Moçambique, Quénia e Níger não registaram surtos de poliomielite nos últimos dois anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS.
Em
nota emitida na passada segunda-feira, em Brazzaville, a agência revelou que a
situação permitiu que estes países recuperassem o status de livres da doença.
Resposta
De
acordo com a OMS, nestas nações, 14 crianças foram infectadas pelo vírus da
pólio derivado da vacina em todo o ano de 2018 e início de 2019.
Para
a coordenadora de Ações de Resposta Rápida da OMS à Poliomielite em África,
Modjirom Ndoutabe, o fim de surtos nestes países prova que ações como resposta,
imunização de alta qualidade e vigilância podem travar surtos na região.
A
representante defende que esta conquista é um incentivo forte e defende que o
seu grupo está determinado a eliminar todos os tipos de poliomielite no
continente. Para Ndoutabe, o compromisso dos governos, da OMS e dos seus
parceiros é garantir que as gerações futuras vivam livres deste vírus.
Os
casos do pólio vírus derivados da vacina são raros, mas afetam populações não
imunizadas ou com baixa vacinação que vivem em áreas com pouco saneamento e
baixos níveis de imunização contra a doença.
Imunidade
Quando
as crianças recebem a vacina oral contra a poliomielite, o vírus se reproduz no
intestino por algum tempo para aumentar a imunidade. Depois, este agente é
excretado das fezes para o meio ambiente e pode sofrer mutação.
Estas
novas estirpes podem ser transmitidas às populações em situação de fragilidade
levando ao surgimento de pólio vírus derivados da onde a imunização contra a
poliomielite é baixa e o saneamento é inadequado.
Desde
2016 não houve transmissão de pólio vírus selvagem na África. Dez anos antes,
essa estirpe paralisou mais de 75 mil crianças em todo o continente. A OMS
destaca, no entanto, que alguns países enfrentam surtos de pólio vírus derivado
de vacina.
Transmissão
Para
que a agência declare um país livre da poliomielite, técnicos nacionais e
regionais devem confirmar que não houve transmissão da poliomielite. Durante
nove meses, as amostras são recolhidas em crianças paralisadas, pessoas que
tiveram contato com elas ou ainda no meio ambiente.
A
OMS atua na Iniciativa Global de Erradicação da Pólio com parceiros como o
Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, a Rotary Interacional, o
Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA a Fundação Bill e Melinda
Gates.
As
medidas dos governos dos países afetados recebem apoio para o fim da
transmissão do vírus da pólio.
Angola
Entre
os Estados africanos onde há surtos de pólio vírus derivados de vacina estão
Angola, Benim, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Costa do Marfim,
República Democrática do Congo, Etiópia, Gana, Nigéria, Togo e Zâmbia.
A
OMS destaca que os fatores de risco para estes surtos incluem a fraca cobertura
vacinal de rotina, a recusa de receber a vacina, o difícil acesso e a baixa
qualidade de campanhas de vacinação que impedem o acesso a todas as crianças.
Aos
países que estão nesta situação, a agência apela que garantam uma maior
imunização de rotina, ao mesmo tempo em que responde aos surtos seguindo regras
internacionais. A outra medida é melhorar a vigilância para detectar os casos
de pólio de uma forma rápida. ONU News – Nações Unidas
Sem comentários:
Enviar um comentário