O Presidente da República galardoou quatro cidadãos e uma
organização, que atuam na educação, nos media, e no setor ambiental, com a
edição de 2019 do Prémio Direitos Humanos Sérgio Vieira de Mello
José
Amaral Guterres, Marcelina dos Santos da Cruz e a organização Konservasaun
Flora & Fauna são os vencedores na categoria de Direitos Sociais,
Económicos e Culturais, enquanto na categoria de Direitos Civis e Políticos
foram premiados José Luís de Oliveira e Virgílio da Silva Guterres Lamukan.
“Quero
felicitar os galardoados bem como os seus familiares que aceitaram e apoiam a
vossa dedicação aos direitos humanos, e ainda pedir que continueis a trabalhar
para a promoção, proteção e divulgação dos direitos humanos em Timor-Leste”,
disse Francisco Guterres Lu-Olo, na cerimónia de entrega dos prémios.
“Este
prémio não é um fim em si mesmo. Enquanto existirem pessoas neste mundo haverá
sempre trabalho na área da promoção, proteção e divulgação dos direitos
humanos, bem como desafios. Espero, por isso, que este prémio motive e encoraje
os vencedores a continuarem a demonstrar o seu ativismo na área dos direitos
humanos”, afirmou.
Na
edição deste ano foram apresentadas 85 candidaturas, 16 na categoria de
Direitos Civis e Políticos, e 69 na categoria de Direitos Económicos, Sociais e
Culturais.
José
Amaral Guterres, “professor durante largos anos em áreas remotas do posto
administrativo de Ossu”, mostrou-se “incansável no seu trabalho com as crianças
do ensino básico, sensibilizando as famílias para a importância da escola”.
Com
grande contributo ao processo de criação das escolas, percorria longas
distâncias com um “voluntarismo que merece ser destacado”, usando muitas vezes
recursos próprios para apoiar o ensino de crianças.
Marcelina
dos Santos da Cruz, professora voluntária do ensino pré-primário e primário em
várias escolas há mais de dez anos, foi outra das galardoadas na edição deste
ano dos prémios.
“Mesmo
sem remuneração, Marcelina da Cruz continua a dar o seu contributo ao setor da
educação. As longas distâncias que tem de percorrer nunca foram fator de
impedimento”, disse.
O
chefe de Estado galardoou ainda a organização nacional Konservasaun Flora &
Fauna que tem feito “um trabalho extraordinário para a preservação e
conservação da flora e fauna”, com especial destaque para trabalho nos mangais,
bancos de corais e no ambiente marinho em geral.
Na
cerimónia de hoje foi ainda reconhecido José Luís de Oliveira, que Lu-Olo
considerou “um exemplo de consistência, com trabalho há vários anos na área dos
direitos humanos”.
Oliveira
“criou e é membro de várias organizações que trabalham para os direitos
humanos”, ajudando a promover e estimular uma cidadania ativa, “condição sine
qua non para a democracia”.
Finalmente
foi reconhecido Virgílio da Silva Guterres que “tem dado um contributo ativo ao
longo dos últimos anos para a criação de uma sociedade que respeita os direitos
humanos, especialmente na área jornalística”.
“É
um defensor intrépido da liberdade de expressão, não apenas dos jornalistas,
mas de todos os cidadãos. Continua a lutar por uma imprensa livre no nosso país
e a defender o direito dos cidadãos à informação”, referiu.
Os
prémios, no valor de 10 mil dólares cada, reconhecem cidadãos timorenses e
estrangeiros, organizações governamentais e não-governamentais que se destaquem
na promoção, defesa e divulgação dos direitos humanos em Timor-Leste.
Foram
criados a 18 de março de 2009 pelo então chefe de Estado timorense, José
Ramos-Horta, e visam igualmente assinalar, anualmente, o Dia dos Direitos
Humanos.
A
iniciativa tem ainda como objetivo reconhecer o trabalho realizado pelo
brasileiro Sérgio Vieira de Mello enquanto chefe da Missão da ONU de
Administração Transitória de Timor-Leste, entre novembro de 1999 e maio de
2002.
O
diplomata brasileiro morreu em 19 de agosto de 2003, vítima de um atentado no
Iraque. In “Sapo Timor-Leste” com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário