Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 15 de junho de 2025

Alemanha - Associação de Pós-Graduados Portugueses na Alemanha lança inquérito para a comunidade portuguesa

A ASPPA (Associação de Pós-Graduados Portugueses na Alemanha) está a desenvolver um inquérito dirigido à comunidade portuguesa residente no país. O objetivo é traçar um retrato mais preciso do perfil, das necessidades e dos desafios enfrentados pelos portugueses a viver na Alemanha


O estudo pretende recolher dados relevantes que ajudem a associação a compreender melhor as características demográficas da comunidade e identificar as principais dificuldades vividas no quotidiano. A informação recolhida também ajudará a referida associação a desenvolver programas e serviços mais ajustados às necessidades reais, além de reforçar a sua capacidade de representação e apoio junto dos portugueses. A participação é totalmente confidencial. Participe aqui.

Fundada em 2012, a ASPPA é uma organização independente e sem fins lucrativos com o propósito último de representar, promover e defender os interesses dos portugueses com grau académico a residir na Alemanha. Desta forma, a associação pretende ainda fortalecer a sua ligação ao meio académico e empresarial, tanto alemão como português. Além disso, a ASPPA também apoia a integração de novos membros na sociedade alemã e potencia a sua reintegração em Portugal. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


Portugal - Investigadores dão passo importante na luta contra a malária

Investigadores portugueses do Gulbenkian Institute for Molecular Medicine (GIMM) descobriram que a acumulação do pigmento amarelo bilirrubina, uma substância considerada um “produto residual” do organismo, protege contra a malária ao matar os parasitas que causam a doença


Segundo uma investigação publicada na revista científica Science, a equipa liderada por Miguel Soares, investigador principal no GIMM, descobriu que a acumulação do pigmento amarelo bilirrubina é, na verdade, uma resposta adaptativa do corpo que confere proteção contra a malária.

É comum os doentes com malária grave desenvolverem icterícia, uma condição que se manifesta pelo amarelecimento da pele e dos olhos, devido exatamente à acumulação do pigmento amarelo bilirrubina.

Segundo comunicado da GIMM, esta descoberta inovadora revela um mecanismo inesperado de defesa do hospedeiro que pode ser explorado como estratégia terapêutica em futuros tratamentos para a malária.

“Para nosso espanto, descobrimos que talvez a função mais importante da bilirrubina é de nos proteger contra a malária através de um mecanismo que não antecipávamos: mata o parasita”, explica Miguel Soares, coordenador do estudo.

Para a investigadora Ana Figueiredo, primeira autora do estudo, que finaliza o seu doutoramento com Miguel Soares no GIMM, “descobrir que uma molécula produzida pelo próprio organismo durante a infeção pode proteger contra a malária dá-nos uma nova perspetiva sobre os mecanismos de defesa do corpo e abre possibilidades entusiasmantes para o futuro”.

Segundo o comunicado da GIMM, os parasitas do género Plasmodium, que causam a malária, infetam e multiplicam-se no interior dos glóbulos vermelhos que circulam no sangue. Nessas células, alimentam-se de hemoglobina — a proteína que utiliza o ferro, contido dentro de uma estrutura molecular chamada hemo, para transportar oxigénio. No final do seu ciclo de expansão, provocam a lise (rutura) dos glóbulos vermelhos, libertando o restante da hemoglobina que não ingeriram, na corrente sanguínea.

De acordo com o comunicado, o laboratório liderado por Miguel Soares tem demonstrado, ao longo dos anos, que, quando a hemoglobina é libertada na corrente sanguínea, larga o hemo que é altamente tóxico para o hospedeiro e é a causa do desenvolvimento de formas graves de malária. Para evitar a acumulação do hemo na circulação, o hospedeiro induz uma série de reações bioquímicas complexas que culminam na produção de bilirrubina, um pigmento amarelo que se pensava não ser mais que um “produto residual” tóxico.

Segundo a explicação científica, divulgada pela GIMM, “a conjugação da bilirrubina no fígado permite a sua excreção no intestino e limita a acumulação de bilirrubina na circulação. Quando há acumulação de bilirrubina na circulação, o mesmo é considerado como sendo revelador de uma disfunção do fígado”. Esta associação, de acordo com o centro de investigação, contribuiu, ao longo de séculos, para a ideia de que a icterícia não é mais do que uma resposta patológica (causadora de doença).

Contudo, um número crescente de descobertas tem vindo a demonstrar que a bilirrubina tem várias funções biológicas importantes, o que levou a equipa a explorar esta hipótese no contexto da malária.

“Através de várias experiências complementares, tanto in vivo como in vitro, demonstrámos que a bilirrubina bloqueia a proliferação e virulência (capacidade de induzir doença) dos parasitas Plasmodium dentro dos glóbulos vermelhos, impedindo-os de se alimentarem e de produzirem energia, o que conduz à sua morte”, explica Ana Figueiredo.

A malária continua a ser uma doença com elevada mortalidade a nível global, especialmente entre crianças com menos de cinco anos. Só em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou cerca de 560.000 mortes por malária em todo o mundo.

“Esta descoberta abre portas para explorar até que ponto esta estratégia natural de defesa do organismo pode ser usada terapeuticamente, de forma a aliviar o enorme impacto da malária nas populações humanas”, conclui Miguel Soares. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


O navio dela









Vamos aprender português, cantando

 

O navio dela

 

A minha mulher não é minha

é da cabeça dela

mesmo achando que sim

não precisa de mim

isso é o que me agrada nela

 

Não deseja ser o meu mundo

mas tem-me em seus desejos

eu noto nos seus olhos

a nítida presença

das nossas aventuras

 

Voa com seus pássaros fantásticos

agnósticos, simpáticos

por campos de razões

e quando volta traz-me caramelos

 

Ela não se põe à janela

de corpo iluminado

mas mostra o universo

aos animais de caça

quando desce ao mercado

 

Desce nos cabelos das estrelas

bem nas barbas dos fantasmas

que aprendeu a desmontar

e acaba a transformá-los em brinquedos

 

A minha mulher não é minha

é da cabeça dela

mesmo achando que sim

não precisa de mim

isso é o que me agrada nela

 

Ela é o capitão do seu navio

ela é o capitão do seu navio

ela é o capitão do seu navio

ela é o capitão do seu navio

 

A minha mulher não é minha

é da cabeça dela

não precisa

 

Mimi Froes – Portugal

Composição:

Manel Cruz - Portugal


 

sábado, 14 de junho de 2025

Angola - Diáspora está a aumentar

São cada vez mais os angolanos que vivem em Portugal, "desembarcam" dezenas todos os dias, penso mesmo que este fenómeno é maior do que aquele que se viveu nos anos oitenta e noventa por causa da guerra, e chegam com histórias muito diversas e com motivações muito diferentes


Esta semana na Feira do Livro de Lisboa tive a oportunidade de confirmar como a comunidade angolana naquele País olha para o Expansão e para o Novo Jornal com um enorme carinho, respeito, orgulho e, fundamentalmente, como um raio de jornalismo independente e de verdade. A forma como nos abordam, a força que nos dão, apesar de estarem fora porque não conseguiram o seu espaço no País, pressionando-nos a não desistir, deixou-me impressionado.

São cada vez mais os angolanos que vivem em Portugal, "desembarcam" dezenas todos os dias, penso mesmo que este fenómeno é maior do que aquele que se viveu nos anos oitenta e noventa por causa da guerra, e chegam com histórias muito diversas e com motivações muito diferentes. Os da classe alta, familiares e conhecidos dos dirigentes partidários, dos governantes, dos altos quadros das instituições públicas, estão aqui porque têm dinheiro. Vivem orgulhosamente rodeados de conforto em Lisboa, no Porto ou em Cascais, e não pensam em voltar. Dizem-se patriotas, filhos da pátria, mas optam por desfrutar das benesses que Angola deu a meia dúzia dos seus filhos, longe, à distância de sete horas de avião, que utilizam no máximo, duas vezes por ano. Depois os da classe média, muitos deles técnicos superiores e profissionais respeitados nas suas áreas. Vieram porque querem uma melhor educação para os seus filhos, porque querem um acesso mais facilitado à saúde, porque querem uma vida mais tranquila e mais digna. Muitos deles fizeram-se à estrada porque estão desiludidos com o País, com a forma como são tratados nos empregos - a maior parte eram funcionários públicos - fartos de verem os colegas incompetentes, incapazes, a subirem na hierarquia das organizações à boleia do cartão do partido ou da protecção de um "iluminado".

Existem também os que aqui estão porque acabaram por ser perseguidos nos empregos e na sociedade por algumas opiniões que deram, e tiveram de sair porque a pressão se tornou insuportável. Há outros, menos, claro, que aqui estão e não podem voltar tão cedo. Puseram a "mão na massa" e fugiram. Alguns não têm processos judiciais a correr em Angola, mas não arriscam voltar. Têm o suficiente para ter uma vida digna, estão empenhados em conseguir a nacionalidade portuguesa, e alguns já vivem do rendimento mínimo.

Deixo para o fim os com menos posses. Os que juntaram durante anos o dinheiro necessário para o passaporte, o visto e a viagem. São milhares, digo-vos eu. Muitos deles sem condições, mas também já era assim que viviam em Luanda, dispostos a fazer qualquer coisa para garantirem a sua subsistência, com o apoio de um familiar que já cá está há mais tempo.

São histórias que mexem com a nossa estrutura, cidadãos que não têm formação, explorados nos empregos agrícolas, de construção ou de hotelaria, entregues a si próprios porque, como nos contam, ninguém quer saber deles. Em todos estes extractos há uma característica comum: não querem voltar a Angola. Estão zangados ou fartos. E parece que o regime não está preocupado com isso. Tenho muito pena que assim seja. João Armando – Angola in “Expansão”


Henrique Egea Lapina apresenta As histórias que nos conta(ra)m… na Galiza e em Portugal

O lançamento da novidade editorial As histórias que nos cont(ar)am na Galiza e… em Portugal, de Henrique Egea, decorrerá no Centro Social A Pedreira (r/Serra,36), na quarta-feira, dia 18 de junho, às 21h. O evento contará com a presença do autor, Henrique Egea, que estará acompanhado polo antropólogo Rafael Quintía


Este ensaio histórico analisa o viés historiográfico e trata de oferecer um outro relato, centrado na realidade galega, útil para rever o que fomos e o que somos.

A maioria de nós acredita que a historiografia nasça da análise do passado, baseada nos dados disponíveis. Mas a historiografia, e nomeadamente a destinada à divulgação, costuma ser a expressão, mais ou menos evidente, da ideologia e do contexto do autor, não o “resultado asséptico” da análise “científica”. Os momentos do passado que a historiografia escolhe para a sua análise e os silêncios que pesam sobre outros momentos são, em grande medida, tão significativos como a elaboração dum discurso ideologicamente marcado. A historiografia está feita por pessoas com ideologia e contextos que forçam a determinadas escolhas. Não existe a historiografia neutral.

Elabora-se na procura duma explicação ou justificação para o presente e, mesmo, para o futuro.

Nos países sem estado, a tónica geral é o silêncio ou, no melhor dos casos, a história costuma estar submetida à interpretação doutros, moldada ao discurso oficial. O caso galego é paradigmático duma historiografia submetida a um projeto alheio que nos nega. Os silêncios interesseiros, as meias-verdades e as mentiras no relato, desarticulado, da nossa história vêm de longe, como o leitor poderá ver neste livro.

Eis o motivo de uma outra entrega de historiografia, com uma análise centrada no nosso contexto histórico, útil para rever o que fomos e somos. In “Portal Galego da Língua” - Galiza

Sobre o autor:

Henrique Egea Lapina (1963) é licenciado em Filologia Clássica pola Universidade de Compostela, foi professor de Língua em Ponte Vedra durante mais de 30 anos. Interessado desde a juventude na história da Galiza, especialmente a medieval, dedicou boa parte do seu tempo ao estudo das fontes e, como consequência, percebeu várias incongruências no relato oficial. Resultante deste labor, além de diversas colaborações na revista digital Terra e Tempo, publicou, em colaboração, 40 datas que zeram a História da Galiza (Através, 2019) e Todas mortas e (quase) esquecidas (Através, 2020), e, em solitário, Remover Roma por Santiago (Igalhis, 2022).


Cabo Verde – Toru acompanhado por Lucy Monteiro apresenta “Só Bo”


Toru, de seu nome Frederico Tavares Lopes nasceu na vila do Tarrafal e lança agora a canção “Só Bo” acompanhado por Lucy Monteiro. Baía da Lusofonia

 

Cabo Verde - Élida Almeida lança o seu novo single “Undel”

A cantora cabo-verdiana Élida Almeida acaba de lançar o seu novo vídeo/single intitulado “Undel”, uma faixa que integra o seu próximo álbum, actualmente em produção


Segundo uma nota da produtora Harmonia Lda., trata-se de uma composição inédita escrita por Manu Reis, o mesmo autor de “Txica” e “Zomban”, temas que marcaram a trajetória da artista.

“Com um ritmo quente e envolvente, o novo single promete invadir as pistas de dança e, ao mesmo tempo, emocionar”, destaca a produtora.

De acordo com a mesma fonte, a música já atravessou fronteiras, chegando à Costa do Marfim, onde passou pelas mãos do arranjador David, que lhe imprimiu um toque especial.

“Foi ele quem acrescentou à melodia um colorido único, vibrante e sonhador, um cenário musical que encaixa perfeitamente na natureza dos sonhos de todas as mulheres”, lê-se na nota.

A produtora sublinha ainda que este lançamento abre caminho, com força, para um álbum que celebra a identidade, feminilidade e liberdade, com a marca inconfundível de Élida Almeida. Dulcina Mendes – Cabo Verde in “Expresso das Ilhas”