando que a unidade portuária tem condições para operações desta envergadura.

"O Porto do Lobito está mais preocupado em mostrar à comunidade internacional que estas operações de embarque de minério já são possíveis", disse o gestor, salientando que a chegada de mais uma carga está em linha com o compromisso do Executivo de redinamizar o Corredor de Desenvolvimento Económico do Lobito, através do CFB e do Porto.

Por sua vez, Luís Lopes Teixeira, presidente do Conselho de Administração dos CFB, também se escusou a falar sobre os custos operacionais, mas adiantou que a viagem de comboio durou 36 horas, partindo do Luau, província do Moxico, ponto de ligação com os comboios da RDCongo.

Nem Agostinho Estêvão Felizardo nem Luís Lopes Teixeira indicaram se as operações de transporte são para continuar ou se há mais contratos para escoar quaisquer outros minérios oriundos da RDCongo ou da Zâmbia. In “Novo Jornal” – Angola com “Lusa”