Cerca
de 2,3 milhões de pessoas em Angola precisam de assistência humanitária
devido à seca. Na província de Cunene, pelo menos 80% da população, 860 mil
angolanos, necessitam de apoio urgente.
Durante
uma missão na região, o coordenador residente da ONU para Angola, Paolo
Balladelli, pediu à comunidade internacional que aumente o apoio às pessoas que
vivem na linha de frente da crise climática.
Aumento
Balladelli
disse que os números de necessitados são "três vezes mais do que no começo
do ano" e que o sul do país “está enfrentando as consequências arrasadoras
das mudanças climáticas.”
As
temperaturas em 2019 foram as mais altas em 45 anos. A seca está aumentando a
fome e a desnutrição, especialmente nas províncias de Cunene, Huíla, Bié e
Namibe.
O
coordenador residente está visitando a região com a chefe do Escritório das
Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, na África
Austral e Oriental, Gemma Connell.
Objetivos
O
objetivo da missão é conhecer melhor a situação no terreno e a resposta das
Nações Unidas, incluindo projetos financiados pelo Fundo Central de Emergência
da ONU, Cerf.
Graças
ao financiamento do fundo, foi possível ajudar mais de 640 mil pessoas com
alimentos e serviços de saúde, nutrição, água e higiene nas quatro províncias
mais atingidas.
O
coordenador disse que o projeto “complementa os esforços do governo para responder
a esta situação terrível e salvar vidas”, mas que “é preciso fazer mais e com
urgência.”
As
necessidades estão crescendo e famílias já foram forçadas a tomar medidas
desesperadas para sobreviver, com meninas e mulheres sofrendo o maior impacto
da crise.
Visita
Em
Caculuvale, os representantes da ONU encontraram famílias que lutam pela sua
sobrevivência e crianças com desnutrição aguda grave. Em visitas a centros de
saúde, os médicos disseram que estão registando as maiores taxas de admissão em
muitos anos.
Gemma
Connell contou que “nas áreas rurais, as mulheres têm que caminhar longas
distâncias para levar comida e água para casa, expondo-as ao risco de
violência.” Por outro lado, “um número crescente de crianças está abandonando a
escola, as meninas para ajudar as mães e os meninos para procurar pastagens com
os pais.”
Resiliência
A
delegação se reuniu com funcionários do governo, incluindo os vice-governadores
das províncias de Cunene e Huíla, e elogiou a implementação de medidas
sustentáveis para mitigar os efeitos de eventos climáticos.
O
coordenador residente disse que a prioridade a curto prazo são recursos para
salvar vidas nas populações afetadas pela seca, mas que é “essencial investir
na construção da resiliência das comunidades para o futuro.”
Também
participam na missão representantes de seis agências da ONU, como a Organização
das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, o Fundo das Nações
Unidas para a População, Unfpa, o Fundo das Nações Unidas para a Infância,
Unicef, o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, o Programa Mundial de
Alimentos, PMA, e a Organização Mundial da Saúde, OMS. ONU News – Nações Unidas
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