CBERS 4A custou ao Brasil R$ 160 milhões e é o sexto
satélite feito em parceria com a China. Foi montado num laboratório do Inpe
O
Brasil pôs em órbita, nesta sexta (20), em parceria com a China, um satélite
que vai monitorar o desmatamento na Amazônia.
Na
manhã desta sexta, os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) receberam os primeiros sinais do novo satélite.
“Nessas
primeiras 24 horas, o nosso objetivo é achar o satélite e controlá-lo. Eu vou
mandar um comando para ele, para saber como que está a saúde dos equipamentos,
bateria, se as câmeras ligam”, explicou Lúbia Vinhas, coordenadora de
Observação da Terra do Inpe.
No
domingo (22), ele deve começar a mandar imagens. O CBERS 4A foi levado ao
espaço por um foguete chinês. CBERS é a sigla em inglês para a cooperação do
Brasil com os chineses na área.
O
lançamento aconteceu na base de Taiyuan, na China, às 11h, madrugada no Brasil.
Tudo foi acompanhado por pesquisadores do Inpe, em São José dos Campos. O
satélite levou 15 minutos para entrar em órbita.
A
cooperação entre Brasil e China na área espacial começou em 1988. Em 2013, o
lançamento do CBERS 3 falhou e o Brasil perdeu o equipamento.
O
CBERS 4A custou ao Brasil R$ 160 milhões e é o sexto satélite feito em parceria
com a China. Ele foi montado num laboratório do Inpe e vai fazer imagens
melhores que o CBERS 4, em órbita há cinco anos e com a vida útil quase no fim.
Entre
as funções do novo satélite está a de fornecer imagens para programas de
monitoramento ambiental.
“Se
eu estou interessado em olhar grandes áreas, como a Amazônia, me interessa mais
olhar, com uma resolução média, mas olhar áreas muito grandes: 600 quilômetros,
800 quilômetros de uma vez só. Em alguns casos, nos interessa mais o detalhe;
em alguns casos nos interessa mais uma visão panorâmica. O satélite tem essas
duas possibilidades”, disse Marco Chamon, engenheiro do Inpe.
O
CBERS 4A pode ser o último feito em parceria com a China. O acordo entre os
dois países para a construção de satélites ainda não foi renovado. A vida útil
dele será de cinco anos. Mas isso não significa que, depois desse prazo, o
Brasil vai perder a autonomia na área de monitoramento ambiental.
O
substituto será o satélite Amazônia 1, que também está sendo montado no Inpe. O
equipamento 100% desenvolvido no Brasil deve ser lançado no segundo semestre de
2020.
“Ele
mostra que, ao longo da parceira com a China e com outros países, o Brasil
aprendeu, fez o dever de casa e conseguiu fazer seu próprio satélite. Nos
qualifica para produzir os próximos satélites de observação da Terra e dos
oceanos, que devem vir na sequência do Amazônia”, disse Ronaldo Buss, diretor
interino do Inpe. In “G1 Globo” - Brasil
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