Os testes do Programa Internacional de Avaliação de
Alunos (PISA), cujos resultados foram ontem revelados, mostram que os alunos de
Macau melhoraram a literacia científica, matemática e de leitura. Macau fica,
assim, no 3.º lugar de entre os 79 países e economias a participar no programa
da OCDE. Macau foi mesmo a única região a apresentar um “progresso contínuo e
rápido em termos de qualidade educativa”, diz a organização
Macau
é a única região, de entre as 79 que participaram no Programa Internacional de
Avaliação de Alunos (PISA), que registou um “progresso contínuo e rápido em
termos de qualidade educativa”, notou a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE). Os resultados do índice, divulgados ontem
pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), mostram que os
alunos de Macau melhoraram os índices de literacia matemática, científica e de
leitura. Em cada um dos três indicadores, Macau está no 3.º posto a nível
mundial.
O
PISA é um estudo internacional coordenado pela OCDE que avalia a preparação dos
alunos de 15 anos que frequentam o ensino secundário a nível global.
Participaram neste estudo, que se realiza de três em três anos, um total de 600
mil alunos. O teste consiste num teste digital de duas horas e num questionário
de 40 minutos. Em Macau, 3775 alunos fizeram o teste.
O
teste realizou-se em 2018, mas os resultados foram apresentados ontem por
Cheung Kwok Cheung, administrador do projecto nacional do PISA de Macau, e por
Lou Pak Sang, director da DSEJ, e mostram que a literacia matemática tem vindo
a aumentar desde 2003, o primeiro ano em que Macau participou no estudo. Em
2015, o índice de literacia matemática foi de 544 pontos e este ano os alunos
de Macau chegaram aos 558. Macau fica em 3.º lugar do índice, atrás de China –
cujos resultados foram contabilizados apenas em Pequim, Xangai, Jiangsu e
Guangdong – e Singapura, respectivamente, e à frente de Hong Kong, que está na
4.ª posição. Portugal ficou-se pelo 28.º lugar.
Os
resultados da literacia científica também registaram uma subida. Dos 529 pontos
que se registaram em 2015, Macau chegou, em 2018, aos 544. Macau fica em 3.º
lugar na literacia científica, também atrás da China, que fica em 1.º lugar, e
de Singapura, que fica em 2.º. Na literacia científica, em 4.º fica a Estónia.
Hong Kong desce para 9.º e Portugal fica em 26.º lugar. Segundo o relatório, a
percentagem de alunos de Macau que se situam num nível elevado aumentou
“significativamente” para 13,6%. Os alunos de Macau mostram-se “habilitados a
resolver problemas científicos de grau mais elevado” e são “possuidores de uma
forma de pensamento igual à dos cientistas”.
Macau
fica também em 3.º lugar da classificação geral relativamente à literacia de leitura.
Macau fez 525 pontos em 2018 e tinha feito 509 em 2015. À semelhança dos outros
dois índices, China fica em 1.º e Singapura em 2.º. Hong Kong volta ao 4.º
posto e Portugal em 24.º.
Diferenças de género atenuadas, ‘bullying’ em
queda
Segundo
os dados do PISA, as diferenças de género nos alunos de Macau foram esbatidas.
As alunas têm tido melhores resultados do que os alunos. Em 2018, o desempenho
médio em literacia de leitura das alunas de Macau continua a ser melhor do que
o dos alunos, mas a diferença tem vindo a diminuir. Em 2009, a diferença entre
rapazes e raparigas era de 34 pontos e em 2018 foi de 22. Houve, assim, “uma
aproximação ao nível detido pelas raparigas de Macau ou mesmo uma progressão
superior à obtida por estas”, indicou a DSEJ na apresentação.
Na
literacia matemática os alunos também diminuíram a distância para as alunas.
“Em comparação com os resultados obtidos no PISA 2015, o progresso dos rapazes
de Macau na literacia matemática foi 2,5 vezes superior ao das raparigas”,
indica o relatório. No que toca à literacia científica, o progresso dos rapazes
foi 1,4 vezes maior do que o apresentado pelas raparigas.
Segundo
Lou Pak Sang, “o Governo e as escolas de Macau atribuem grande importância ao
fenómeno do ‘bullying’. Macau aparecia no fundo da tabela de 2015 e
agora está a meio. Os resultados do estudo do PISA 2018 demonstraram que, após
três anos de esforço, a situação do ‘bullying’ nas escolas de Macau
melhorou”. Segundo o relatório, a percentagem de alunos frequentemente alvo de
intimidação foi de 10%. Já 27% dos estudantes de Macau foram vítimas de ‘bullying’.
Nestes dois parâmetros, Macau aproxima-se da média da OCDE, que é,
respectivamente, 7% e 27%.
A
DSEJ atribui os resultados positivos ao plano de prevenção de ‘bullying’
e à formação dos docentes, no sentido de melhorar o seu trabalho pedagógico
para “fazer com que os alunos aprendam com sucesso e obtenham atenção e
carinho, no sentido de aumentar o seu sentimento de pertença às escolas e
propiciar uma vida de aprendizagem agradável”. André Vinagre – Macau in “Ponto
Final”
andrevinagre.pontofinal@gmail.com
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