Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Moçambique e Índia reforçam cooperação marítima

Moçambique recebeu, este mês, a visita de um navio da Marinha indiana, baseado no Comando Naval do Sul em Kochi. O navio atracou no porto da Beira e tinha como objectivo reforçar os laços bilaterais e aumentar a cooperação marítima entre as marinhas de ambos os países.

Durante a visita, o pessoal das marinhas dos dois países participou de diversas actividades, com destaque para “intercâmbios de peritos na matéria, actividades sociais e sessões conjuntas de ioga e desportos”, de acordo com um comunicado do Alto Comissariado da Índia em Moçambique.

Além disso, o navio realizou uma patrulha conjunta na zona económica exclusiva de Moçambique, em consonância com a Visão SAGAR da Índia – Segurança e Crescimento para todos na Região.

O INS Sunyana é um navio de patrulha offshore furtivo, construído nos estaleiros navais de Goa e está equipado com um pacote de armas e sensores de última geração e tem sido utilizado regularmente em muitas operações, como patrulha antipirataria e antinarcóticos, vigilância e missões de escolta. In “O País” - Moçambique

 

Unesco - Aceita candidatura dos bordados de Castelo Branco

A candidatura dos bordados de Castelo Branco à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria “Artesanato e Artes Populares”, foi aceite pela Comissão Nacional daquela estrutura das Nações Unidas, congratulou-se esta quinta-feira, 29 de junho, o município beirão


Esta “aceitação formal” da candidatura “contribui para a valorização da identidade cultural de Castelo Branco e ajuda no engrandecimento da comunidade”, afirma o vice-presidente, Hélder Henriques, num comunicado da Câmara Municipal.

“Este é um importante reconhecimento nacional da relevância da criatividade, enquanto instrumento de desenvolvimento, no território onde vivemos”, salienta o também coordenador do processo de candidatura, encetado no início de 2022.

Na nota, a autarquia liderada por Leopoldo Rodrigues refere que a integração dos bordados de Castelo Branco na Rede de Cidades Criativas, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), promoverá “a cooperação com outras cidades que reconhecem a criatividade como fator estratégico de desenvolvimento sustentável”.

“A marca e produto bordado de Castelo Branco é, provavelmente, a nossa maior bandeira e um dos nossos maiores ativos territoriais. E entendemos que pode ser, se todos quisermos, uma das principais âncoras do nosso desenvolvimento”, salienta Hélder Henriques.

Para o autarca, a candidatura “emergiu de uma relação triangular entre a cultura, a criatividade e o desenvolvimento económico”.

Por outro lado, a integração dos bordados locais na Rede de Cidades Criativas poderá ser “uma excelente plataforma para o desenvolvimento de parcerias promotoras da inovação, das indústrias culturais e criativas e de atividades económicas ligadas à manufatura”, promovendo também “a coesão social do concelho”.

Após “uma fase mais frouxa”, no século XIX, o primeiro quartel do século XX “assistiu ao ressurgimento” do tradicional bordado de Castelo Branco, cuja produção terá registado o seu “período mais fecundo” no século XVIII.

O próximo passo da candidatura será a avaliação final por parte da UNESCO, em Paris, França. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


Macau - Expo de turismo arranca com presença de produtos lusófonos

Começa hoje e prolonga-se até domingo a 11ª Expo Internacional de Turismo, contando com operadores do sector nacionais e estrangeiros. Duas dezenas de empresas do território vão expor produtos de Macau e dos países lusófonos na Cotai Expo do Venetia



A 11ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau abre hoje, voltando a contar com a presença de operadores turísticos e sectores relacionados nacionais e estrangeiros. Durante três dias consecutivos e seis grandes destaques, a Expo sob o lema “MITE a ligar ao Mundo”, volta a organizar um sorteio de compras e várias empresas expositoras lançarão produtos de oferta especial com prazo limitado, aponta a Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

A iniciativa decorrerá até domingo, na Cotai Expo do Venetian, onde, pelo quarto ano consecutivo, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) instala a sua área de exposição. A propósito, 20 empresas do território irão expor e comercializar produtos característicos dos Países de Língua Portuguesa e de Macau.

As duas dezenas de empresas da RAEM vão estar destacadas para a secção “Exposição e Venda de Empresas de Produtos Característicos dos Países de Língua Portuguesa e de Macau”, pelo que irão expor e vender produtos fabricados em Macau, marcas de Macau, produtos concebidos em Macau e produtos de agenciamento dos países de língua portuguesa, abrangendo categorias como produtos alimentares, bebidas alcoólicas, artigos médicos, produtos de lazer, produtos culturais e criativos, entre outras. Paralelamente, os expositores participarão em transmissões ao vivo para expandir as suas vendas no mercado do Interior da China.

Este ano, a “Colectânea da Lusofonia” localiza-se na Zona B3 do recinto, com 180 metros quadrados, estando dividida em duas secções. Além da “Exposição e Venda de Empresas de Produtos Característicos dos Países de Língua Portuguesa e de Macau” há também uma zona intitulada “Apresentação de Imagens”. Nesta zona, serão demonstrados vários serviços do IPIM destinados à plataforma sino-lusófona.

Durante a Expo de Turismo serão realizados mais de 50 seminários de promoção de produtos, fóruns e outras actividades. Por outro lado, o evento reunirá chefes de cozinha de 23 Cidades Criativas de Gastronomia, incluindo Macau, que irão apresentar as suas demonstrações especiais, assim como o “Pavilhão da Gastronomia” e “A Adega”, ambos instalados pela primeira vez, com o objectivo de promover o intercâmbio cultural na área da gastronomia e mostrar o “sabor” do “turismo + gastronomia”.

Segundo a DST, a Air Macau e a EVA Air, em conjunto com agências de viagem de Hong Kong e Macau, irão lançar descontos especiais para a Expo de Turismo, enquanto vários expositores irão lançaram ofertas por tempo limitado durante o certame. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


Macau - Teatro em patuá recebe distinção como património cultural da China

O teatro em patuá vai receber oficialmente esta sexta-feira a distinção como património cultural imaterial da China, dois anos depois do anúncio. O encenador do grupo teatral Dóci Papiaçam di Macau, Miguel de Senna Fernandes, disse à Lusa que o atraso se deveu às dificuldades acrescidas de viajar para a China continental durante a pandemia. A entrega da placa vai acontecer durante uma cerimónia de inauguração de uma exposição de património cultural da província de Hainan, uma ilha no sul da China. “Podia ter sido com um bocadinho mais de distinção”, lamentou Senna Fernandes. “Fomos um bocado enxertados [na cerimónia] e depois vão ouvir bocas, mas já estão habituados”, disse com um sorriso o macaense, referindo-se às comédias levadas a cena pelo Dóci Papiaçam, que ridicularizam e criticam os problemas sociais de Macau. Senna Fernandes destacou que, para além do valor simbólico e do reconhecimento do trabalho local, a inclusão na lista de património cultural imaterial da China é importante ao nível da preservação e proteção do teatro e do próprio patuá.


Considerado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como “gravemente ameaçado”, o nível antes da extinção, o patuá, criado por imigrantes lusos em Macau ao longo dos últimos 400 anos, foi desaparecendo devido à obrigatoriedade de aprendizagem do português nas escolas, imposta pela administração portuguesa. “Tem que haver uma maneira diferente de ver o teatro”, defendeu Senna Fernandes, sublinhando que assegurar uma sede para o grupo Dóci Papiaçam di Macau é uma das prioridades. “É preciso reconhecer a necessidade de ter um lugar para colocar as coisas. Temos o guarda-roupa todo espalhado pela casa das pessoas. É ridículo ainda estarmos assim 30 anos depois. Não cabe na cabeça de ninguém”, disse o encenador.

Os Dóci Papiaçám di Macau, “único teatro activo” neste crioulo, nasceu a 30 de Outubro de 1993, ano da morte do poeta macaense José dos Santos Ferreira (Adé) e por ocasião da visita do então Presidente português Mário Soares a Macau e da reabertura, após obras de recuperação, do D. Pedro V, primeiro teatro de estilo ocidental na China. A entrega da placa vai acontecer numa cerimónia em que será também assinalada a inclusão na Lista de Património Cultural Imaterial Nacional chinês da gastronomia macaense e das crenças e costumes de Tou Tei, uma divindade chinesa. In “Ponto Final” - Macau com “Lusa”


quinta-feira, 29 de junho de 2023

Angola - Fátima Sampaio defende mais criatividade dos autores

A escritora Fátima Sampaio defendeu, terça-feira, na rubrica “Escritor do Mês”, no Camões - Centro Cultural Português, em Luanda, que as grandes obras literárias são escritas seguramente durante um momento de adversidade, pelo que requer mais criatividade dos autores


Na actividade, que teve como tema "Literatura e Psicologia”, Fátima Sampaio disse que sempre foi uma pessoa introvertida e que para escrever as duas primeiras obras, "Exorcismo” e "A Bruxa e a Poesia” - escrita durante a sua tese, pretendia fazer algo não habitual e que não encontrasse em nenhum lado.

A escritora explicou que sempre quis ser a primeira pessoa a escrever algo incomum. Quanto à poesia, disse que não segue a regra que a maior parte dos poetas adoptam.

"Os meus poemas são estranhos. Podem ver nos livros de Exorcismo, de Pragas e dos Anjos, que saiu com uma ilustração não muito boa, por isso pretendo editá-lo. Estou agora a preparar o livro dos monstros e das pragas”, disse.

Em termos de escrita de poema, a escritora completará 53 anos e descreve que o livro das Pragas tem 16 poemas e dos Anjos 15 poemas.

A autora explicou que o livro das Pragas foi escrito quando terminou o seu casamento, numa altura que sentia "muita mágoa, esse momento me deu muita inspiração para escreve” referiu, que em termos físicos é o livro mais enérgico que tem no mercado.

Durante o diálogo, a escritora fez menção que, quanto a sua saúde mental, escreve apenas quando está inspirada.

A actividade contou, também, com um momento cultural, com actuação de Fernando Jessi, que interpretou a canção "Sou Fogo sou Vento”, inspirada no poema de Fátima Sampaio, que mereceu a máxima atenção do público. In “Jornal de Angola” - Angola


São Tomé e Príncipe - Ministério da Justiça e a Universidade de Coimbra assinam acordo de cooperação

São Tomé – O Ministério da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos e a Universidade de Coimbra, Portugal, assinaram terça-feira, um acordo de cooperação visando, sobretudo, o reforço da capacidade institucional deste ministério.


O documento foi rubricado pela ministra da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos, Ilza Amado Vaz, e pelo vice-reitor da Universidade de Coimbra, João Nuno Calvão da Silva, no âmbito da realização, no fim-de-semana, da Aula Magna sobre os Direitos Humanos, organizada pelo Ministério Público em parceria com aquela universidade portuguesa.

A ministra Ilza a Amado Vaz disse que o acordo prevê a formação em Medicina Forense, o intercâmbio entre funcionários e agentes do sistema judiciário são-tomense e a Faculdade de Direito de Coimbra e ainda outras áreas de capacitação de quadros do ministério.

Outro objectivo do acordo é ajudar na criação de bases para institucionalização de um pólo de formação em São Tomé e dinamizar um conjunto de actividades, tanto presenciais como por meio virtual, acrescentou a ministra.

O vice-reitor da Universidade de Coimbra, João Nuno Calvão da Silva, garantiu, a propósito do acordo, que “tudo aquilo que São Tomé e Príncipe considerar importante, nós seguramente com as nossas oito faculdades, com diversos centros de investigação, faremos mais e melhor para São Tomé e Príncipe”.

“Contem connosco e nós contamos convosco”, sublinhou. Ricardo Neto – São Tomé e Príncipe in “Agência STP-Press”



São Tomé e Príncipe - Universidades Lusófonas debatem Ambiente e Economia Azul

As organizações da Associação das Universidades de Língua Portuguesa iniciaram em São Tomé uma conferência de três dias para análise de questões sobre o ambiente e economia azul e outros problemas que preocupam a comunidade académica.


“Deterioração ambiental causada pelo desequilibro entre o homem e a natureza preocupam cada vez mais a comunidade académica, ambientalistas, empresários, decisores políticos, dado que estamos numa situação em que poderá existir incapacidade de responder as necessidades básicas dos seres vivos”, sublinhou o reitor da Universidade de São Tomé e Príncipe (USTP), Peregrino Costa.

Na abertura da trigésima segunda conferência da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), o reitor da USTP considerou que “a economia azul surge como modo de organização da sociedade humana com a capacidade de potenciar o oceano”, sendo um dos “desafios centrais do presente e futuro”.

“Isto significa que a economia azul e juntando a ela a verde, poderão ter um papel preponderante na contribuição para competitividade global de cada país dado que elas agregam muitos setores que poderão criar vantagens competitivas”, disse Peregrino Costa.

O reitor da USTP sublinhou potencialidades do mar de São Tomé e que é 160 vezes maior que o território terrestre do arquipélago, mas que destacou que “enquanto microestado insular o país enfrenta problemas diversos próprios das ilhas e dos pequenos países que afetam fortemente a implementação das políticas públicas”.

“São Tomé e Príncipe optou por se envolver num processo de transição para a economia azul de forma a valorizar e potenciar os aspetos naturais relacionados com os serviços ecossistémicos entendidos como suportes de desenvolvimento dos setores das pescas e da agricultura, transportes, comércio, energia, turismo, ecoturismo e concorram assim para o alcance dos objetivos de proteção e conservação da biodiversidade e dos ecossistemas das espécies ameaçadas”, indicou o reitor da USTP.

O presidente do Instituto Politécnico de Lisboa, Elmano da Fonseca Margato sublinhou a importância da interação entre as universidades lusófonas que tem especificidades próprias e que permitem a análises de diferentes temas, tendo referido que a AULP é “um espaço de diálogo de igual para igual” que os países “podem e devem aproveitar” para dar o seu “contributo para o desenvolvimento das suas sociedades”.

“Este é um movimento académico que está entregue aos reitores e aos presidentes dos institutos politécnicos e que não está dependente do poder político e eu acho que isso é uma mais-valia que nós devemos destacar. A academia é um espaço de liberdade onde nós aceitamos todas as convicções políticas, religiosas, orientações sexuais e é neste espaço de igualdade que nós nos entendemos com todos os nossos países e parceiros irmãos”, disse Elmano da Fonseca Margato.

Participam no trigésimo segundo encontro da AULP representantes de reitorias, académicos, investigadores e parceiros dos Estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, bem como a Universidade de Macau. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”


Brasil - Ministério Público de Minas recupera centenas de documentos históricos, em Brasília

Apurações demonstraram que um negociante de artes e antiguidades estaria na posse de diversos documentos, dentre eles, alvarás, decretos e regimentos referentes à exploração de ouro em Minas Gerais na segunda metade do século XVIII


Centenas de documentos históricos, caracterizados como bens culturais fora do comércio, de origem pública e valor permanente, que não podem ser livremente comercializados, foram recuperados na manhã desta quarta-feira, dia 28, durante a Operação Devolva-me. Os trabalhos foram coordenados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com o apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e das Polícias Militares de MG e DF.

A investigação teve início a partir de informações recebidas pela Coordenadoria do Patrimônio Cultural (CPPC/MPMG), que conseguiu apurar que um negociante de artes e antiguidades de Brasília estaria na posse de diversos documentos, dentre eles, alvarás, decretos e regimentos referentes à exploração de ouro em Minas Gerais na segunda metade do século XVIII.

Segundo MPMG, as diligências realizadas no Procedimento Investigatório Criminal apontaram indícios de que alguns dos documentos poderiam ter sido ilicitamente subtraídos de arquivos e outras instituições localizadas em solo mineiro.

Na residência onde estava o material, a equipe do MPMG procedeu uma minuciosa triagem, catalogação e embalagem dos documentos antes de apreendê-los e transportá-los para a sede do MPMG. O material apreendido durante a operação será periciado e, comprovada a autenticidade e identificada a origem, serão oportunamente devolvidos aos arquivos e instituições dos quais não deveriam ter saído.

O número exato e a origem dos documentos ainda não foram oficialmente divulgados, pois as investigações estão em andamento. Em uma análise preliminar, verificou-se que diversos documentos podem ser oriundos do estado de Minas Gerais, sendo que alguns deles podem ter sido subtraídos do acervo do Arquivo Público Mineiro, sediado em Belo Horizonte.

Dentre o material apreendido também estão diversos documentos públicos referentes ao Período Pombalino (1750-1780), os quais ainda apresentam vestígios de cola e linhas de costura, indicando que podem ter sido arrancados de encadernações oficiais. Muitos desses documentos foram impressos em papel trapo, típico do período colonial, com marca d´água e com o padrão dos documentos da Oficina Régia Tipográfica.

Foram identificados alvarás, decretos, e regimentos impressos com ordens e regulamentações da coroa portuguesa e endereçados às autoridades da colônia, principalmente governadores das capitanias.

Para o promotor de Justiça Marcelo Azevedo Maffra, coordenador da CPPC, a apreensão é, certamente, uma das importantes de todos os tempos para o patrimônio arquivístico brasileiro, seja pela quantidade ou pela relevância do material apreendido. “São documentos de valor permanente e de elevado interesse social, que deveriam estar disponíveis em arquivos públicos para a livre consulta de quaisquer interessados. Pela legislação brasileira, os documentos apreendidos são de comércio proibido e não poderiam estar em poder do investigado”.

O promotor explica que o patrimônio arquivístico é formado por documentos que constituem acervo e fonte de comprovação de eventos históricos e estão sujeitos a um especial regime jurídico relativo a seu gozo e disponibilidade. A Lei nº 4.845/65A impõe um regime jurídico especial aos ofícios produzidos no país, até o fim do período monárquico, em clara demonstração da importância desses bens e necessidade de sua proteção.

Em reforço, a Lei nº 8.159/91, que dispõe sobre a política nacional de arquivos, determina que os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis, sujeitando os infratores à responsabilidade penal, civil e administrativa. Do ponto de vista penal, a conduta perpetrada pelo investigado pode caracterizar, em tese, os crimes de receptação qualificada e deterioração de bem cultural especialmente protegido. In “Mundo Lusíada” - Brasil




quarta-feira, 28 de junho de 2023

Cabo Verde - Imposto turístico até Abril rende o dobro

Cabo Verde arrecadou quase 4,2 milhões de euros com a taxa paga obrigatoriamente pelos turistas de Janeiro a Abril, o dobro face ao mesmo período de 2022, mantendo-se acima do encaixe anterior à pandemia, indicam dados oficiais

Segundo um relatório do Ministério das Finanças sobre a execução orçamental até Abril, as receitas da contribuição turística ascenderam em quatro meses a mais de 462 milhões de escudos (4,2 milhões de euros), equivalente a 48,8% do orçamentado pelo Governo para o ano de 2023, que é de 946 milhões de escudos (8,6 milhões de euros).

Este valor, a um ritmo superior a um milhão de euros por mês, continua a superar o registado no mesmo período de 2019, antes dos efeitos da pandemia de covid-19 na procura turística, que foi então de 83 milhões de escudos (749 mil euros) por mês. “Representando uma arrecadação adicional, em termos homólogos, de 221,4 milhões de escudos [dois milhões de euros]”, sublinha o relatório.

Este desempenho representa ainda um crescimento de 92% face aos quatro primeiros meses de 2022, cuja arrecadação foi então de 241 milhões de escudos (2,2 milhões de euros), o que reflete um “aumento substancial da procura turística no trimestre”, justifica-se ainda no relatório.

A contribuição turística foi introduzida pelo Governo cabo-verdiano em maio de 2013, com todas as unidades hoteleiras e similares obrigadas a cobrar 220 escudos (dois euros) por cada pernoita até 10 dias, a cada turista com mais de 16 anos. Contudo, esse valor aumentou 25% em janeiro, para 276 escudos (2,50 euros) por noite, conforme previsto no Orçamento do Estado para 2023.

“Com o compromisso que nós temos, que é de eliminar a pobreza extrema e reduzir a pobreza absoluta, entendemos que poderia ser uma forma de financiar o fundo MAIS, que permite fazer um investimento forte na área social, na construção de creches, espaços de tempo para juventude, espaços para terceira idade e entendemos que poderíamos aumentar em 50 cêntimos, ou seja 50 escudos, a taxa turística paga pelos turistas quando pernoitam nos hotéis”, explicou anteriormente o ministro do Turismo, Carlos Santos.

“Feito o estudo, verificámos que nós não vamos ter um impacto tão negativo (…) Hoje, as pessoas, os turistas, cada vez mais têm consciência ecológica, mas também têm uma consciência social sobre o impacto que eles fazem e que eles têm na visita que fazem em determinados países e no caso de Cabo Verde, que é um país pobre. E por isso, por aquilo que nós fizemos, a análise, entendemos que não vai ter impacto. E, como se sabe, o fundo MAIS é um fundo criado tendo como principal objetivo a eliminação da pobreza extrema”, acrescentou.

Os hotéis cabo-verdianos receberam em 2022 um recorde de 835945 turistas e mais de quatro milhões de dormidas, segundo dados anunciados no final de Março pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o relatório de Movimentação de Hóspedes em Cabo Verde em 2022, com as estatísticas do turismo produzidas pelo INE, o número de hóspedes ultrapassou no ano passado o recorde anterior, que foi de 819308 turistas em 2019, antes da pandemia, e cresceu ainda 394% face aos 169068 turistas em 2021.

As receitas com a taxa paga obrigatoriamente pelos turistas em Cabo Verde caíram para metade de 2020 para 2021, renovando mínimos de 145 milhões de escudos (1,3 milhões de euros), segundo um relatório anterior do Ministério das Finanças. Em 2022 cresceram para 735,1 milhões de escudos (6,6 milhões de euros),

Em 2019, este imposto garantiu um máximo histórico de 992 milhões de escudos (8,9 milhões de euros) em receitas. In “Ponto Final” - Macau


Angola - Banco Mundial financia 300 milhões de dólares para sector privado criar empregos

O Governo angolano e o Banco Mundial (BM) assinaram em Luanda, um acordo de 300 milhões de dólares para o Projecto de Aceleração da Diversificação Económica e Criação de Emprego. O acordo foi rubricado entre a ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, e pelo director regional do Banco Mundial para Angola, Burundi, República Democrática do Congo e São Tomé e Príncipe, Albert Zewfack.

Na sua intervenção, a vice-presidente do BM, Vitoria Kuakua, referiu que este projeto apoia o “pilar crítico” da diversificação do próximo plano de desenvolvimento nacional, destacando a importância de Angola desenvolver os setores não petrolíferos para reduzir a exposição à volatilidade do preço e produção do petróleo.

Vitoria Kuakua salientou que Angola tem um grande potencial para tornar-se uma potência agroindustrial e para desenvolver outros setores, como os serviços tecnológicos, que podem criar empregos nos centros urbanas, papel que deve ser liderado pelo sector privado.

Segundo a responsável, as estatísticas angolanas referem que mais de 80% das empresas são micro, com menos de cinco trabalhadores, 60% das quais no comércio, metade das quais em Luanda, frisando que “o setor privado não está a desempenhar um papel suficiente na criação de bons empregos”.

A vice-presidente para África do BM realçou que Angola precisa que novas tecnologias entrem em serviço, que cresçam e se expandam, acelerando desse modo o crescimento da produtividade a criação de emprego e ligando-as aos mercados regionais e internacionais. “Precisa também de um sector financeiro sofisticado, que conceda crédito às empresas viáveis e aos empresários talentosos, oferecendo deste modo produtos adaptáveis às micro, pequenas e médias empresas e às empresas em fase de arranque”, referiu.

O documento assinado entre as partes, destacou Vitoria Kuakua, tem como objetivo aumentar o investimento privado no crescimento das micro, pequenas e médias empresas, de formas a que sejam resistentes ao clima e com foco no corredor do Lobito, essencial para a diversificação da economia, na medida em que liga o litoral às zonas agrícolas bem como aos países vizinhos. “O seu objectivo visa catalisar investimentos públicos e privados em infraestruturas produtivas no corredor do Lobito, através de parcerias público-privadas e investimentos de 100 milhões de dólares em infraestruturas e de trabalhos de última linha, apoiará igualmente o esforço da capacidade das empresas e adoção de tecnologias, bem como facilitará a concessão de empréstimos comerciais a estas micro, pequenas e médias empresas, através de linhas de crédito”, disse Vitoria Kuakua sobre a iniciativa que esperam beneficiar 12000 empresas.

Por sua vez, o ministro da Economia e Planeamento de Angola, Mário Caetano João, considerou o Corredor do Lobito a “próxima fronteira” da economia angolana, realçando a “dinâmica interessante” pelo lado do setor dos transportes ao concessionar a linha férrea do Corredor do Lobito a um consórcio, “que vai trazer uma outra dinâmica”.

O governante angolano destacou a participação da Agência Multilateral de Garantia de Investimento do Banco Mundial no processo de concessão da linha férrea do Corredor do Lobito, ajudando na sua materialização. “Agora temos um outro braço do BM, que é o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, que vem agora também apoiar desta vez o setor privado e as infraestruturas necessárias para darmos outra dimensão àquilo que é o Corredor do Lobito”, frisou. In “Ponto Final” - Macau

 

UCCLA – Lançamento em Lisboa do livro “Uma menina de cristal e outras crónicas” de Dina Salústio

Vai decorrer no dia 7 de julho, às 18h30, no auditório da UCCLA, o lançamento do livro “Uma menina de cristal e outras crónicas” da autoria de Dina Salústio. Trata-se de uma compilação de crónicas agora reunidas em livro, e que tem a chancela da Rosa de Porcelana Editora.

O lançamento do livro será transmitido em direto através da página do Facebook da UCCLA em:

https://www.facebook.com/UniaodasCidadesCapitaisLinguaPortuguesa


Sinopse:

Ao converter para o formato livro as crónicas, grande parte publicada no Jornal Expresso das Ilhas, entre outubro de 2019 e fevereiro de 2022, Dina Salústio procurou salvaguardar a sua identidade caraterizada pelo efémero e transitório, adaptando-as ao novo corpo com direitos diferentes e, claro, com novas expetativas de perenidade. Neste ponto é oportuno dizer que seja a pandemia ou a guerra que nos últimos anos nos atingiram de forma trágica elas estiveram sempre presentes pressionando as escolhas.

Biografia de Dina Salústio:

Nasceu em Cabo Verde, na Ilha de Santo Antão. Foi Professora Primária, Assistente Social e Jornalista, exercendo em Portugal, Angola e Cabo Verde.

Sócia-fundadora da Associação dos Escritores Cabo-verdianos, da Sociedade Cabo-verdiana de Autores, membro-fundador da Academia Cabo-verdiana de Letras e do PEN Clube de Cabo Verde, é ainda membro da Academia Sergipana de Letras (Brasil) e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira da Cultura Latina para Cabo Verde.

Foi galardoada, entre outros, com o 1.º Prémio de literatura infanto-juvenil de Cabo Verde (1994), o Prémio em literatura infanto-juvenil dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (2000), Prémio Rosalia de Castro para a Literatura em Língua Portuguesa - PEN Galiza, Espanha (2016), Prémio RDP África Literatura para a Lusofonia (2021). Ao projeto de tradução de seu romance “A Louca de Serrano” foi concedido o PEN Award England (2018).

Autora de vários livros de contos, crónicas, romance, infanto-juvenil e ensaio, publicou pela Rosa de Porcelana Veromar (2019) e ora dá à estampa Uma menina de cristal e outras crónicas.

Cabo Verde – A mais recente obra de Dina Salústio foi lançada na Cidade da Praia

Portugal – Cientistas da Universidade de Coimbra estudam processo inovador para recuperação de materiais valiosos da indústria eletrónica

Um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a estudar um novo processo para a recuperação de materiais ligados à indústria dos eletrónicos. Esta investigação decorre no âmbito da Agenda Microeletrónica do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), financiada com 30 milhões de euros. 


Atualmente, o lixo eletrónico é um dos resíduos sólidos com uma elevada taxa de acumulação, chegando a quase 10 milhões de toneladas por ano na União Europeia, sendo que apenas cerca de 15 a 20% desses resíduos são reciclados. Em 2021, a produção estimada de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (EEEW) foi de 55,2 milhões de toneladas em todo o mundo.

Tendo em vista a resolução desta problemática, a equipa de investigadores da FCTUC está a desenvolver uma investigação ligada à tarefa “E-Waste Recycling to Foster a Circular and Sustainable Economy”, que pretende contribuir para a criação e definição de processos industriais relacionados com a economia circular e a reciclagem de produtos do setor da Microeletrónica.  Este projeto tem como foco principal a recuperação e tratamento de dispositivos eletrónicos, para que as matérias-primas possam ser novamente incorporadas na cadeia de valor.

«A ideia é encontrar um processo combinado, químico e biológico, para a recuperação de metais críticos e de alto valor a partir de resíduos elétricos e eletrónicos de computador», explica Paula Morais, docente da FCTUC e investigadora no Laboratório de Microbiologia do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE).

«Para a criação deste processo, a metodologia aplicada terá por base um estudo de diagnóstico inicial para identificar e mapear o ecossistema português do setor da Microeletrónica e, posteriormente, o foco da investigação na FCTUC serão os processos microbiológicos e químicos de reciclagem de metais preciosos», revela a investigadora.

Assim, «serão desenvolvidos processos de bio-lixiviação, a partir de resíduos gerados por parceiros industriais no projeto, bem como de bioacumulação seletiva de metais após tratamento químico dos resíduos. O sistema de recuperação de metais por ser misto (químico-biológico) é extremamente inovador», assegura o grupo de Microbiologia. «Entre os materiais que se pretendem recuperar destacam-se os metais valiosos como ouro, platina e prata, e os metais críticos índio e gálio, a partir de computadores e equipamentos de telecomunicações em fim de vida», conclui.

Este projeto teve início em janeiro de 2023 e, neste momento, o consórcio, que envolve 17 entidades, encontra-se ainda a trabalhar na clarificação dos fluxos de resíduos e na caracterização dos materiais que serão utilizados para criar este novo processo, bem como a definir a estratégia integrada entre os parceiros da FCTUC para fazer esta recuperação de metais.

Para além do CEMMPRE, estão envolvidos nesta Agenda José António Paixão, do Centro de Física da Universidade de Coimbra (CFisUC), e também Licínio Ferreira, do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF). Universidade de Coimbra - Portugal



terça-feira, 27 de junho de 2023

França - Exposição sobre trabalhadores portugueses e espanhóis no Terceiro Reich, em Paris

O Consulado Geral de Portugal em Paris vai inaugurar no dia 29 de junho, quinta-feira, por volta das 18h30, nos Salões Eça de Queirós, a exposição “Trabalhadores portugueses e espanhóis no Terceiro Reich (1940-1945)”. Cristina Clímaco e Cláudia Ninhos vão estar ao comando da apresentação


“A exposição baseia-se nas histórias de vida de trabalhadores portugueses e espanhóis, imigrantes e exilados em França ou recrutados em Espanha”, lê-se em comunicado enviado ao Bom Dia.

“Traça os caminhos que levaram estes estrangeiros a trabalhar no Reich, os constrangimentos da sua estadia, o quotidiano em território inimigo, o repatriamento… e testemunha a impotência perante a arbitrariedade de Vichy e a violência do regime nazi”, segundo a mesma fonte.

Sobre as apresentadoras, sabe-se que “Cláudia Ninhos é investigadora do Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa. O seu trabalho incide sobre o Holocausto, o acolhimento de refugiados em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial e as relações luso-alemãs”.

Quanto a Cristina Clímaco, trata-se de “uma investigadora no Laboratoire d’Études Romanes (LER) da Université Paris 8 Vincennes-Saint-Denis. O seu trabalho centra-se no exílio e na emigração portuguesa em França e em Espanha no período do entre guerras. Encontra-se atualmente a desenvolver um projeto de investigação sobre os resistentes portugueses e de origem portuguesa”. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo

Brasil – Uma alma portuguesa em uma peça de teatro “Apesar de Tudo” com Wagner Molina

Wagner Molina, uma alma portuguesa, entra em cena com o solo Apesar de Tudo

Residindo em Lisboa, Portugal, há dois anos, o ator Wagner Molina retorna ao Brasil especialmente para estrelar o espetáculo Apesar de Tudo, concebido por ele e dirigido por Helio Cícero. A montagem estreia no dia 8 de julho, sábado, no Teatro Giostri, às 21h. No enredo, um homem, interpretado por Molina, desperta em um lugar que não reconhece e sua única lembrança é que precisa esperar.

O ator pretende retornar à Portugal após cumprir a temporada brasileira. Segundo ele, entre seus planos está o de levar o espetáculo para Lisboa.

A dramaturgia de Apesar de Tudo foi elaborada por Wagner Molina enquanto estudava autores teatrais em busca de criar um texto para um espetáculo solo. Com as restrições impostas pela pandemia, o projeto (contemplado pelo Edital ProAC Expresso Direto) foi interrompido. Wagner mudou-se para Portugal e somente em 2023 a produção ganhou forma. O texto que chega ao palco conta com as preciosas contribuições de Helio Cicero, que acompanhou todo o processo e delineou o roteiro para Molina, e de Cesar Ribeiro, cujo olhar foi fundamental para a dramaturgia final.

A personagem mistura pensamentos e histórias de pessoas, sem a certeza de que talvez elas sejam ele mesmo, enquanto aguarda. Com a desolação e a solidão, característica do teatro do absurdo, esse vivido homem tem como companhia suas memórias e seus conflitos, trazendo à cena histórias próprias ou inventadas - talvez não, tudo é incerteza -, adornadas pelo seu humor sinistro. Ora citando poemas ora devaneando, o homem imerge em reflexões existenciais.

Ator e diretor citam como referências na elaboração da dramaturgia os autores Albert Camus, Nelson Rodrigues, Jean-Paul Sartre, Friedrich Nietzsche e Samuel Beckett (este último, segundo Molina, seria o gatilho para toda a criação). O texto, poético, coloca a personagem em um lugar indefinido, em um outro plano, numa situação de enfrentamento, inclusive da morte. “Esse homem em questão está enclausurado interna, emocional e espiritualmente. Em um jogo com a plateia, ele expõe o seu estado de alma durante esse questionamento existencial”, argumenta Helio Cicero.

Wagner Molina comenta que o espetáculo traz um pouco de muitas coisas; que soma a vivência com a criação. “Posso dizer que esse texto reflete muito do que eu já vivenciei como protagonista ou observador atento. Essas marcas são evidenciadas ao conjugar meus poemas com inspirações provocadas pelas palavras de mestres da dramaturgia mundial, sem deixar de citar Fernando Pessoa, mestre primeiro, inspirador e companheiro de longa data”, declara. “Assim como é comum em Beckett, em Apesar de Tudo observa-se e reflete-se sobre o quase nada da vida, como se fosse um acúmulo de banalidades fúteis tão presentes nos dias atuais, do qual pouco sobra na memória dos narradores beckettianos”, comenta o ator e autor.

O cenário intimista traz elementos essenciais, como um praticável e um varal de retalhos que remete aos fragmentos de memórias, de onde a personagem surge para as cenas. Wagner Molina conta com Bianca Malheiro, atriz que tem participação lhe dando suporte em algumas cenas, e Mariana Franzin, violoncelista que executa temas da trilha sonora ao vivo. Eliane Verbena – Brasil

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FICHA TÉCNICA - Texto e interpretação: Wagner Molina. Direção geral: Helio Cicero. Colaboração artística: Cesar Ribeiro. Direção de produção: Daniel Torrieri Baldi. Trilha sonora original: Tony Berchmans. Cenário e figurino: Marisa Rebollo. Iluminação: Rodrigo Sawl. Assistência de direção e participação/cena: Bianca Malheiro. Violoncelista: Mariana Franzin. Operação de luz: Igor Yabuta. Contrarregragem: Guilherme Maia. Cenotécnica: Armazém Cenográfico. Montagem: Gabriel Rodrigues. Assessoria Contábil: Contabilizi - Gestão Contábil. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Design gráfico: Felipe Barros. Fotografia artística: Ivan Berger. Produção executiva: Fernanda Lorenzoni. Projeto realizado com recursos do Edital ProAC Expresso Direto - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.

Espetáculo: Apesar de Tudo

Estreia: 8 de julho de 2023 – sábado, às 21h

Temporada: 8 de julho a 20 de agosto de 2023

Dias / horários: Sextas (às 20h30), sábados (às 21h) e domingos (às 18h)

Sessões com intérprete de Libras: 15 e 16 de julho (sábado e domingo).

Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada).

Vendas online: Sympla - www.sympla.com.br | https://www.giostricultural.com.br/programacao

Duração: 50 min. Gênero: Drama. Classificação: 14 anos.

Acessibilidade gratuita para portadores de necessidades especiais - Agendamento pelo telefone da bilheteria do teatro.

Giostri Teatro

Rua Rui Barbosa, 201 - Bela Vista, São Paulo/SP.

Tel.: (11) 2309-4102. Capacidade: 100 lugares. 

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Wagner Molina (texto e interpretação) - Nascido em 1962 na cidade de São Paulo, Wagner Molina cursou teatro no TUCA - Teatro da Universidade Católica de São Paulo e, desde então, não parou. Atuou em peças como: O Fingidor, texto e direção de Samir Yasbek; Os Justos, de Albert Camus, com direção de Roberto Lage; O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues e direção de Sergio Ferrara; Mesa pra Dois, comédia de Alessandro Marson, com direção de Helio Cícero e Fabíola Peña. Seu primeiro contato com a TV foi em Marisol (SBT), seguida por Canavial de Paixões e outras na mesma emissora. Na Rede Globo, participou das novelas O Profeta (como Jaya Raj), Cama de Gato (como Fiasco), Cordel Encantado, Malhação e A Favorita. Atuou nas séries Vade Retro (Rede Globo), Unidade Básica de Saúde (Universal), Psi e O Negócio (ambas na HBO), DesEncontros (Sony) e Milagres de Jesus (Rede Record). No cinema, atuou em Bingo - O Rei das Manhãs, de Daniel Rezende (selecionado para representar o Brasil no Oscar 2018), Real, de Rodrigo Bittencourt, Magal e os Formigas, de Newton Cannito, A Primeira Missa ou Tristes Tropeços, Enganos e Urucum, de Ana Carolina Soares, e Caju com Pizza, de Francisco Ramalho.

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Helio Cicero (direção) – Dirigido no teatro por Antunes Filho, Ulysses Cruz, Cibele Forjaz, Eduardo Tolentino, Gabriel Villela, Bob Wilson, Domingos Nunez, Cesar Ribeiro entre outros. Participou das novelas Rei do Gado, Imigrantes, Serras Azuis, Amor e Ódio, Canavial de Paixões e Cristal, e das minisséries JK e O Rei da TV. Trabalhou nos longas-metragens Stand Up ou Morra, Águas Selvagens, Tapete Vermelho, Boleiros Dois, Cara ou Coroa, Cidade Imaginária e Anita e Garibaldi. Recebeu os prêmios Inacen em 1985, Mambembe em 1989, e Apetesp em 1992 como melhor ator; em 2005 foi indicado ao prêmio Shell de melhor diretor e 2015 de melhor ator. Em 2023 segue em cartaz com o espetáculo O Arquiteto e o Imperador da Assíria, e conta com três estreias.

 


França - Concerto do Grupo Vocal Olisipo em Marselha promove Polifonia Portuguesa da Catedral de Évora

Um concerto do Grupo Vocal Olisipo ofereceu, na igreja Notre Dame-du-Mont, em Marselha, uma seleção de obras que ilustram a evolução do estilo de compositores ligados à Sé de Évora nas gerações que se seguiram à chamada "era de ouro".


O grupo foi convidado pelo Cônsul-Geral de Portugal em Marselha, por ocasião do Dia Nacional de Portugal, 100º aniversário do filósofo português Eduardo Lourenço e 200º aniversário do Consulado de Portugal em Marselha.

"É fascinante ver como a força da Contra-Reforma e a influência da obra dos grandes mestres do século XVII fizeram com que, paralelamente ao desenvolvimento de novos estilos musicais, a escrita no estilo antico se mantivesse até meados do séc. XIX”, diz uma apresentação da mostra enviada ao LusoJornal. “As obras que vamos executar neste programa é, de certa forma, o património musical que vamos apresentar pode ter a sua origem na obra de Manuel Mendes, um dos primeiros Mestres de Capela da Sé de Évora”.

Manuel Mendes foi professor dos primeiros grandes compositores da Escola de Música da Sé de Évora, muitos dos quais gozavam então de notoriedade internacional, como Manuel Cardoso, Duarte Lobo e Filipe de Magalhães.

“Há obras de compositores de Évora nos arquivos de igrejas e catedrais de todo o mundo. Um dos primeiros exemplos conhecidos é o Aleluia de Manuel Mendes, cujas cópias foram encontradas no México.

O concerto começou com obras de Filipe de Magalhães e do seu pupilo Estêvão Lopes Morago, compositor nascido em Espanha em 1575 mas que estudou em Évora. Foi mestre de capela da Sé de Viseu, onde faleceu em 1630.

O grupo cantou uma missa para os Domingos do Advento e da Quaresma de Afonso Lobo.

Manuel Rebelo foi contemporâneo de Manuel Cardoso e Filipe de Magalhães e, como eles, aluno de Manuel Mendes. Foi, como Manuel Mendes, Mestre de Capela da Sé de Évora mas, ao contrário dos seus colegas, não se tornou um nome conhecido nas gerações que se seguiram. A maioria de suas obras foram perdidas durante o terremoto de 1755, apenas algumas peças sobreviveram nos arquivos da Catedral, incluindo a bela Regina Caeli que o grupo pôde cantar em Marselha.

Por altura da morte de Estêvão Lopes Morago nasceram outros dois autores do Grupo Vocal Olísipo: Francisco Martins (1620/25-1680) e Diogo Dias Melgaz (1638-1700). Ambos estudaram com Manuel Rebelo e mais tarde tornaram-se Mestres de Capela em Évora e Elvas.

O compositor Pedro Vaz Rego mantém laços estreitos com Diogo Dias Melgaz. Nascido em Campo Maior em 1673, foi aluno de Melgaz em Évora, depois tornou-se maestro do coro da Sé de Elvas. Ele foi um autor prolífico de várias obras musicais em estilos antigos e modernos.

O grupo também cantou obras de Miguel Anjo do Amaral (c.1770-c.1820), André Rodrigues Lopo (c.1730-1800).

“Esperamos que este conjunto de pequenas obras-primas, na sua maioria completamente desconhecidas do público moderno, vos fascine, não tanto pelo fenómeno da imutabilidade estilística que coexiste com a inovação técnica há dois séculos, mas sobretudo pela sua beleza”, refere a nota de imprensa do espectáculo.

O Grupo Vocal Olisipo foi fundado em 1988 e desde então é liderado por Armando Possante. O seu repertório é vasto e eclético, abrangendo obras desde o período medieval até aos nossos dias.

Apresentou-se inúmeras vezes por todo o país, tendo já atuado nos principais festivais de música em palcos como o Centro de Arte Moderna, o Centro Cultural de Belém, o Teatro Nacional de S. Carlos, a Casa da Música e o Teatro Rivoli. Internacionalmente, já se apresentou em concertos por toda a Europa.

Armando Possante estudou no Instituto Gregoriano de Lisboa e na Escola Superior de Música de Lisboa, onde concluiu os cursos superiores de regência coral, com Christopher Bochmann, de canto gregoriano, com Helena Pires de Matos, e canto, com Luís Madureira. Em 2019 obteve o Título de Especialista em Canto. Carlos Pereira – França in “LusoJornal”


Portugal - Universidade de Coimbra apresenta novo dispositivo de proteção individual para profissionais de saúde oral

Um consórcio da Universidade de Coimbra (UC) vai apresentar já na próxima sexta-feira, 30 de junho, pelas 18h30, o projeto “VV4MC – Um novo tipo de viseira ventilada para profissionais de saúde oral”. O seminário terá lugar na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), nas instalações de Medicina Dentária situadas na Avenida Bissaya Barreto n.º 195 (Bloco de Celas).

«O projeto VV4MC visa a otimização, por via numérica e com validação experimental, de novos protótipos, partindo do protótipo desenvolvido no projeto Mask4MC do mesmo consórcio. Nesta nova versão, exploram-se novos designs e materiais que permitam, entre outros aspetos, melhor vedação aerodinâmica e maior conforto durante a utilização, tendo como foco proporcionar uma proteção segura e eficaz aos profissionais de saúde», explica José Costa, docente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e responsável pelo projeto.

Neste seminário, destinado essencialmente a divulgar os resultados do projeto, serão também abordados temos como “Transmissão por aerossóis de agentes biológicos” e “Qualidade do ar e legislação nas clínicas de Medicina Dentária”. Será ainda apresentado sucintamente o desenvolvimento do projeto e a descrição detalhada do protótipo deste equipamento de proteção individual (EPI) inovador, destacando o seu desempenho em termos de eficiência de proteção e das características acústicas. Para finalizar, haverá uma simulação e experimentação do protótipo da viseira com vedação aerodinâmica.

Do consórcio fazem parte a FMUC, a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) da FCTUC e SETSA - Sociedade de Engenharia e Transformação S.A.

Para participar basta inscrever-se aqui e, para mais informações, pode aceder à página do projeto. 



segunda-feira, 26 de junho de 2023

Moçambique - Dora Chipande inaugura mostra na Galeria do Porto de Maputo

A artista plástica Dora Chipande inaugurou na Galeria do Porto de Maputo, uma individual de pintura que procura exaltar a arte maconde. Uma das telas da mostra Dinembo será leiloada a favor dos deslocados em Cabo Delgado.


A individual de pintura de Dora Chipande é intitulada Dinembo. Do maconde, o termo quer dizer tatuagens em português. Na exposição, a artista procura recuperar uma das essências da cultura maconde, que, na sua percepção, tem-se perdido: as tatuagens.

“Esta é uma exposição sobre a cultura maconde. Eu escolhi as tatuagens como tema porque esse é o símbolo mais elevado da cultura maconde”, começou por dizer Dora Chipande, admitindo que, dessa forma, pretende contribuir para a promoção tradicional através das telas.

Na sua percepção, o recurso às tatuagens maconde têm-se perdido por vários factores e circunstâncias sociais. Por isso mesmo, a artista plástica decidiu transmitir nas suas obras de pintura a prática cultural maconde, tendo como pano de fundo as vivências daquela etnia do Norte de Cabo Delgado.

Na sua individual de pintura, Dora Chipande expõe emoções, sentimentos, hábitos, costumes e imaginários. O efeito estético sempre constituiu uma preocupação, mas não foi a única coisa que a interessou. Além de se dedicar ao belo ou ao que isso pode significar, a artista propôs-se leiloar uma das suas telas e o valor será revertido a favor de causas sociais: uma no Norte e outra no Sul do país. “O que será arrecadado neste leilão vai servir para apoiarmos aos deslocados dos conflitos em Cabo Delgado e também para uma escola que estamos a ajudar a ampliar a administração e a construção de uma biblioteca em Boane”, [Província de Maputo].

Presente na cerimónia da inauguração, Hortência Chipande, mãe de Dora Chipande, confessou: “Estou contente e orgulhosa pela obra que a Dora está a fazer, porque é uma obra que a vai permitir ajudar aos necessitados”.

Dinembo, de Dora Chipane, está patente na Galeria do Porto de Maputo. José dos Remédios – Moçambique in “O País”