A
cidade argentina de San Juan, conhecida pela dedicação ao hóquei em patins e
onde já se realizaram campeonatos do mundo de seniores, volta a organizar um
autêntico festival da modalidade, denominado Mundialito.
Macau
participa pela primeira vez. “Temos bastante prestígio na modalidade e assim
foi mais fácil assegurar a nossa presença na competição, ainda por cima porque
estive lá no ano passado, por ocasião da Taça Intercontinental, e combinei a
nossa deslocação com os dirigentes argentinos”, explicou António Aguiar,
presidente da Associação de Patinagem e membro do Comité Internacional de
Hóquei em Patins.
Esta
é uma prova por convites, sem apoio oficial do governo de Macau, por isso, são
os próprios pais a suportar a viagem dos atletas, assim como a Associação paga
para os treinadores e dirigentes. “O Governo de San Juan disponibilizou-se para
oferecer a estadia e a alimentação, muito porque também fui granjeando amizades
e contactos no mundo do hóquei em patins”, disse Aguiar, frisando que “os
miúdos estão bastante entusiasmados, assim como os pais e até a própria
organização, que conta pela primeira vez com uma equipa do continente
asiático”.
O
Mundialito, que decorre até ao dia 14, conta com 68 formações, a maioria da
Argentina, mas também do Chile, Colômbia, Brasil, Espanha e Itália, para além
de Macau.
A
comitiva da RAEM, que integra 12 jogadores, seguiu viagem com os dirigentes
Manuel da Luz e Sónia Silva e demorou quase dois dias a chegar a San Juan. “A
deslocação é bastante cansativa, com ligações entre Hong Kong, Dubai, Rio de
Janeiro, Buenos Aires, San Juan”.
O
técnico Helder Ricardo, que também é actualmente o responsável pela selecção
principal (acumulando com a posição de jogador), tendo sucedido a Alberto
Lisboa, foi mais cedo para San Juan, para participar numa acção de formação
destinada a treinadores.
Ao
contrário do que se possa pensar, pelo facto do hóquei em patins ter tido
através dos tempos uma ligação forte à comunidade portuguesa, a selecção Sub-13
só apresenta dois jogadores lusos. “De resto são chineses, fruto já da aposta
que fizemos, há cerca de quatro anos, na captação de jovens junto das escolas
chinesas”, sublinhou António Aguiar.
A
Associação tem escolas de patinagem a evoluir no Pavilhão do Colégio D. Bosco,
de onde saíram os atletas desta selecção, que tem uma média de idades de 10
anos e dois com apenas nove.
“Temos
cerca de 55 a patinar nas nossas escolas e já perto de 40 capazes de praticar
hóquei em patins, todos eles provenientes das actividades de férias, em Julho e
Agosto. Eles entusiasmam-se com a patinagem e nós captamos alguns para darem
continuidade e entrarem nas nossas escolas. Primeiro têm de aprender a patinar
e cerca de dois anos depois estão a jogar. Esta selecção de Sub-13 tem cerca de
três anos de experiência, por isso, está apta a entrar em competição”, destacou
o dirigente, há vários anos na modalidade.
“Mais
três ou quatro anos e vários destes miúdos estão em condições de irem rendendo aos
poucos a velha guarda, ou seja, os jogadores mais velhos que ainda se encontram
na selecção. Espero que os actuais elementos se possam aguentar mais algum
tempo, para que não haja um hiato e seja possível a equipa principal continuar
a participar nas competições internacionais. Há já dois jovens de 14 anos que
estão a treinar com os seniores, procurando evoluir. Temos na verdade bastante
matéria prima e por isso podemos dizer que o futuro do hóquei em patins está
assegurado”.
No
que respeita à formação principal da RAEM, a próxima grande prova é o
Campeonato da Ásia e Oceânia, em Outubro de 2020, na província de Hebei, onde
tentará reconquistar o título, perdido em 2018 para a Austrália. Vitor
Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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