A Administração Espacial Nacional da China assinou um
acordo de cooperação com o Governo da RAEM que possibilitará a criação de um
novo modelo de inovação e cooperação científica, nomeadamente a construção do
Centro de Ciência e Exploração Espacial de Macau. Durante a inauguração, ontem,
da exposição “Satélite de Macau – Amor Espacial e Sonho da China”, Alexis Tam
divulgou o nome do primeiro satélite científico de Macau: “Ciência de Macau
nº1”
A
poucos dias da data que assinala o 20.º aniversário da implementação da RAEM, o
director da Administração Espacial Nacional da China, Zhang Kejian, revelou que
será estabelecido em Macau um Centro de Ciência e Exploração Espacial, no
âmbito de um acordo de cooperação de desenvolvimento científico e tecnológico
assinado com o Governo de Macau.
Antes
de marcar presença na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) para
a inauguração da exposição “Satélite de Macau – Amor Espacial e Sonho da
China”, Zhang Kejian reuniu-se com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, para
assinar um “acordo de cooperação sobre o projecto de desenvolvimento conjunto
de ciência e tecnologia de observação geomagnética e de satélite de teste de
tecnologia entre a Administração Espacial Nacional da China e o Governo da
Região Administrativa Especial de Macau”.
Um
acordo que “simboliza a entrada numa nova fase de colaboração entre as duas
partes na área da ciência, tecnologia e inovação”.
“A
Administração Espacial Nacional da China tem dado muita atenção ao
desenvolvimento do sector espacial de Macau e tem apoiado Macau na participação
nos projectos nacionais sobre o Espaço”, começou por dizer Zhang Kejian, na
inauguração da exposição “Satélite de Macau – Amor Espacial e Sonho da China”,
acrescentando que o Governo Central da China tem planos para desenvolver os
meios para que Macau tenha um papel de liderança em matéria de exploração
espacial.
“Aproveitando
as vantagens de Macau como uma zona franca de ‘Um País, Dois Sistemas’, a
Administração Espacial Nacional irá estabelecer em Macau um Centro de Ciência e
Exploração de Ciência Espacial de Macau de modo a poder salvaguardar o papel de
liderança de Macau em matéria de exploração espacial”, referiu Zhang Kejian.
A
implementação do presente acordo, além de dar um contributo importante para a
investigação científica, também possibilitará a criação de “um novo modelo de
inovação e cooperação científica” entre as entidades nacionais, o Governo da
RAEM, e instituições da área baseadas nos dois lados, visando-se um aumento
mais célere da capacidade de inovação no campo da ciência e tecnologia em Macau
e nas outras cidades da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, refere o
comunicado ontem veiculado pelo gabinete do porta-voz do Governo.
Segundo
Zhang Kejian, o acordo assinado com o Governo da RAEM tem como objectivo o
reforço da cooperação em projectos espaciais entre a Administração Espacial
Nacional e as instituições de ensino superior locais. O director da
Administração Espacial Nacional da China referiu ainda ter confiança no
desenvolvimento de Macau na área espacial, bem como noutras relacionadas com a
ciência e tecnologia. “Também estamos aqui para encorajar mais pessoas de Macau
a participarem na navegação espacial e a promover o reconhecimento nacional,
incentivando o entusiasmo dos jovens de Macau em estudar ciência e explorar as
incógnitas, de modo a concentrar esforços para o rejuvenescimento da Macau chinesa.
E creio que com a liderança do Governo da RAEM e do Governo Nacional, assim
como o Gabinete de Ligação e Fundação de Macau e de todos os patriotas de
Macau, acredito que a nossa colaboração na área do Espaço trará mais
resultados”, frisou Zhang Kejian, num evento que marcou o descerramento da
placa do Centro de Ciência e Exploração Espacial de Macau da Administração
Espacial Nacional da China, a entrega do prémio especial de contributo pelo
Fundo Aerospacial da China e a inauguração da maquete do primeiro satélite
científico de Macau, para além da divulgação dos resultados do concurso para o
nome do referido satélite, cujo projecto arrancou no dia 9 de Outubro de 2019.
Um satélite chamado Ciência de Macau nº1
O
acordo de cooperação assinado ontem visa a investigação e produção daquele que
será o único satélite mundial de exploração científica a ser colocado em órbita
próximo da linha do Equador, para monitorizar o campo geomagnético e o ambiente
espacial da Anomalia do Atlântico Sul (SAA). Este projecto pressupõe uma
investigação, em parceria com equipas científicas da China e de outros países,
sobre o geomagnetismo e ambiente espacial, temas relevantes no campo científico
relativos à origem e evolução da vida e do planeta.
Na
cerimónia de inauguração da exposição “Satélite de Macau – Amor Espacial e
Sonho da China” foram também divulgados os resultados do concurso de atribuição
do nome do primeiro satélite científico de Macau, que irá monitorizar o campo
geomagnético da Terra. De acordo com Alexis Tam, secretário para os Assuntos
Sociais e Cultura, o nome escolhido por um júri da MUST foi “Ciência de Macau
nº1”. Segundo a informação divulgada pela organização, participaram mais de
1100 pessoas no concurso para baptizar o satélite de Macau num total de 1518
planos de denominação apresentados, entre os quais 1042 em língua chinesa e os
restantes 476 em inglês. Eduardo Santiago – Macau in “Ponto
Final”
eduardosantiago.pontofinal@gmail.com
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